quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Meus dotes culinários

Há 2 anos ganhei de uma tia que cozinha tanto quanto eu um grill George Foreman. Diz ela que não come mais nada que não passe por ele. Dá pra ter uma idéia, então, de que tipo de talento culinário estou falando, não?

Há 2 anos não mexo no George Foreman. Nem no forno convencional. Nem no fogão. No máximo no microondas. Tá bom, nesses dois anos eu fiz uma massa com molho de shimeji e outra com molho branco, tudo receita fácil e rápida que uma amiga me passa. Foi o máximo que fiz e pra mim está de bom tamanho.

Acho que o grande problema está na minha neurose e no meu irritante apego às regras. Tudo vira uma tensão só. Se está na receita que temos que mexer rápido tal coisa para não engrossar e imediatamente jogá-la numa travessa, sei lá, eu fico ensandecida mexendo a tal mistura e não posso esperar nem um segundo para passá-la pra onde devo. Passo o tempo lendo a receita, relendo, falando em voz alta, riscando o que já fiz, olhando no relógio. Ou seja, não é nada prazeroso. O carrasco que há dentro de mim não dá um tempo.

Eis que hoje, com preguiça de ir à Casa do Saber assistir a penúltima aula sobre Shakespeare, resolvi ficar em casa. Só que logo que cheguei senti fome. Ou melhor, cheguei com fome. Abre aqui, abre lá, não achei nada interessante.

Resolvi ir até a despensa, que é o Pão de Açúcar colado à minha casa nova. Senti vontade de comer um hamburguer com pão, mas e a preguiça de fazer o hamburguer? Juro, me dá preguiça! Precisava comprar algo pronto, de preferência já quente e no prato. Mas então lembrei do George Foreman!

- O quê, vou usá-lo?
- Vai, usa.
- Não, tem que lavar e eu nem sei mexer naquele troço.
- É, larga o hamburguer aí.
- Ah, não. Não é possível que eu não vá usar nem o George Foreman.
- É, tem razão. Vai usar e é hoje. Questão de honra.
- Mas vou ter que ler o manual, não sei nem ligar aquela birosca.
- Não pode ser tão difícil assim. Minha tia usa! Se minha tia usa, não preciso de mais argumentos.

Terminado o diálogo entre meus eus, saí do supermercado com o hamburguer e chegando em casa liguei o George Foreman. Realmente é ridículo de usar, mas eu consigo ser ainda mais ridícula. No manual (sim, eu peguei o manual) estava escrito que eu não devia deixar o aparelho ligado enquanto estivesse ausente.

Gente, é o tipo de aviso pra quem vai ficar horas fora de casa ou vai viajar, sei lá. Mas eu, euzinha neurótica na cozinha, queria subir pegar meu notebook enquanto o hamburguer fritava (aquele treco frita? acho que grelha, né?) e não tinha coragem: vai que o treco explode bem enquanto eu estou na escada! Já imaginou?

Mas eu me rebelei contra o carrasco e fui. Deixei o grill ligado enquanto eu fiquei ausente da cozinha por uns 30 ou 40 segundos. Totalmente revolucionária.

E aqui estou eu, de pancinha cheia depois de ter comido dois hamburguers!

Agora, pra finalizar esse post: aquela gordura que escorre do grill é uma das coisas mais nojentas que já vi! Eca!!!

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