terça-feira, 30 de dezembro de 2008

2008

Antecipando minha despedida aqui no blog, já que amanhã estarei desconectada, quero agradecer pelo ano de 2008, que foi muito, mas muito bom mesmo para minha família. Acho que dos pontos baixos lembro apenas da morte da minha vó Eslava, mas ela já estava tão doente e tão alheia a tudo o que passa nesse mundo, que sua partida para um outro mais me deixou aliviada do que triste. Os momentos felizes ao lado dela já tinham sido vividos e estão bem guardados comigo.

É claro que nem todos os dias do ano foram feitos só de risos, mas a marca que 2008 deixou no meu coração é inesquecivelmente boa.

Obviamente, saindo do âmbito familiar, vimos muitas coisas tristes aí pelo mundo, mas isso é de sempre e eu me recuso a perder a esperança. O homem faz coisas dignas de um monstro, mas ao mesmo tempo é capaz de fazer cada coisa maravilhosa!

Espero que em 2009, com a crise financeira instalada no planeta, nós possamos dar realmente o devido valor às coisas.

Muito obrigada, 2008. Seja bem-vindo, 2009!

Querido diário

Preciso contar ao menos pra você como ME IRRITA trabalhar ao lado de uma pessoa que fica cantarolando enquanto lê e escreve!!!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Jingle Bells

O Natal passou, mas dessa vez de um jeito bem diferente, pois a família se espalhou: cunhados, sobrinhos e sogra resolveram passar o Natal com o Mickey e família, meu irmão, cunhada e sobrinhas liiiiindas em BH e sobramos poucos aqui em São Paulo, com uma pitada de tristeza por causa da minha irmã e do meu cunhado, mas por outro lado com MUITA ALEGRIA pelo ano de 2008, que foi (e ainda está sendo) MARAVILHOSO. Só tenho a agradecer, e foi o que fiz nesse Natal. Obrigada, obrigada, obrigada Papai do Céu!!!

No próprio dia 25 fomos pra praia, com Ulisses e Penélope, que são dois cachorros muito, mas muito legais, e só tornaram a viagem mais agradável. Agora dois dias de pouco trabalho no escritório e mais alegria pela frente!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

15 minutos

Apenas 15 minutos para a minha consciência permitir que eu vá embora e deixe o escritório vazio de pessoas...pelo menos até a próxima segunda.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

2000inove

O cara é gênio!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Dia de Agradecimentos

Francisco está crescendo bem.

Dani conseguiu não só um, mas dois doadores de medula compatíveis!

Obrigada a todos os anjos a quem tenho pedido pela saúde dos dois, e obrigada ao meu querido São Francisco!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Vanessa

Um acontecimento ocorrido na família me fez lembrar de como conheci a Vanessa.

Estudamos juntas no Primeiro Colegial, no Anglo de Sorocaba, mas eu não dava conta da existência das garotas CDFs que sentavam na primeira fila. Eu, que na época me achava uma das bolachas mais gostosas do pacote (ah, como adoro os 30 anos), fazia parte das “populares” que sentavam no fundo e perturbavam o professor e os alunos que queriam assistir aula. Chegávamos ao ponto de jogar “stop” durante a aula, gritando “STOP!” dentro da sala como se estivéssemos num parque aberto. Adolescentes absolutamente insuportáveis.

Com uma conduta dessas, obviamente fiquei em recuperação em quase todas as matérias (as exceções foram Português e Inglês. E sim, fiquei em Educação Física, por falta). No dia em que vi o resultado, parada em frente ao mural no corredor do colégio, bateu o desespero, a vergonha e o arrependimento. Too late, baby...

Voltei para a sala de aula, quase chorando, pensando principalmente no meu pai que iria ficar ao mesmo tempo triste e possesso, quando a Vanessa veio e me entregou um bilhete com seu nome e telefone. Por quê?

Ela havia visto que eu tinha ficado em recuperação em quase todas as matérias e sabia que eu precisaria estudar muito. Como ela já estava de férias, pois tinha passado direto para a próxima série, teria tempo para estudar comigo, se eu quisesse.

Olhei para ela como se estivesse vendo uma vaca voando, e sabe qual foi a outra resposta, ainda mais surpreendente?

- Você não é igual às outras.

Não pude estudar com a Vanessa para os exames, pois meu pai não me deixou pôr o nariz para fora de casa nem pra estudar, mas a partir desse episódio a Vanessa se tornou minha grande amiga, minha melhor amiga, minha soulmate. E como poderia ser diferente, diante do que ela me mostrou com essa atitude? Diante desse amor que ela mostrou por mim, quando eu nem sabia que ela existia e quando eu mesma havia me esquecido de quem eu era na essência?

No próximo dia 21 serão 10 anos sem a sua companhia. Como eu disse para uma tia da Vanessa no que dia em que enterramos seu corpo, perdi uma amiga, mas ganhei um anjo.

Mas pensando bem, Van, você não se tornou meu anjo quando morreu. Você já era meu anjo protetor aqui na Terra.

Isso é ou não é uma benção na minha vida?

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Ratatouille


Manhã de segunda-feira chuvosa em São Paulo. Eu com muito sono e total preguiça de sair de cama. Mas o dever chama, e lá vou, dar uma olhada no quintal pra ver se tinha uma roupa pendurada no varal, quando dou de cara com uma família de ratos gordos!

Um deles, equilibrado no corrimão, era tão bonitinho e me olhava tão atentamente, que me perguntei que bicho era aquele. Quando percebi que, sim, era um ratão, e não estava sozinho, foi aquele corre-corre danado pra fechar janelas e portas e me trancar dentro de casa. Minha cachorra, valente como toda fêmea, dava cabeçadas pra tentar entrar num buraco no qual nem sua pata cabia. Estava endoidecida tentando pegar os roedores. Já o cachorro, bem...resolveu ir pra perto da minha cama e ficar lá bem quentinho, afinal, a manhã estava cinza, molhada e fria. É, se fosse diferente, teríamos um Pai Natureza, não? E olha que meu pai é meu herói.

Enfim, com todo esse alvoroço, os ratos sumiram e eu me pus a ligar para dedetizadores, médicos, veterinários, bombeiros, polícia etc. O que eu devia fazer? Só não quero dividir minha casa com esses ratos todos.

