Ontem, depois de uma semana na casa nova, resolvi arrumar a biblioteca. Por ser a minha parte preferida, comecei animada: abrir as mais de 40 caixas com livros, redescobrir títulos, autores e edições, folhear um pouco aqui, ler um trecho ali...sabia que ia curtir o trabalho nessa parte da casa.
Como tento manter um certo critério, resolvo primeiro abrir todas as caixas pra ver o que continham. Muitos livros foram embora, principalmente os jurídicos. Outros vão pro escritório, mais pra liberar o espaço em casa mesmo. Enfim, foram horas abrindo caixas e vendo os livros que vão e os que ficam. Ao final, estou com os livros espalhados por todo o chão. Não há onde pisar.
Decido preencher as estantes (alugamos a casa de uma amiga que tinha também muitos livros e as estantes ficaram todas) e começo a usar algum critério: literatura estrangeira, literatura brasileira, relatos de viagens, biografias, poesia etc etc etc. Redescubro vários livros da época da faculdade de Rádio e TV. Livros que eu li, pois estão grifados e comentados, como faço com todos que leio até hoje.
Nas páginas de Olga encontro uma carta da Vanessa, uma grande amiga, soulmate mesmo, que faleceu em 1998. A carta é de 1994 e como não tínhamos email trocávamos cartas com relatos dos finais de semana!
Selecionadas as áreas, decido colocar os autores por ordem alfabética, mas em literatura brasileira, por exemplo, não consegui separar o Jorge Amado da Zélia Gattai. Tudo bem que eu acho que a Zélia Gattai não faz literatura, mas já que tenho e li alguns dos livros de memória dela, coloco-os na estante. E ao lado do Jorge. Quem sou eu para separá-los...
O mesmo aconteceu com Sartre e Simone de Beauvoir.
Na parte de política e ciências sociais misturei Serra com FHC e Ciro Gomes (nas eleições de 2002 eu estava decidida a ler um pouco sobre cada candidato) pra ver se eles se entendem.
Em biografias, quando o cansaço já tinha mandado o critério pra longe, joguei toda a galera lá, mas depois vi que alguns ficariam tristes com os vizinhos que eu lhes tinha arranjado. Então deixei Stalin com o Mao, por exemplo, pois eles devem se entender e Olga com as cartas do Prestes, claro.
Quando cheguei em poesia, não achei meus livros do Fernando Pessoa e Manuel Bandeira. Paniquei...
Em Literatura Estrangeira, sumiço da trilogia do Nagib Mahfuz, os livros da lista dos meus preferidos. Mais pânico.
Bom, só sei que ontem não tinha forças pra terminar o trabalho e hoje, na volta de Sorocaba (fui ver meus bichos que estão na casa da vó enquanto colocamos a casa em ordem) resolvi continuar. Descobri mais caixas com livros que me farão mudar muita coisa que achava estar terminada ontem. Ai, que preguiça!
Achei Fernando Pessoa e Manuel Bandeira, mas cadê a trilogia do Nagib Mahfuz???
Acabei de me tocar que muitos do Rubem Alves também não estão aqui. Esses eu nem me importo tanto, mas devo ter mais caixas ainda. Bom, o que eu mais quero mesmo é achar a trilogia, pois o segundo deles eu rodei os sebos de São Paulo para encontrar.
São Longuinho, São Longuinho...
domingo, 23 de setembro de 2007
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Um comentário:
Ah, os livros. Lá em casa os meus são relegados a prateleiras "cedidas" pelo Márcio, que detém o monopólio das estantes. Mas sabe que isso acabou sendo bom? Criei um desapego tão grande em relação a esses objetos que, afinal, não passam de objetos. E agora só guardo mesmo os melhores do que bons. Os bonzinhos e mais ou menos dançam. Sem dó.
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