terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Tempo

Liguei para um cliente e durante a espera fiquei ouvindo uma música da Tracy Chapman: Baby can I hold you tonight. Imediatamente voltei para 1989, para uma festa de 15 anos em Sorocaba, cidade onde cresci.

Lá estava eu, de vestido branco justo e luvas, pois iria dançar a valsa, cabelo arrumado e maquiada, dançando essa música com um paquera (o termo "paquera" já deve mostrar que estou envelhecendo, não?).

Outra dia mesmo vi esse vestido na casa da minha mãe e pra minha surpresa ele não me servia. Não, não é que eu ache que eu tenho o mesmo corpo, claro que não, pois tenho espelho em casa. O susto foi de que eu não tenho mais 15 anos. O susto foi de que desde aquela festa já se passaram mais de 20 anos! Eu não diria que parece que foi ontem, porque não parece. Mas há 10 anos eu até poderia dizer que sim.

Há 20 anos eu era uma adolescente pensando sobre o que eu faria da vida e hoje eu não sou mais adolescente, mas continuo pensando sobre o que farei da vida. Será por isso que não percebi essa passagem do tempo? Isso significa que sou imatura? Perdida? Ou que a vida passa rápido demais? Ou significa que eu não tenho nada melhor pra fazer no momento ao invés de ficar pensando nessas coisas, o que me leva de novo à pergunta: sou imatura e perdida?

Lembro de um dia, quando eu devia ter uns 8 ou 9 anos de idade, conversar com uma amiga e pensar que no ano 2000 eu teria 25 anos de idade. Na hora me imaginei uma senhora segura de si, vestindo um tailler, buscando os filhos na escola depois de um dia de trabalho e pensando no que faria para o jantar.

Uma década já se passou desde o ano 2000 e eu me sinto mais parecida com a menina sonhadora de 9 anos do que com a mulher segura de 25.

Não sei se fico feliz ou triste.

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