Só que enquanto eu arquitetava um plano pra acabar com essa família invasora, meu marido ao lado dizia, pra deixar meu coração com remorso, que depois de ver Ratatouille, olhou pro rato e ficou pensando no Remy! E a protetora dos animais sempre fui eu nesse casal!!! Uma vez cheguei a parar o carro e brigar com um cara na rua porque ele chutava cruelmente um rato que já estava zonzo e ensangüentado de tanto apanhar (nossa, eu não sabia que me lembrava disso até esse momento)

Conclusão até agora: na hora do almoço fui até em casa, achei (na verdade o jardineiro da minha mãe achou) dois buracos, que foram hermeticamente fechados. Espero que isso sirva para mantê-los no esgoto ou no quintal do prédio vizinho, que tem um morador extremanente histérico, assim eu não preciso ter a consciência pesada de ter matado o Remy e toda a sua família.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Vela Luka





Há muito tempo longe do blog, hoje recebi uma mensagem (comentário do post "Baba Slava"), que me deixou tão feliz, que eu não podia deixar de escrever.


Por uma incrível coincidência, ou não, tão logo li o comentário, recebi um email do meu pai com lindas fotos da Vela Luka, ilha croata onde nasceu minha Baba Slava.



Vela Luka, ilha de onde saíram meu bisavô, o Veli Ivan, que eu tanto gostaria de ter conhecido, minha bisavó, Baba Marija, e seus quatro filhos, dentre eles minha avó paterna.


Vela Luka, que viu essa e tantas outras famílias partirem em busca de paz, para um mundo desconhecido. Tanto tempo num navio, toda uma história e tantos amores deixados para trás, para aqui chegarem sem saber uma só palavra de português. Mal sabiam, aliás, em que parte do mapa mundi estavam. Tudo o que tinham, e tudo mesmo, além da roupa do corpo, era a coragem.


Deixaram para trás as plantações de uva para aqui encontrarem bananas. Descobriram o que realmente significa um dia quante de verão. Viram negros pela primeira vez. Vieram atrás da promessa de um pedaço de terra, mas o que conseguiram foi trabalhar como escravos numa fazenda qualquer do interior de São Paulo. Até a fuga para São Paulo, onde crianças tiveram suas identidades alteradas para que se passassem por mais velhas e pudessem trabalhar. Horas e horas enfiadas em tecelagens, sem ver a cor do dia, quase ficando surdas com o ruido dos teares. Anos longe da escola.


Quando penso na coragem dessas pessoas, especialmente do Veli Ivan, o chefe da família que tomou a decisão e escreveu toda essa aventura em versos, penso que elas não desejavam apenas ter uma vida melhor ou dar uma vida melhor para seus filhos. Gosto de pensar que fizeram isso também por seus netos, bisnetos, trinetos, tetranetos etc. Não sei se pensaram tão longe, mas agradeço por isso. Imensamente.



Veja só, Veli Ivan, aqui seus filhos casaram, tiveram filhos que você não pôde conhecer, mas seus netos se formaram, conseguiram bons empregos, tiveram filhos e seus bisnetos também cresceram em paz, estudaram, trabalham e hoje geram seus trinetos e trinetas. Veja só o quanto você conseguiu com sua coragem!

Muito, mas muito obrigada mesmo. E obrigada a Lúcia Prizmic, que acabou inspirando esse post.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Fala em dias vazios

A razão eu desconheço, mas em dias assim essa música não me sai da cabeça:

Eu não sei dizer nada por dizer

Então eu escuto

Se você disser tudo o que quiser

Então eu escuto

Fala

Se eu não entender, não vou esconder

Então eu escuto

Eu só vou falar na hora de falar

Então eu escuto

Fala

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Receita

Alguém aí tem uma boa receita para espantar o desânimo???

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Pra levantar o astral...


Que papelão o nosso!


Fujo tanto de imagens como essa, mas dessa vez fui pega de surpresa. Vergonha, impotência, revolta.

O que eu me pergunto há anos

Por que é que as pessoas que gostam de funk, axé e música sertaneja precisam dividir o que elas entendem como prazer com os outros? Não basta ouvir esse tipo de música num volume alto, tem que ser a ponto de propagar o som em todo o quarteirão! E tanto faz se estão em casa ou no carro.

Será que eles realmente não sabem que nem todas as pessoas gostam da mesma coisa que eles? Será que acham que o gosto deles é universal? Ou fazem pra irritar mesmo?

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Totô

Casa com muitos cachorros é assim. Muitos chegam, mas muitos vão.

Dessa vez foi o Tobias, um bulldog inglês que minha irmã ganhou há quase 10 anos, quando entrou na faculdade de odontologia. Lembro quando o vi pela primeira vez, na vitrine de um pet shop no Iguatemi de Campinas. Eu e minha mãe fomos visitar minha irmã e na hora do almoço ela foi nos mostrar um cachorrinho por quem ela estava apaixonada. E lá estava ele, deitado com a barriga pra cima, parecendo um besouro. Eu nunca tinha visto uma barriga como aquela, redonda, gorda, rosa e cheia de manchas pretas. De frente ele parecia um filhote de porco.

No dia seguinte, quando eu também estava sofrendo de amor por ele, meu pai me convidou para ir com ele até a Campinas, fazer o quê? Buscar o gorducho. Colocamos um laço vermelho em volta do pescoço de Mike Tyson dele e lá foi o Tobias pra Sorocaba.

Com certeza foi o cachorro mais figurinha que tivemos. De tanto que ele gostava de sofá, meu pai mandou fazer um baixinho pra ele, pra que ele pudesse subir com as patinhas também curtas. Diz meu pai que ele nunca acertou tanto um presente.

O Gordo, como o Tobias também era conhecido, detestava água. Quando ele chorava (chorava mesmo) porque queria comer ou porque queria entrar na cozinha, bastava mostrar um copinho com água pra que ele ficasse quietinho. E quando chovia, um pingo que fosse, abria um berreiro e corríamos com ele pro coberto.

Além do sofá, ele tinha também um paninho, pois não gostava de deitar direto no sofazinho. No meio da noite, ou no meio do sono, o pano caía e o Gordo chorava doído, até que alguém fosse lá colocar o pano no lugar, pra que ele pudesse ficar com a barriga quentinha.

