Eu apenas tive O final de ano mais corrido ever, tanto que dia 24 à tarde, depois de sair do escritório, eu estava fazendo compras de Natal. E tudo isso pra que mesmo?
Foi o primeiro Natal em que minha família não se juntou com a família do meu marido, então tivemos que nos dividir. Espero que não se repita! Nessas horas você percebe que pessoas que não dão valor pra reuniões familiares durante o ano dão muita importância para a reunião do dia 24, na qual a gente se entope de comida e troca presentes sem nem mesmo saber a razão.
Percebi também que minha família precisa urgente de crianças, pois um bando de adultos se achando no direito de comer tudo o que vê pela frente é muito sem graça!
Olha, esse ano não deu. O espírito natalino do paulistano me contagiou: nesse mês de dezembro, no trajeto casa-escritório-casa eu vi várias brigas no trânsito. Gente se agredindo de tudo quanto é jeito. Não estou exagerando, foi mesmo de assustar.
O bom é que passou rápido.
Que venha 2008....tô animada, pois adoro o número 8.
terça-feira, 25 de dezembro de 2007
sábado, 24 de novembro de 2007
Durante o sumiço...
- dei uma palestra, pela primeira vez, sobre licenciamento de marcas. Foi bem legal!
- trabalhei (e ainda estou trabalhando) bastante
- fiquei gripada
- corri pouco
- recebi muitos amigos em casa
- fui para a praia
- comi muito e muito bem
- comprei ingressos para o Cirque du Soleil
- assisti ao jogo Brasil x Uruguai no Morumbi, na torcida do Uruguai!
- decidi que vou cozinhar (de vez em quando) e comprei vários utensílios e livros de receitas
- comecei a ler (de novo só que com mais afinco) "Em busca do tempo perdido"
- preparei dois poemas para a exposição que farei com a Oficina de Escrita na próxima segunda
- fiz matrícula no curso de especialização em direito contratual
- fiz muita faxina
- brinquei com os cães
- fui só uma vez ao cinema ver "Antes só do que mal casado"
- decidimos onde será a passagem do ano
- acabei os cursos na Casa do Saber
- continuei triste e indignada com a maioria das notícias
- reencontrei pessoas queridas
- acho que toquei a vida mais do que ela me tocou
- trabalhei (e ainda estou trabalhando) bastante
- fiquei gripada
- corri pouco
- recebi muitos amigos em casa
- fui para a praia
- comi muito e muito bem
- comprei ingressos para o Cirque du Soleil
- assisti ao jogo Brasil x Uruguai no Morumbi, na torcida do Uruguai!
- decidi que vou cozinhar (de vez em quando) e comprei vários utensílios e livros de receitas
- comecei a ler (de novo só que com mais afinco) "Em busca do tempo perdido"
- preparei dois poemas para a exposição que farei com a Oficina de Escrita na próxima segunda
- fiz matrícula no curso de especialização em direito contratual
- fiz muita faxina
- brinquei com os cães
- fui só uma vez ao cinema ver "Antes só do que mal casado"
- decidimos onde será a passagem do ano
- acabei os cursos na Casa do Saber
- continuei triste e indignada com a maioria das notícias
- reencontrei pessoas queridas
- acho que toquei a vida mais do que ela me tocou
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
Meu sumiço
Muitos contratos pra redigir, palestra pra preparar, poemas para apresentar, estudos por fazer...e o dia-a-dia pra cuidar!
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Na novela das oito
Geeeeente, eu quero uma bicicleta igual à que a Aline Moraes estava pilotando em Paris. Liiiinda!
No intervalo... "o que faz você feliz?"
