terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O pernilongo

Há mais de uma hora estou sentada na cama com o notebook no colo, sendo olhada por um pernilongo pousado no lustre. Ele está lá, imóvel, e tenho certeza que assim ficará enquanto continuo por aqui, enquanto tomo banho, janto e descanso, até o momento em que eu resolver me enfiar debaixo do edredon e fechar os olhos.

Sei que ele está me olhando, só esperando a chegada do meu sono. É nessa hora, quando ele notar que eu fechei os olhos, que esse desgraçado virá voando tranquilamente até a minha orelha para acabar com o meu sossego. Enquanto estou aqui desperta, ele fica lá só de butuca, esperando o momento do golpe.

Ele e outros familiares e amigos que vivem nas redondezas estão me deixando em tal estado de nervo que venho eliminando todos que passam pela minha frente, com as minhas próprias mãos. Impressionante como tenho aprimorado minha técnica de extermínio de pernilongos! Nem vontade de colocar aqueles lançadores de veneno no quarto eu tenho, tamanho é o prazer que sinto ao vê-los mortos nas minhas mãos.

Olho pra cima, ele continua lá, me desafiando. Tentarei ser mais esperta do que ele e acabar com a vida dele antes que ele acabe com o meu sono.

Já volto...

1 minuto depois: minha blusa está presa no lustre, mas ele está morto!!!

3 comentários:

Murillo diMattos disse...

Oi Lu! Em primeiro lugar obrigado pela visita que você fez em meu Blog, apesar de não ter entendido sobre o fato de não ter conseguido fazer anteriormente outros comentários.
Como eu disse antes, você sempre surpreendendo, agora tanto pela visita feita, quanto pelo texto “O Pernilongo”. Você é de uma linha de pessoas que andam escassas - acho que já disse isso, mas não me importo em ser repetitivo, já que a vida é feita de uma continuidade de repetições, não é? Bem, como dizia antes de viajar nessa minha filosofia barata... você é assim, rara, e que bom que não é esporádica, já que sempre que lhe faço uma visita encontro textos como esse. Ao longo do que lia, descobria algo em comum contigo - não que já não tivesse descoberto outras coisas; Vinicius é uma delas! Mas dessa vez foi essa sua caça por estes bichinhos que insistem em nos visitar toda noite... é, eu compartilho o seu asco! Eu amante da natureza tenho ojeriza pelos mesmos. E sinto dizer que a culpa dessas pestes (não me atrevo a chamá-los de desgraçados como você o fez), é nossa... e de toda a humanidade. Mudamos os hábitos alimentares de muitos outros seres, pois diariamente produzimos comida fácil para eles, ou seja o nosso lixo. Pássaros e ratos são alguns entre tantos outros. Já reparou que você quase não vê abelhas por aí, e quando as vê elas estão disputando o lixo com as moscas, pombos, cães, cavalos e infelizmente seres humanos. É, isso é só um exemplo. Então, sem predadores, e com o homem avançando cada vez mais as matas, as florestas, habitat desses vampirinhos, ou melhor, vampirinhas, já que é a fêmea que gosta tanto do nosso líquido precioso, será cada vez mais comum a visitinha dessas chupa-sangue zumbidoras de pé de ouvido. No meu blog postei alguma coisa nessa linha de pensamento. E como gostaria de lhe “ver” por lá de novo, peço que faça uma visitinha e leia, ok? Ah, e dessa vez fique mais um pouco, por que a sensação que eu tive, é que foi uma visitinha de médico, rápida rápida. E aproveite e me diga se quer participar do concurso de poesia que eu estou tentando realizar... tá meio difícil, mas sou teimoso e persistente como um bom caçador de pernilongos (precisamos revelar ao mundo a nossa técnica e dizer não aos sprays poluidores de ar).

Um abraço...

Do seu amigo virtual

P.s: Você não disse como é que fez para pegar a sua blusa!?!?!?!?

Lone D®@gon disse...

