sexta-feira, 15 de junho de 2007

Antes que a vida seja desperdiçada

Há dois dias assisti pela segunda vez o delicioso filme "Antes do amanhecer". A primeira tinha sido há uns dez anos, eu acho, mas eu me lembrei que naquela época eu fiquei com a certeza de que Celine e Jesse iriam se encontrar no dia 16 de dezembro de 1995, afinal, o ser humano precisa de um final feliz e eu não sou diferente.

Como eu agora tinha alugado "Antes do amanhecer" e "Antes do pôr do sol" (então já sabia que eles não tinham se encontrado em dezembro de 95), passei o dia de ontem ansiosa para ver o final dessa história, a não ser que tivéssemos que esperar 2013 para isso, o que no fundo me parecia inverossímil. O que eu gostaria de dizer para Celine e Jesse é que essa história de manter apenas uma lembrança feliz e mágica do outro, sem deixar com que a convivência estrague a relação pode ser, sim, muito bonita, mas dividir seus dias, bons ou ruins, sempre com a mesma pessoa também é um belo e delicioso desafio que eu acho que vale a pena. Vale ao menos tentar.

Não foi fácil assistir "Antes do pôr do sol". Eu estava tensa imaginando o que Richard Linklater iria me reservar e eu só relaxei quando ouvi Jesse dizer "I know". Está certo que o meu lado extremamente neurótico e ansioso ficou pensando se ele sabia que o vôo iria atrasar apenas alguns dias ou para sempre, mas depois concluí que eu estava exagerando no racional. Na minha cabecinha romântica ele nunca mais entrou num vôo, a não ser que fosse para viajar pelo mundo com Celine ao seu lado. E isso basta.

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