- viver com cachorros
- conhecer gente que gosta de animais
- ajudar cachorros na rua (ou ver alguém ajudando)
- livrarias
- viagens
- almoço em família
- comer fora
- doce
- amigos
- um bom filme
- massagem
- carinho nos pés
- conhecer pessoas e lugares interessantes
- ouvir música que eu considero boa
- gargalhada
- correr pela manhã
- jogar conversa fora depois da refeição
- barulho de chuva
- luz acessa em dia nublado e chuvoso
- conhecer gente que gosta de animais
- ajudar cachorros na rua (ou ver alguém ajudando)
- livrarias
- viagens
- almoço em família
- comer fora
- doce
- amigos
- um bom filme
- massagem
- carinho nos pés
- conhecer pessoas e lugares interessantes
- ouvir música que eu considero boa
- gargalhada
- correr pela manhã
- jogar conversa fora depois da refeição
- barulho de chuva
- luz acessa em dia nublado e chuvoso
Ai, que falta de paciência
Tô aqui mudando os canais da TV (já dizia minha querida Mafalda que, para pensar em frente à TV, só sentando perante o aparelho desligado) e parei no Jornal da Rede TV!, para ver as notícias sobre as eleições na Argentina. Papo vai, papo vem, os caras mencionam o nome da Isabelita Perón, colocando imagens da Evita.
Ah, me poupe! Falou em mulher do Perón, já colocam imagem da Evita, como se ele tivesse sido casado apenas uma vez. Que irritante! Custa fazer a lição de casa?
Ah, me poupe! Falou em mulher do Perón, já colocam imagem da Evita, como se ele tivesse sido casado apenas uma vez. Que irritante! Custa fazer a lição de casa?
domingo, 28 de outubro de 2007
Saindo do sério
Já mencionei por aqui o tanto de coisas que me irritam, mas algumas irritam mais do que as outras. Algumas, aliás, provocam minha ira! É o caso de pessoas com carteirinhas de estudante falsas, querendo levar vantagem na compra de um ingresso pro cinema ou pro teatro. Pessoas essas que têm justificativa pra tudo: "mas o ingresso é muito caro." Claro que é caro, mané, porque uma porcentagem enorme do público irá pagar meia entrada com uma carteirinha falsa. E o artista, o produtor, o dono do teatro etc etc etc também precisa se sustentar.
O mesmo serve para quem compra CD e DVD pirata!
Essas mesmas pessoas ficam te mandando email reclamando dos políticos que passam a mão no dinheiro público. Deixa eu ver se entendi: quando metem a mão no teu dinheiro você sabe muito bem o que é ética, moral e respeito à lei, mas se for pra meter a mão no dinheiro dos outros, aí você tem razão porque o outro (artista) já ganha muito e não precisa de mais dinheiro? Por que então reclamar do político que passa a mão na tua grana, se você também mora bem, come bem, se veste bem, viaja nas férias, estuda etc etc etc? Ou seja, você não precisa de mais!
Olha, apenas uma moral definida já iria me deixar contente. O que não dá pra agüentar é esse povo que defende a moral e a ética de acordo com a própria conveniência.
Nossa, que raiva que isso me dá!!!
O mesmo serve para quem compra CD e DVD pirata!
Essas mesmas pessoas ficam te mandando email reclamando dos políticos que passam a mão no dinheiro público. Deixa eu ver se entendi: quando metem a mão no teu dinheiro você sabe muito bem o que é ética, moral e respeito à lei, mas se for pra meter a mão no dinheiro dos outros, aí você tem razão porque o outro (artista) já ganha muito e não precisa de mais dinheiro? Por que então reclamar do político que passa a mão na tua grana, se você também mora bem, come bem, se veste bem, viaja nas férias, estuda etc etc etc? Ou seja, você não precisa de mais!
Olha, apenas uma moral definida já iria me deixar contente. O que não dá pra agüentar é esse povo que defende a moral e a ética de acordo com a própria conveniência.
Nossa, que raiva que isso me dá!!!
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
Fim do dia
Tô tão triste com a humanidade hoje que acho que vou pular a Casa do Saber. É gente demais.