Como ele vivia perto dos papagaios (sim, meu pai tem papagaio em casa, apesar dos meus protestos), o Nicolau e o Pavarotti aprenderam a chamá-lo de Gordo (Gorrrrdo, com o sotaque sorocabano das nossas ajudantes), o que o irritava profundamente, pois o Tobias dava cada pulo pra agarrar os bichos, até que um dia alcançou o Nicolau. Quando olhamos, lá estava ele desfilando com o Nicolau na boca, mas não chegou a mordê-lo. Bastou abrirmos a bocarra do Tobias para que o Nicolau saísse voando e gargalhando.

O Tobias também adorava uma bola de futebol e um sapo. No caso desse último, eu acho que era pela semelhança: a cara amassada, a barriga caída de tão gorda e as pernas curtinhas. Bastava ver um sapo pra colocá-lo na boca e levá-lo pra dar uma volta.

Assim o Gordo viveu quase 10 anos.

Há pouco mais de um mês descobrimos que o Gordinho estava com câncer. Não deu tempo de começar a sentir dores, o Tobias morreu tranqüilo no colo de sua dona e saudosa amiga.

sábado, 21 de junho de 2008

Ainda existo

Meu último post foi em 05 de maio. Sabia que fazia tempo que eu não escrevia, mas não percebi que era tanto tempo assim. Bom, a metade do ano já está acabando e eu ainda tenho a sensação de que voltei do Reveillon em Punta há uns dois meses.

Durante o sumiço fiquei mais velha. Outra dia eu disse para minha terapeuta que agora estou percebendo que meus pais estão envelhecendo, ao que ela me lembrou: "você também". É, mas por enquanto estou curtindo essa fase dos 30 e poucos. Não que os 40, 50, 60, 70, 80 e poucos me asustem. O que me assusta, na verdade, é mulher que não sabe enxergar a beleza do envelhecimento. Ficar com uma cara toda esticada e vestindo roupinha justa aos 60 não dá!

Também voltei pra corrida e comecei a fazer Pilates, numa tentativa de me livrar daquela coisa estúpida e tediosa da musculação. E com isso consegui me livrar também da academia, pois meu saco estourou pra isso. Estou adorando o Pilates e cada vez que estou lá curtindo, penso como é bom estar fora da academia com os malhadinhos à minha volta.

O bom de voltar a correr e começar a fazer Pilates é que estou me obrigando a levantar cedo e a começar o dia com o exercicio físico. O resto do dia eu passo mais disposta e com a sensação de dever cumprido. Semana passada, por exemplo, um frio de amargar aqui em Sampa e eu às 06h30 da manhã correndo no Ibirapuera! Dever mais do que cumprido.

Durante o silêncio nesse blog eu também terminei o MBA no Ibmec, com um belo 9 em contabilidade gerencial (não era nem a financeira). E eu sou advogada! E o melhor de tudo: eu realmente estudei e fiz a prova sozinha (sim, porque descobri nesse MBA que alunos são alunos e colam em qualquer idade)! Fiquei orgulhosa de mim, que desde pequena tenho pavor dos números (é um trauma que estou tratando e que não vem ao caso agora).

Ganhei também uma afilhada, a Isabela, minha sobrinha de 3 meses, irmã gêmea da Mariana. Estou curtindo as duas que é uma loucura! Mudaram minha vida e me deram ainda mais vontade de transformar o mundo num lugar melhor para se viver. Nossos bebês e nossas crianças merecem.

Esse post está mais parecendo minha sessão de terapia. Começo pensando num assunto e termino não entendendo como cheguei ali.

Por hoje é só.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Turista na minha própria cidade

Mudar para perto do escritório e abandonar o carro foi uma das mais felizes decisões da minha vida até agora.

Deixar para trás aquele congestionamento diário que me fazia levar duas horas para chegar ao trabalho não tem preço meeeeeeesmo.

Há, porém, uma outra vantagem: a descoberta da minha cidade.

Eu, que sempre gostei de caminhar pelas cidades que visitei, dificilmente caminhava por São Paulo além do bairro em que morava. Agora, sem o carro, tenho me virado de táxi, mas muito também de metrô e a pé. E essa opção tem me levado a conhecer pessoas, lugares, cheiros, barulhos e cores.

Estou vendo São Paulo sem o vidro do carro na minha frente.

Estou respirando o ar de São Paulo, por mais poluído que seja, e não mais o ar condicionado.

Tenho ouvido o som das ruas e não do rádio.

Tenho falado com os jornaleiros, seguranças, policiais, pedestres e passageiros do metrô.

Enfim, estou sentindo São Paulo e sua gente.

Hoje, por exemplo, resolvi ir a pé do Fórum João Mendes para a Escola Paulista de Direito, na Avenida Liberdade. Descobri uma igreja lotada de gente acendendo velas que não acabavam mais. A imagem era linda. Pena que eu estava sem a câmera, mas fiquei ali um tempo, fitando aquela imagem tão inesperada.

No caminho, conversei com vários jornaleiros.

Resolvi tomar um lanche numa padaria japonesa, bem no miolo da Liberdade. Entrei nos mercadinhos com prateleiras lotadas de produtos que eu nunca havia visto, onde a língua oficial é o japonês, o chinês ou o coreano, sei lá. Só sei que um japonês explicava que uma das massas vendidas parecia "pan firito". Eu estava, definitivamente, em outro país. Até a luz do entardecer parecia diferente.

Um quarteirão a mais e eu já havia voltado para o Brasil. Mulheres vestidas de baianas vendiam acarajé e ensinavam trabalhos para o público pagante. Tinha pipoca, pinga, canjica e outras oferendas pro "santo".

Se estivesse de carro, eu teria levado o triplo do tempo, não teria comido o pão no vapor chinês nem o doce de feijão e teria chegado à aula extremamente irritada. A pé, cheguei calma e feliz com as descobertas.

domingo, 4 de maio de 2008

Como me definir pelos livros na cabeceira?

- 1968: o ano que não terminou, Zuenir Ventura
- Persuasão, Jane Austen
- Previsivelmente irracional, Dan Ariely
- Para ler como um escritor, F. Prose
- Variedades da experiência científica, Carl Sagan
- Fazes-me falta, Inês Pedrosa
- As Américas e a civilização, Darcy Ribeiro
- 50 contos de Machado de Assis
- Constituição Federal

???????????????

