sexta-feira, 25 de julho de 2008

Pra levantar o astral...


Que papelão o nosso!


Fujo tanto de imagens como essa, mas dessa vez fui pega de surpresa. Vergonha, impotência, revolta.

O que eu me pergunto há anos

Por que é que as pessoas que gostam de funk, axé e música sertaneja precisam dividir o que elas entendem como prazer com os outros? Não basta ouvir esse tipo de música num volume alto, tem que ser a ponto de propagar o som em todo o quarteirão! E tanto faz se estão em casa ou no carro.

Será que eles realmente não sabem que nem todas as pessoas gostam da mesma coisa que eles? Será que acham que o gosto deles é universal? Ou fazem pra irritar mesmo?

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Totô

Casa com muitos cachorros é assim. Muitos chegam, mas muitos vão.

Dessa vez foi o Tobias, um bulldog inglês que minha irmã ganhou há quase 10 anos, quando entrou na faculdade de odontologia. Lembro quando o vi pela primeira vez, na vitrine de um pet shop no Iguatemi de Campinas. Eu e minha mãe fomos visitar minha irmã e na hora do almoço ela foi nos mostrar um cachorrinho por quem ela estava apaixonada. E lá estava ele, deitado com a barriga pra cima, parecendo um besouro. Eu nunca tinha visto uma barriga como aquela, redonda, gorda, rosa e cheia de manchas pretas. De frente ele parecia um filhote de porco.

No dia seguinte, quando eu também estava sofrendo de amor por ele, meu pai me convidou para ir com ele até a Campinas, fazer o quê? Buscar o gorducho. Colocamos um laço vermelho em volta do pescoço de Mike Tyson dele e lá foi o Tobias pra Sorocaba.

Com certeza foi o cachorro mais figurinha que tivemos. De tanto que ele gostava de sofá, meu pai mandou fazer um baixinho pra ele, pra que ele pudesse subir com as patinhas também curtas. Diz meu pai que ele nunca acertou tanto um presente.

O Gordo, como o Tobias também era conhecido, detestava água. Quando ele chorava (chorava mesmo) porque queria comer ou porque queria entrar na cozinha, bastava mostrar um copinho com água pra que ele ficasse quietinho. E quando chovia, um pingo que fosse, abria um berreiro e corríamos com ele pro coberto.

Além do sofá, ele tinha também um paninho, pois não gostava de deitar direto no sofazinho. No meio da noite, ou no meio do sono, o pano caía e o Gordo chorava doído, até que alguém fosse lá colocar o pano no lugar, pra que ele pudesse ficar com a barriga quentinha.

Como ele vivia perto dos papagaios (sim, meu pai tem papagaio em casa, apesar dos meus protestos), o Nicolau e o Pavarotti aprenderam a chamá-lo de Gordo (Gorrrrdo, com o sotaque sorocabano das nossas ajudantes), o que o irritava profundamente, pois o Tobias dava cada pulo pra agarrar os bichos, até que um dia alcançou o Nicolau. Quando olhamos, lá estava ele desfilando com o Nicolau na boca, mas não chegou a mordê-lo. Bastou abrirmos a bocarra do Tobias para que o Nicolau saísse voando e gargalhando.

O Tobias também adorava uma bola de futebol e um sapo. No caso desse último, eu acho que era pela semelhança: a cara amassada, a barriga caída de tão gorda e as pernas curtinhas. Bastava ver um sapo pra colocá-lo na boca e levá-lo pra dar uma volta.

Assim o Gordo viveu quase 10 anos.

Há pouco mais de um mês descobrimos que o Gordinho estava com câncer. Não deu tempo de começar a sentir dores, o Tobias morreu tranqüilo no colo de sua dona e saudosa amiga.