Quero ir pra casa ficar com meus cachorros, pra que eles possam me mostrar que a animalidade compensa o que há na humanidade (faz sentido o que escrevi? Não sei se me expressei bem, mas tô com preguiça de rever agora).
Talvez eu pegue um livro. Faz tempo que não leio nada (algo inédito na minha vida, mas que resolvi respeitar).
É isso.
Quero ir pra casa ficar com meus cachorros, pra que eles possam me mostrar que a animalidade compensa o que há na humanidade (faz sentido o que escrevi? Não sei se me expressei bem, mas tô com preguiça de rever agora).
Talvez eu pegue um livro. Faz tempo que não leio nada (algo inédito na minha vida, mas que resolvi respeitar).
É isso.
E vem mais desabafo
A cada ano descubro que eu gosto menos do verão, talvez porque a cada ano a Terra fique mais quente, sei lá.
Mas além da malemolência, da preguiça, da vontade de passar o dia encostada numa barra de gelo, o que tem me incomodado ultimamente é essa mania que o brasileiro tem de sair mostrando o corpo no verão.
Homens do meu Brasil, entendam que pra sair sem camisa pelas ruas só se for o Gianechinni (como escreve o nome dele?) ou o Brad Pitt. E olhe lá! Tem me dado cada vez mais nojo ver esse monte de peito e barriga peludos por aí. Ah, não, quem quer ver tudo isso que se tranque entre quatro paredes!
E o mesmo vale para a mulherada.
O meu marido disse que essa minha implicância se deve ao fato de eu já não estar com tudo em cima, mas até que pra 32 anos eu tô bem...rsrs. Sei lá de onde vem essa nova implicância. Talvez do fato de que no verão as pessoas achem que vale tudo.
Se eu tivesse dinheiro, passaria os próximos 6 meses no hemisfério norte.
Mas além da malemolência, da preguiça, da vontade de passar o dia encostada numa barra de gelo, o que tem me incomodado ultimamente é essa mania que o brasileiro tem de sair mostrando o corpo no verão.
Homens do meu Brasil, entendam que pra sair sem camisa pelas ruas só se for o Gianechinni (como escreve o nome dele?) ou o Brad Pitt. E olhe lá! Tem me dado cada vez mais nojo ver esse monte de peito e barriga peludos por aí. Ah, não, quem quer ver tudo isso que se tranque entre quatro paredes!
E o mesmo vale para a mulherada.
O meu marido disse que essa minha implicância se deve ao fato de eu já não estar com tudo em cima, mas até que pra 32 anos eu tô bem...rsrs. Sei lá de onde vem essa nova implicância. Talvez do fato de que no verão as pessoas achem que vale tudo.
Se eu tivesse dinheiro, passaria os próximos 6 meses no hemisfério norte.
Preciso desabafar
Há dias e momentos em que sinto uma raiva tão grande, mas tão grande dentro de mim, que o melhor seria me colocar numa camisa de força pra evitar um ato de fúria estúpido. Hoje o dia começou assim. Espero que melhore com o passar das horas. Mesmo porque, se piorar, vai dar m....
Já fiquei chateada ao descobrir que minha nova empregada, de quem eu já aprendi a gostar, se acha no direito de usar as coisas que estão na nossa casa. Coisas bem pessoais, inclusive. Mas até aí tudo bem, vou tentar esclarecer tudo numa conversa.
Depois fui ler o blog da Cássia e fiquei sabendo que um artista (pras negas dele) sei lá de onde (não guardei o nome, o local, etc) resolveu amarrar um cachorro vira-lata num corda bem curta e deixá-lo exposto para o público, sem água e comida, para que ele morresse à vista de todos. Até entendi o ponto da questão, mas o que o pobre do cachorro tem a ver com isso? Dessa notícia sobre crueldade contra animais eu fiquei sabendo de tantas outras, que nem vou tentar reproduzir.