O que será de nós?

A conversa era entre eu e uma senhora, mãe de quatro filhos. Estávamos falando sobre nossa opção em pagar mais caro por frutas e verduras cultivadas sem agrotóxicos e por carnes de animais que não sofreram para nos alimentar.

Eu, por exemplo, tinha comprado uma dúzia de ovos no supermercado e pagado quase o dobro do preço porque as galinhas dessa granja, de acordo com a informação da caixa (na qual acreditei), são criadas fora de gaiolas.

Quando descobri algumas das crueldades que fazem com os animais, para que possamos comer, passei a rejeitar alguns alimentos. Por exemplo, há anos não como baby beef. Sei que carne nos faz bem e eu até gosto de comer um bom bife (passo muito bem sem a carne vermelha), mas um boizinho não precisa crescer confinado entre quatro paredes, sem qualquer espaço para se locomover, apenas para que possamos comer uma carne macia. Também parei de comer patê de fígado de ganso, que eu tanto gosto.

Enfim, esse era o assunto com a tal senhora.

Foi então que um dos filhos, com mais ou menos 12 anos, achou que não valia a pena pagar mais caro por um produto, se temos tantos outros à disposição.

Nosso entendimento, meu e da mãe, era de que, se cada vez mais pessoas se preocupassem com a qualidade dos alimentos e comprassem mais produtos orgânicos, sem agrotóxicos etc, o preço iria cair.

Foi aí que o marido da senhora, pai de quatro filhos, sempre muito brincalhão e com uma piada na ponta da língua, disse:

- Claro, em 2032 os preços cairão! E vocês aí pagando mais caro.

Como ele fez mais uma piada a meu respeito, numa tentativa de dizer que eu era burra, resolvi não dar bola.

Mas fiquei pensando: em 2032, esse senhor será idoso, seus filhos serão adultos e os netos que ele provavelmente terá serão adolescentes. E pelo visto ele está se lixando pra tudo isso. E não faz diferença se for 2032, 2045, 2234...o que importa sou eu agora.

Como num outro dia, em que pedi para um amigo controlar o uso da água, e ouvi como resposta: que se virem com Coca-Cola!

Nunca me achei dona da natureza, mas sim parte dela. Creio que a natureza não está nem aí para nós. Assim como dinossauros sumiram do planeta, o mesmo acontecerá conosco. De qualquer forma, tento fazer minha pequenina parte para contribuir com o lugar em que vivo, hoje e amanhã, estando eu aqui ou não.

Mas, pelo jeito, não faço parte de uma maioria.

sábado, 3 de maio de 2008

Meu reino por...

Estava lendo um texto do Ney Matogrosso na Piauí de maio 2008, e ele menciona que, das coisas criadas pelo Homem, talvez só sentisse falta do banho quente.

Banho quente com toda certeza eu sentiria MUITA falta. A maioria das pessoas que eu conheço gosta de cochilar, ou só dar uma deitadinha para descansar. Eu gosto do banho quente. É com o banho quente que reponho as energias. E de banheira, então? Meia-luz, um livro nas mãos e saio da banheira como uma senhora de 100 anos.

Do que mais eu sentiria falta? Mas falta mesmo???

Estava aqui pensando, mas meu marido vai levar os cães passear na USP e eu vou junto! Depois volto a pensar no assunto...

domingo, 27 de abril de 2008

Vai andar ou vai parar?

Todo o mundo sabe que dirigir um carro pelas ruas de São Paulo não te levará a lugar algum em menos de uma hora. Ainda assim, as pessoas gastam o dinheiro que têm ou que não têm para comprar um carro zero e depois ficam indignadas na direção, xingando o Kassab, o Serra, Deus e, pior de tudo, a pessoa que está ao lado passando pela mesma agonia. As palavras ditas e as atitudes tomadas me fazem crer que humanidade é artigo raro em São Paulo. Cada vez mais raro.

Não estou dizendo que não compreendo essas atitudes, pois eu mesma passava duas horas toda manhã parada no trânsito e se tivesse uma arma, hoje eu estaria certamente presa por homicídio doloso. Mas quando chegamos a esse ponto é preciso parar pra pensar: o que sou afinal, um ser humano ou uma besta?

Ocorre que não é apenas no trânsito que nós, paulistanos, estamos disputando o mesmo espaço. O caos está se alastrando: fila nas padarias, restaurantes, lanchonetes, cinema, teatro e museus. Os parques estão lotados, assim como as calçadas, ônibus e metrô.

Resultado?

Pessoas cada vez mais irritadas e impacientes, preocupadas com o próprio umbigo.
Estou assustada com o que vejo por aqui: no metrô, jovens não dar lugar aos mais velhos; nos Jardins, os “nobres” moradores não recolhem as fezes dos seus cachorros das ruas; motoristas aceleram quando um pedestre tenta atravessar a rua à sua frente; pessoas que nunca se viram dizem barbaridades umas às outras; pessoas se empurram nas calçadas e outro dia, na minha frente, quando uma garota “perguntou” para o homem que andava à sua frente “vai andar ou vai parar?” (eu disse que as calçadas estão lotadas), tomou um belo murro na fuça que a levou pro chão! Assim...reclamou, tomou.

Cada dia mais perigoso viver em São Paulo.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Baba Slava

Eis que estávamos na noite de ontem, dia 16 de abril, comemorando o aniversário do meu pai com um jantar em família num dos nossos restaurantes preferidos em São Paulo, quando o celular do aniversariante toca. Do outro lado da linha, seu irmão, que ainda não havia lhe dado os parabéns, diz: “a mamãe morreu”.

Silêncio.

Primeira frase do meu pai: “minha mãe não pode fazer isso comigo!”

Em seguida, um choro sentido e soluçado. Depois, um brinde com uma taça de vinho, bebida dileta da minha avó. Mais choro. Mais brinde. Mais choro. Mais brinde. Até que era chegada a hora de sair correndo dali.