Tai, se você me autorizar eu publico isso no meu blog, será a primeira vez que eu vou postar algo assim, de minha autoria por lá. Se vc autorizar só dá um tempinho por que eu ainda vou registrar (já tive muitos textos roubados!). E digo: não se assuste, isso tudo é de forma saudável. Pois sou um cara metido a poeta que ainda se encanta com a inteligência e a sensibilidade. Viu quem mandou demonstrar tudo isso em seu blog!?!?! Então tai, aprove ou reprove:


Te guardo
De forma virtual
Entre meus favoritos
Lá entre endereços eletrônicos de música e poesia
Acho que você merecia isso; estar bem no meio dessas coisas
Por que acho que há musicalidade no que escreve
E o que escreve é algo poético, inquietante
É gente se mostrando em verdade
É algo além do rosa da sua página
É preto no branco.
Verdade nua e crua
Sentimento saindo... tomando rumo pelo ar
Encantando quem ele toca
É vento
É você...
É como filme mudo, suas palavras têm gestos
Meio que Charles Chaplin; faz rir e faz chorar
Quase que um Abaporu
Te guardo, antes que pense, bem longe de meus exageros
Mas assim perto dos ouvidos
Ouvindo Marisa Monte... as vezes até Cartola ou Adoniran
Te guardo, ali no quinto item
No totem de sites prediletos
E assim de forma fácil,
Longe do seu transito caótico
Daquele taxista inconveniente
Das nuvens de pernilongos.. te posso achar melhor
E te leio quase que diariamente, religiosamente...
E releio e relaxo e exprimo sussurros de ”que bom!”
Te guardo, mas não só pra mim
Já que te anuncio nos quatro cantos do meu pequeno mundo
Digo a todos que você existe e que você gosta de existir
Digo a todos que sou seu fã de uma forma especial
Pois descobri a tal afinidade
A tal amizade especial
A tal admiração sem busca de outros caminhos
Digo que você é um atalho entre a minha mesmice e a surpresa das tuas palavras
Digo que você descobriu a cor de ser urbana e quer colorir a tua cidade
Digo que você é a observadora do cotidiano
Que é uma medrosa como eu... e que assume de forma corajosa, isso sem risco algum
Digo a todos que te conheço, a amiga que nunca vi
Mas que de alguma forma eu já te visualizo
Pois já disse há imagem no que você escreve
Digo a todos a beleza que há nas suas letras violetas rosadas
Te anuncio assim
Com essa determinação que parece não ter fim
Tento assim, te reescrever num poema que não seja esse
Pois esse se desalinhou da rima, e nem de longe terá cara de canção
Mas sim aquele que de repente entre uma mordida de pernilongo
Ou debruçado sobre a janela, venha
Por que esse como já disse se não me tivesse dado calo na mão
Teria virado livro.
Te guardo não como mais um link
E sim como aquela pessoa sempre presente
Seja nas horas boas
Seja nas horas ruins
Me dizendo de você
Eu acabo lendo um pouquinho de mim...

- Real, Surreal e Virtual –
09/12/2009
20:00h
(Mu®illo diM@ttos)

p/ Lu Gerbovic

Murillo diMattos disse...

Não há de quê! Não há de quê! Não há de quê, eu é que agradeço! Conhecer pessoas que se vestem com a verdadeira pele de gente, é sempre um prazer. E foi isso o quê aqui aconteceu; suas palavras chamaram a minha atenção, que confesso anda um pouco meio que distraída para essas coisas assim. Mas como vi que havia e que há, e que ainda haverá poesia escorrendo dos teus dedos, em tuas letras rosadas, desse teu pensamento intranqüilo (no bom sentido da coisa, graças a Deus!). As vezes acho que você pensa como dizia (ainda diz!) Clarice Lispector: “Segurei o instante entre os dedos....”. Por isso eu é que te agradeço, você está me fazendo um grande favorzão; me mostrando que ainda há um pouco de humanidade aí por esse mundão tão seco. E poesia é a grande música que Deus nos inspirou (meio piegas? Não importa!). De novo eu é que agradeço: obrigado e obrigado!...

E então, vai participar do meu concurso de poesia, ou não!?!?!?!

Um abraço ao redor do coração...