Cara, isso me deixa furiosa! Não consigo pensar em nada pior do que a covardia humana. O homem, na sua prepotência, se achando no direito de usar e abusar de um ser que não tem poder de reação. Aí incluo atitudes covardes contra animais, crianças, idosos e qualquer outro ser humano incapaz de se defender, ainda que naquele momento.
Para esse artista, eu desejo que um dia morra de inanição na frente de tantas outras pessoas que não moverão uma palha sequer para ajudá-lo.
Para aqueles estudantes de direito que arrastaram uma cadela grávida amarrada no carro, até a morte (claro), eu desejo que seus filhos sofram o mesmo.
Para as mães que jogaram seus filhos no rio, no mato, no puta que o pariu, eu desejo que morram secas e largadas em algum canto desse mundo. Para um homem incapaz de controlar seus instintos sexuais, eu desejo que morra com um c...... bem grande enfiado goela abaixo.
E por aí vai...
E para as peruas que páram seus carros em fila dupla, para os que dão carteiradas pra conseguir algo tão imbecil quanto pular a filar num restaurante, para os que acham que o dinheiro é a lei, vão todos pra puta que os pariu!!!
Tudo o que escrevi é horrível, eu sei, mas eu disse que precisava desabafar...
Já fiquei chateada ao descobrir que minha nova empregada, de quem eu já aprendi a gostar, se acha no direito de usar as coisas que estão na nossa casa. Coisas bem pessoais, inclusive. Mas até aí tudo bem, vou tentar esclarecer tudo numa conversa.
Depois fui ler o blog da Cássia e fiquei sabendo que um artista (pras negas dele) sei lá de onde (não guardei o nome, o local, etc) resolveu amarrar um cachorro vira-lata num corda bem curta e deixá-lo exposto para o público, sem água e comida, para que ele morresse à vista de todos. Até entendi o ponto da questão, mas o que o pobre do cachorro tem a ver com isso? Dessa notícia sobre crueldade contra animais eu fiquei sabendo de tantas outras, que nem vou tentar reproduzir.
Cara, isso me deixa furiosa! Não consigo pensar em nada pior do que a covardia humana. O homem, na sua prepotência, se achando no direito de usar e abusar de um ser que não tem poder de reação. Aí incluo atitudes covardes contra animais, crianças, idosos e qualquer outro ser humano incapaz de se defender, ainda que naquele momento.
Para esse artista, eu desejo que um dia morra de inanição na frente de tantas outras pessoas que não moverão uma palha sequer para ajudá-lo.
Para aqueles estudantes de direito que arrastaram uma cadela grávida amarrada no carro, até a morte (claro), eu desejo que seus filhos sofram o mesmo.
Para as mães que jogaram seus filhos no rio, no mato, no puta que o pariu, eu desejo que morram secas e largadas em algum canto desse mundo. Para um homem incapaz de controlar seus instintos sexuais, eu desejo que morra com um c...... bem grande enfiado goela abaixo.
E por aí vai...
E para as peruas que páram seus carros em fila dupla, para os que dão carteiradas pra conseguir algo tão imbecil quanto pular a filar num restaurante, para os que acham que o dinheiro é a lei, vão todos pra puta que os pariu!!!
Tudo o que escrevi é horrível, eu sei, mas eu disse que precisava desabafar...
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Meu pé, meu querido pé
Sabe o que eu fiz hoje na hora do almoço?
Fiquei colhendo jabuticaba do pé, aqui em casa, aqui em São Paulo, sim, sim, sim.
Jabuticabas gordas e doces.
Só isso já valeu a mudança.
Fiquei colhendo jabuticaba do pé, aqui em casa, aqui em São Paulo, sim, sim, sim.
Jabuticabas gordas e doces.
Só isso já valeu a mudança.