Na minha mente, um único pensamento, expresso apenas posteriormente: minha avó materna faleceu no dia do aniversário da minha irmã, e agora minha avó paterna morre no dia do aniversário do meu pai. Tudo bem que datas são apenas datas, mas que esse negócio está esquisito, está. Fico pensando se as véinhas chegaram a fechar um acordo quanto a isso!

Passado o susto, o dia 17 foi de despedida da vó Slava, como era chamada por seus netos a Sra. Miroslava Dragojevic Bosko Gerbovic (quando eu era criança, minhas amigas brincavam de decorar o nome da minha avó).

Com 89 anos, Miroslava (glória e paz em croata) nasceu no fim da I Grande Guerra na Vela Luka, uma ilha então pertencente à Iugoslávia, hoje croata.

Filha de Ivan Dragojevic Bosko e Marija Dragojevic Bosko (sabe que não sei o nome de solteira da minha bisavó?), veio para o Brasil acompanhada dos pais e das 2 irmãs e irmão mais velho em 1925.

Chegaram numa terra desconhecida, sem falar uma palavra de português, e foram tratados no início quase que como escravos numa fazenda localizada no interior de São Paulo. Meu “dida” (avô em croata, apesar de eu me referir ao meu bisavô), poeta conhecido como Veli Ivan (Grande Ivan), narrou toda a trajetória da Vela Luka ao Brasil em poemas. Uma pena eu não ter conhecido esse bisavô, pois tenho a impresão de que seríamos bons amigos.

Uma vez na capital do estado, junto com outros iugoslavos, minha avó se viu obrigada a trabalhar desde cedo. Teve inclusive o documento civil alterado pelo próprio pai, para poder trabalhar, ainda que fosse uma criança.

Apesar da vida sofrida, teve muito carinho dos pais, cresceu muito amiga dos irmãos, riu e fez rir, pois sempre foi a “palhaça” da turma.

Logo após perder o pai, casou-se com Ivan Gerbovic, pois já tinha quase 30 anos e ele era simpático. Essa era a minha avó: extremamente sincera.

Com ele, teve 3 filhos, os quais lhe deram 8 netos, dos quais 1 lhe deu duas bisnetas, as quais ela não chegou a conhecer. Podemos dizer que deixou várias marcas no mundo.

Gostaria, porém, de elencar as marcas deixadas na minha memória pela minha avó:

- Maria-mole
- lasanha e batata frita
- muitas risadas e palhaçadas
- Bíblia Sagrada, santinhos, imagens de Cristo na cruz
- reza do terço em croata
- cabelos brancos arroxeados
- unhas sempre feitas
- irritação por não chegarmos às 12h00 em ponto para o almoço de domingo
- bingo
- frases como “estou com ânsia de gômito”, “a sereia da imbulância não parou de tocar”, “a fulana tem creme (leia-se crânio) mole”, “a Marinoca tirou o pênis (leia-se apêndice)”, “não gosto que cachorro me lembe”, “eu falo errado porque estudei na Europa”, quando o certo seria “eu falo errado porque nunca estudei” (logo ela, filha de um poeta conhecido na Vela Luka!), “minha neta vai dançar ‘O homem que matou o cisne’ (leia-se “O Lago dos Cisnes”), quando então ela me perguntou “quem era o urubu”....... Vó, era o cisne negro!

Ela já estava doente há uns dois anos, mas não deixamos de tomar um susto, no dia do aniversário do meu pai, sendo que ele a havia visitado duas horas antes do óbito.

Não estou triste, mas bastante emocionada.

Sbog, baba! Obrigada por ter sido minha avó.

PS: apesar da noite passada em claro, eu queria escrever um pouco sobre o dia de ontem. Confesso, porém, que não estou nem enxergando a tela. Desculpem-me quaisquer falhas!

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Realizado

Como dá pra perceber do post anterior, fui pra Sorocaba. Estudei bem menos do que devia (agora tô aqui pensando como vou me safar) e arranquei bem mais carrapatos dos cachorros do que eu queria.

Também vi minhas sobrinhas, que estão ficando bochechudas e mais e mais fofas! Vi minha tia também, e meus irmãos e meus pais, claro, se eu fui pra Sorocaba.

Na sexta, andei com os cachorros e vi novela e não pensei em nada e comecei a ler "Previsivelmente irracional".

Até que realizei bem, não fosse não ter estudado tudo o que eu devia!!!!!!!!

Sorocaba

Fazia tempo que eu não ia pra Sorocaba. Fazia mais tempo ainda que eu não dormia em Sorocaba. Como estou sem o marido, fiquei em Sorocaba, na casa dos meus pais, e dormi no quarto que um dia foi meu de sábado pra domingo e domingo pra segunda.

Meus pais foram de São Paulo para Sorocaba quando eu tinha uns 6 meses, portanto, sou mais sorocabana do que paulistana, apesar de que durante a adolescência eu adoraaaaaava falar que era de São Paulo, capital! Adolescência, né?

Na verdade, acho que eu e minha família passamos a maior parte das nossas vidas na Castelo Branco: Sorocaba-SP-Sorocaba-SP-Sorocaba-SP-Sorocaba....como disse um dia meu dentista: "cêis vão pra São Paulo como se fossem pra hóóórta".

Fui muito feliz em Sorocaba. Meus grandes amigos até hoje são de lá, apesar de não morarem mais na cidade. Mas foi lá que aprendi o que são laços de amizade, ou melhor, nós de amizade!

Estudei no mesmo colégio dos 9 meses de idade até os 14 anos. O colégio era pequeno e todo mundo se conhecia: alunos, pais de alunos, professores e funcionários. A minha sensação era mesmo de uma grande família. Várias professoras foram mesmo minhas confidentes: souberam do primeiro amor, primeiro beijo, primeira dor. Várias me deram conselhos.

O Colégio Véritas me viu chegar de fralda, com uma mãe desesperada por deixar sua única filhinha na escola, acompanhou a chegada e o crescimento dos meus irmãos, e 14 anos depois me viu sair com dor no coração. A maior parte dos meus colegas teve a mesma trajetória.

Vários professores moram até hoje no meu coração: Dona Ângela (Português), Maraísa (História), Hosana (professora da segunda série), Dona Marília (ccordenadora pedagógica), Valéria (Matemática). E tinha também o Leco e a Jane da cantina, que faziam um misto quente inigualável!

