Ontem fez 7 anos que a Vó Cida nos deixou só com lembranças.
Minha Vó Cida, que tinha ao lado da cama uma foto minha e dos meus irmãos, seus únicos netos, e que toda noite dava um beijo no rosto de papel de cada um, pedindo a Deus que nos protegesse.
Minha Vó Cida, que lambia meu pé quando eu era criança (só até você começar a andar, ela dizia, mas eu duvido que ela não tenha lambido a sola cheia de poeira do meu pé).
Minha Vó Cida, que fazia uns bolos da altura de um dedo, só pra que eu pudesse comer toda a massa.
Minha Vó Cida que, sempre que íamos embora, ficava nos fazendo tchau na porta de sua casa até o carro dos meus pais sumiiiiiiiir de vista. E que contava uma hora e meia cravada no relógio para ligar em Sorocaba e perguntar se tínhamos chegado bem.
Minha Vó Cida, que me deixava brincar de cozinha com suas panelas e não reclamava da bagunça.
Minha Vó Cida, que toda semana nos mandava alguma bandeja de doces (nós, quando víamos o carro da minha mãe entrar na garagem de casa, depois de uma visita a sua mãe, já perguntávamos: o que a vó mandou? E ela nunca falhou...nem que pra isso precisasse contar com uma passada rápida da minha mãe na padaria).
Minha Vó Cida, que só soube nos dar carinho e amor.
Um dia, lá pelos meus 20 e poucos anos, quando “já não tinha mais tempo de visitar” minha vó, liguei pra ela apenas pra dizer que a amava muito.
Quando ela nos deixou, sem ao menos dar um aviso prévio de que estava indo, eu me lembrei desse dia. Que alívio! Ao menos uma vez eu disse pra ela que a amava muito.
No início do ano em que ela morreu, eu decidi que iria visitar mais minha avó. E o fiz nos poucos finais de semana que antecederam sua partida. Outro alívio.
Mas ainda assim, nunca é suficiente, não?
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
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Um comentário:
faço o mesmo comentário que você deixou no meu blog quando falei da minha vovó: o importante foram os momentos vividos junto com ela...
adorei, Lu!
Beijoca
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