Do Véritas fomos todos para o Anglo. Foram, com certeza, os anos mais divertidos da minha vida. Eu não estudei nada de nada nesses 3 anos de colegial, mas que eu me diverti, eu me diverti! Meu lema era seguido à risca: you can always re-take a class, but you can never re-live a party! Algo assim...

Do Anglo, já vim para São Paulo. Tá certo que voltei pra Sorocaba depois, por 5 anos, mas aí eu já estava desvairada, tanto que voltei pra cá.

Nos anos que passei em Sorocaba moramos numa chácara, onde meus pais moram até hoje. Cresci cheia de cachorros, rodeada de verde e de vizinhos queridos, que também estudavam no Véritas e depois no Anglo. Íamos e voltávamos juntos todos os dias. Aliás, estudávamos na mesma escola, tínhamos o mesmo dentista, pediatra etc. Parecíamos um bloco. E eu adorava. Hoje cada um está para um lado, mas sabemos que somos um pedacinho da Vivenda.

Está certo que durante a adolescência eu detestava morar na chácara, porque ninguém passava por lá, ninguém me dava carona e eu achava que nunca iria arranjar um namorado que gostasse de mim o suficiente pra ir até lá me ver.

Por isso, eu passava mais tempo na casa das amigas "na cidade" do que na minha própria casa. E ia a pé de um lado pro outro, rodando a cidade toda. Eram tardes no clube ou na casa de um e de outro. Às vezes nos reuníamos na casa de alguém, em plena tarde de segunda, e quando víamos estávamos lá em 40 pessoas! Ô coisa boa...apesar dos meus pais não concordarem, pois queriam que eu passasse mais tempo estudando.

Nas noites de sábado, íamos para a Boatinha do Ipanema. Hoje fico pensando: devia caber uma 100 pessoas lá! E eram sempre os mesmos, mas todo sábado era aquela ansiedade pra saber quem ia na Boatinha!!! E se alguém não ia, era aquele mistério: pra onde tinha ido? Como ousava não aparecer na Boatinha???

As tardes de domingo eram passadas na La Basque ou na Doceria Ciça. O mesmo povo que estava na Boatinha no sábado estava lá no domingo, mas sempre tinha uma novidade. Sempre tínhamos o que falar e do que rir.

Esse final de semana, enquanto estive lá, lembrei de muita coisa e fiquei feliz por ter tantas histórias felizes na memória, mas hoje, quando cheguei em casa cedinho, antes de ir pro trabalho, tive a sensação de voltar pro meu lugar. Não foi sem um pouco de tristeza que eu percebi que a vida muda, muda mesmo. Muitas vezes sem a gente se dar conta. Muitas vezes, sem mesmo a gente querer.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

E chegou mais um final de semana

Estou deixando o escritório, depois de uma corrida ao Fórum Central (eca! eca! eca!).

Na volta, parei na Livraria Cultura do Cjo. Nacional e comprei mais um livrinho, claro!

Pretendo dar uma volta com os cachorros, ver um pouco de novela pra pensar em nada e ficar lendo até pegar no sono, já que estarei sem o marido, que viajou hoje e ficará 10 dias fora. Snif, snif, snif...

Preciso estudar contabilidade nesse final de semana, para a prova que terei na próxima quinta. Dai-me paciência, ó Pai!!!!

Mas quero ver minhas sobrinhas, que não vejo há 10 dias e devem estar bem diferentes já. Também quero ver meus pais, meus irmãos e minha tia.

E quero ir até Sorocaba, para onde não vou há meses! Bom, vou ter que estudar em Sorocaba, se eu realmente for.

Bom, o previsto está aí. Vamos ver qual será o realizado na segunda.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

PQP!!!!!!!!

Alguém mais odeia, mas odeia mesmo, esse Windows Vista???????? Depois que comprei um notebook que já veio com esse Vista minha vida piorou!

Eu sou um anta tecnológica, é verdade, mas não pode ser só antice minha! Nada funciona como antes...N-A-D-A.

Estou espumando de raiva. É sério! E o problema é que esse notebook vai acabar virando uma coisa despedaçada na parede. Nem dormir eu vou conseguir, tamanha a minha irritação.

Quero meu computador e minha vida de antes.

Ditadura na era do conhecimento

Acabei de chegar da aula e estava lendo uns blogs enquanto crio coragem para tomar banho. Tanta gente escrevendo tanta coisa inteligente, divertida, interessante...e eu sem a menor inspiração (ou leia-se talento?).

Fato é que estou cansada. Mentalmente cansada. Quero ler tudo, entender tudo, saber tudo e quando vejo estou assinando trocentas revistas, jornais e sites. Estou me inscrevendo em cursos e palestras, ouvindo notícias no rádio e comprando muito mais livros do que eu poderei ler em duas ou três vidas. Isso mencionando apenas o conhecimento ligado à minha profissão. Ou seja, são revistas, jornais, sites e livros jurídicos. Hoje mesmo pedi num sebo um livro sobre interpretação da lei e dos negócios jurídicos de um jurista italiano. Bárbaro! Mas quando conseguirei ler essa raridade?

Mas o Direito não está sozinho, então tenho que entender de economia, contabilidade, administração, sociologia, psicologia etc etc etc. "O conhecimento é uno", dizem alguns, mas nessa unicidade a cabeça da cabeção da Luciana (como diz minha amiga Lelê) pira!

E tem ainda que sobrar espaço para literatura, para o cinema e para a música, tão essenciais para a minha sobrevivência.

E tem que existir um tempo para os amigos, para o marido, para a família, para os cachorros.

E o dolce far niente?

Non lo so.

A ditadora que existe em mim (e olha que ela manda bem pra c......!) não me deixa pensar ou fazer nada, nem mesmo aos domingos.

domingo, 6 de abril de 2008

Medo!!!

Está nos jornais, nas revistas, na TV e nas rádios: está nascendo um novo bairro privativo em São Paulo. A promessa: casas sem muros, prédios sem grades, namoro na frente de casa e muito mais.

É lindo, mas confesso que tenho um pouco de medo do futuro. Bairro privativo???

PALMAS!

Para o Sérgio Augusto, pela coluna de hoje no jornal O Estado de São Paulo.

Eu não gosto de ler e ver fotos retratando qualquer forma de crueldade contra animais, por pura covardia mesmo. Como se essas coisas não existissem se eu não tomasse conhecimento.

Mas hoje, não sei por qual razão, apesar da foto da foquinha no jornal, eu li a coluna do Sérgio Augusto. Não sem dor no coração, não sem MUITA dor no coração, mas fui até o ponto final.

E saber que alguém, com o espaço que o Sérgio Augusto tem, decide aproveitá-lo para denunciar o maior predador do planeta, me encheu de esperança.

quarta-feira, 19 de março de 2008

NÃO ESTOU ME AGÜENTANDO!!!

SOU TIA DA MARIANA E DA ISABELA. AS COISAS MAIS FOFAS E QUERIDAS DESSE MUNDO.

MUITA SAÚDE PARA ELAS!!!

terça-feira, 18 de março de 2008

Violin, para os íntimos

Viola chegou em casa há quase 15 anos, quando era uma mistura de cocker com fox paulistinha filhote. Branco e preto, cores do Timão, numa época em que o Viola dava o que falar por lá. Não deu outra na escolha do nome.

Nesses quase 15 anos aconteceu de tudo com o Viola: andou por toda a região provocando os cachorros dos vizinhos (como todo cão pequeno, era metido a besta e arranjava encrenca até com a própria sombra), se meteu em muita briga, foi rasgado várias vezes por dentes maiores do que os que ele podia suportar e aprendeu a se fingir de morto quando o negócio ficava realmente feio. Diante daquele corpo inerte, os cachorros abandonavam a briga e o Viola fugia. Eu mesma, quando o tirei das bocas de dois labradores, um bulldog e um shar-pei (todos meus), achei que estava segurando o Viola morto. Foi só ele perceber que estava a salvo para saltar do meu colo cheio de vida.

Já com mais idade, o Viola desenvolveu sopro, catarata e perdeu todos os dentes. Quando achávamos que era o fim, ele começou a nadar. Saía dar uma volta pela manhã, se jogava na piscina, dava várias patadas (umas três ou quatro piscinas) e voltava para a casinha. Virou um velhinho saudável. E mesmo sem os dentes continuava encrenqueiro.

Há umas duas semanas não passou bem e minha mãe, chorando, o levou para o veterinário, certa de que aquela era uma despedida. Mas o bicho voltou e voltou com tudo.

Na última sexta, não passou bem de novo e voltou para o veterinário. Mas dessa vez não voltou para casa com vida.

Eu confesso que não fiquei nem chateada. O Viola viveu como um cachorro, numa época em que tantos desses bichinhos são humanizados por nós, seres humanos carentes. E tenho certeza de que foi um cachorro feliz, cheio de histórias para contar.

No fundo, é isso que conta. Para eles e para seus donos.

PS: minha mãe decidiu enterrar o Viola em casa, ao lado da Aurora, uma vira-lata que viveu conosco uns 3 anos e que merece não um post, mas um livro só pra ela. Encrenqueiro do jeito que ele era, pedimos pra minha mãe ficar de olho, pois daqui a pouco a terra pode tremer por lá.

segunda-feira, 10 de março de 2008

"Cientistas avistam rara baleia branca ASSASSINA"

Estava na primeira página do Terra.

Quando é que vão parar com essa idiotice de dar atributos humanos para os animais? Quando é que vão parar de colocar esse tipo de rótulos nos animais que só matam para comer ou se defender? A pobre da orca (não que ela esteja preocupada com os humanos), por exemplo, vai carregar por quanto tempo o estigma que aplicamos a ela?

PS: eu faço de tudo pra não ler a primeira página do Terra e do UOL, que são sites que acesso bastante, porque mais parecem o Notícia Populares, mas hoje não consegui evitar porque o computador está lerdo demais.

domingo, 9 de março de 2008

A escolha de Sophia

É claro que sempre ouvi falar desse filme, mas não tinha assistido. Só o nome já me dava um pouco de medo: "A ESCOLHA DE SOPHIA". Imaginava qual não seria a escolha que a Sophia teria que fazer. Ainda que ela não escolhesse, não escolher também é uma escolha e imaginava que o filme tratava de algo com o qual não se pode viver depois. Por isso adiava o momento de escolher ver o filme.

Mas na sexta passada, mudando de canal freneticamente de madrugada, eis que descubro que o Canal Futura ia passar o filme. Resolvi encarar.

Sem entrar nos detalhes da história, que me deixaram o sábado todo com a cabeça a mil, pensando que campos de concentração, extermínio e Lebensborn existiram há pouco mais de 60 anos, logo ali na Europa (às vezes a gente sente essas coisas como se fossem ficção), eu fiquei impressionada, impressionadíssima com a interpretação da Meryl Streep.O que foi aquilo? O trabalho daquela mulher, especialmente nesse filme, deveria mandar um monte de atrizes pra casa. E estou falando de atrizes boas.

Meryl Streep dá um show! Recomendo.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Oscar

Hoje é noite de Oscar.

Saudades da época em que eu ficava acordada até tarde, apesar da aula no dia seguinte, para conseguir ver todas as premiações. E na segunda sempre havia uma série de comentários.

Hoje não tenho mais ânimo pra assistir. No dia seguinte mal acompanho as notícias. Não convivo com mais ninguém que comenta as escolhas da Academia.

O que aconteceu? O Oscar ficou chato? Eu? Ou as pessoas com quem convivo?

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

O tempo passa, o tempo voa...

Quase 1 mês desde o último post.

Parece que meus posts virarão apenas resumos do que aconteceu de tempos em tempos.

Bom, meu notebook morreu e no escritório não consigo acessar mais nada que não seja do trabalho. Tá uma loucura!!! Agora consegui emprestado o do marido.

Voltei pro MBA, pra refazer uma matéria (contabilidade) na qual tinha sido reprovada. Sabe que agora que parei pra pensar que foi minha primeira reprovação na escola??? Ah, esse trem é muito sem sentido pra mim. Mas agora tem que ir.

E eu, que só arranjo sarna pra me coçar, começarei uma pós em direito contratual. Vamos ver até onde agüento. Quando, há alguns anos, tive crises de pânico, a psiquiatra me disse que, na verdade, minha síndrome era de Mulher Maravilha. Devia estar mesmo certa.

Teve o carnaval no Rio, com direito a desfile e traição à Mangueira. Acabei desfilando na Mocidade. Foi bem bacana, mas ainda não me perdoei. Acho.

Li bastante até: biografia da Maysa, Na Praia, correspondência do Vinícius de Moraes...huuummm..teve mais, não lembro agora.

Ainda não consegui voltar a correr: uma semana sim, duas não. Tenho andado com muita vontade de dormir até mais tarde.

Não fui mais ao cinema. Devo ir nesse domingo, enquanto os cachorros tomam banho no shopis centi.

Desliguei a TV de casa, assim estou menos poluída. Mas o Marcelo tá lá agora, tentando remontar tudo.

E tenho passado muito tempo mal humorada. Bem mais do que eu gostaria, mas é um negócio incontrolável...ah, tenho perdido muitas sessões de terapia. É preciso ficar mais atenta.

Mas tá valendo a pena!!!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Feriado

E eu de ressaca...braba!!!

Mas uma das coisas boas da vida é sentar num boteco e encher a cara com os amigos até as 6 da manhã.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Saudade

Ontem fez 7 anos que a Vó Cida nos deixou só com lembranças.

Minha Vó Cida, que tinha ao lado da cama uma foto minha e dos meus irmãos, seus únicos netos, e que toda noite dava um beijo no rosto de papel de cada um, pedindo a Deus que nos protegesse.

Minha Vó Cida, que lambia meu pé quando eu era criança (só até você começar a andar, ela dizia, mas eu duvido que ela não tenha lambido a sola cheia de poeira do meu pé).

Minha Vó Cida, que fazia uns bolos da altura de um dedo, só pra que eu pudesse comer toda a massa.

Minha Vó Cida que, sempre que íamos embora, ficava nos fazendo tchau na porta de sua casa até o carro dos meus pais sumiiiiiiiir de vista. E que contava uma hora e meia cravada no relógio para ligar em Sorocaba e perguntar se tínhamos chegado bem.

Minha Vó Cida, que me deixava brincar de cozinha com suas panelas e não reclamava da bagunça.

Minha Vó Cida, que toda semana nos mandava alguma bandeja de doces (nós, quando víamos o carro da minha mãe entrar na garagem de casa, depois de uma visita a sua mãe, já perguntávamos: o que a vó mandou? E ela nunca falhou...nem que pra isso precisasse contar com uma passada rápida da minha mãe na padaria).

Minha Vó Cida, que só soube nos dar carinho e amor.

Um dia, lá pelos meus 20 e poucos anos, quando “já não tinha mais tempo de visitar” minha vó, liguei pra ela apenas pra dizer que a amava muito.

Quando ela nos deixou, sem ao menos dar um aviso prévio de que estava indo, eu me lembrei desse dia. Que alívio! Ao menos uma vez eu disse pra ela que a amava muito.

No início do ano em que ela morreu, eu decidi que iria visitar mais minha avó. E o fiz nos poucos finais de semana que antecederam sua partida. Outro alívio.

Mas ainda assim, nunca é suficiente, não?

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

The weekend

- currasco do sogrão: tenho que confessar que curti a boa roda de samba.
- pouca corrida e muito chocolate, com essa chuva que caiu em São Paulo.
- comecei a ler, por indicação da Cássia Zanon, "Marcas de nascença". Agora não consigo parar de ler, era tudo o que eu estava precisando. Hoje até vou almoçar em casa, só pra continuar a leitura. Quando terminar o livro, farei um post especial (huuum).
- aluguei "O mundo em duas voltas" (algo assim), o filme sobre a família Schürmann. Que coragem daquele casal! Colocar os 3 filhos, e depois a Kat, para viver anos e anos no mar? Mas fiquei fascinada com a determinação e a busca do sonho. E com inveja da Heloísa Schürmann que mora numa casa pequenininha e não precisa ficar dando ordens chatas para a empregada. Tudo bem que ela tem outros problemas pra resolver no barco, mas esse final de semana eu estava mesmo de muito saco cheio de ter que ser dona-de-casa também. Que saudades de quando eu morava com a minha mãe e tudo parecia acontecer como num passe de mágica. Hoje fico pensando no trabalhão que minha mãe teve pra deixar a casa funcionando do jeito que sempre funcionou. As toalhas no banheiro combinavam, as camas estavam sempre arrumadas, as roupas cheirosas nos armários, as coisas no lugar. Bastava você procurar que as encontrava. Isso é muito difícil! Minha casa parece o caos, eu nunca encontro nada, cada toalha está de um jeito no banheiro. Parece que minha empregada não me entende. Ou eu não sei me fazer entender! E pensar que minha mãe não ganhou um salário por isso! Ela merecia 3 vezes o meu salário de advogada. Mais até! Muito mais. E ela nunca reclamou, estava sempre sorrindo. E ela deve ter sentido tanto a falta do seu trabalho como secretária, que ela deixou pra ficar com os filhos.

Bom, mudei totalmente de assunto. No fundo esse post é pra dizer que admiro demais a minha mãe, e agradeço todos os dias pelas existência dela. E essa admiração se estende a todas as mulheres que resolveram passar parte da vida se dedicando à casa e aos filhos. Puta trabalhão!!!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Ó vida!

Acordei num mau humor hoje de dar medo!

E depois, assim num papo qualquer, você fica sabendo de coisas das quais você nunca gostaria de tomar conhecimento. Como tem gente podre e nojenta no mundo! E tão perto de mim!!! Eca, eca, eca...

Vai passar, logo passa, mas eu queria muito nesse momento voltar pro útero da minha mãe.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Balanço

Chegou 2008...amanhã começa pra valer e eu estou com uma baaaita preguiça!

Mas antes, vamos ao balanço de 2007:

PONTOS ALTOS:

- volta para o escritório de onde não devia ter saído
- viagem para Chicago e NYC
- viagem para Punta
- carnaval no Rio
- descobrir que serei tia pela primeira vez
- mudança de casa
- volta à corrida
- oficina de escrita

PONTOS BAIXOS:

- operação do meu pai e a crise que a antecedeu
- passagem pelo Tozzini
- não conseguir engravidar

Conclusão: valeu! Que venha 2008!!!