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
Quem quer aprender, aprende
Estava lendo na Folha os sete pecados que os pais cometem ao educar os filhos. O segundo era:
2 Querer ser "o dono" da brincadeira
A cena: Convencido dos benefícios que brincar com o filho traz, o pai se aproxima da criança com uma caixinha de ferramentas. A caixinha é logo transformada em avião, mas o pai quer brincar do "jeito certo", ensinando o filho a encaixar o parafuso de plástico no suporte.
Comentário: O lado meio "mandão" dos adultos é um dos primeiros aspectos apontados pelas especialistas ouvidas pela Folha. "Muitos pais dizem 'vamos jogar bola' sem perguntar ao filho se ele quer mesmo jogar bola", comenta Marilena Flores, presidente da IPA (Internacional Playing Association, no Brasil, Associação pelo Direito de Brincar). O adulto também não precisa encarar a brincadeira como o momento de "ensinar alguma coisa à criança". Alguns jogos, como damas, realmente têm regras, e as crianças precisam de alguém que as mostre como jogar. Mas elas também são capazes de criar suas próprias regras: ao brincar de casinha, por exemplo, podem estabelecer que a girafa é "mãe" do cachorro e que a banheira fica na sala. Dentro do contexto, isso será o "certo" e deverá ser respeitado. Em outros casos, a criança pode tentar montar uma torre, por exemplo, encaixando as peças de um jeito errado -e os pais não precisam ficar corrigindo seus movimentos. "O que é eficaz na brincadeira é o exercício do ensaio e do erro. Se o adulto dirige demais, esperando um resultado, aquilo deixa de ser brincadeira e vira uma relação formal, um exercício didático, que é angustiante para a criança", afirma Gisela Wajskop, diretora do Instituto Superior de Educação de São Paulo/ Singularidades.
O trecho que eu grifei me fez lembrar de uma experiência que tive com minha afilhada, quando ela tinha uns 3 anos. Foi a Carol quem me ensinou que o adulto não deve dirigir uma brincadeira: nós estávamos brincando de construir uma casa com blocos, daí ela quis fazer a escada colocando um bloco em cima do outro, sem fazer os degraus.
A madrinha autoritária na hora disse "não é assim, tem que fazer os degraus", ao que vieram as sábias palavras de uma criança de 3 anos:
"Tia Lu, eu só tenho 3 anos e é assim que eu sei fazer agora. Você não pode querer que eu faça como você".
2 Querer ser "o dono" da brincadeira
A cena: Convencido dos benefícios que brincar com o filho traz, o pai se aproxima da criança com uma caixinha de ferramentas. A caixinha é logo transformada em avião, mas o pai quer brincar do "jeito certo", ensinando o filho a encaixar o parafuso de plástico no suporte.
Comentário: O lado meio "mandão" dos adultos é um dos primeiros aspectos apontados pelas especialistas ouvidas pela Folha. "Muitos pais dizem 'vamos jogar bola' sem perguntar ao filho se ele quer mesmo jogar bola", comenta Marilena Flores, presidente da IPA (Internacional Playing Association, no Brasil, Associação pelo Direito de Brincar). O adulto também não precisa encarar a brincadeira como o momento de "ensinar alguma coisa à criança". Alguns jogos, como damas, realmente têm regras, e as crianças precisam de alguém que as mostre como jogar. Mas elas também são capazes de criar suas próprias regras: ao brincar de casinha, por exemplo, podem estabelecer que a girafa é "mãe" do cachorro e que a banheira fica na sala. Dentro do contexto, isso será o "certo" e deverá ser respeitado. Em outros casos, a criança pode tentar montar uma torre, por exemplo, encaixando as peças de um jeito errado -e os pais não precisam ficar corrigindo seus movimentos. "O que é eficaz na brincadeira é o exercício do ensaio e do erro. Se o adulto dirige demais, esperando um resultado, aquilo deixa de ser brincadeira e vira uma relação formal, um exercício didático, que é angustiante para a criança", afirma Gisela Wajskop, diretora do Instituto Superior de Educação de São Paulo/ Singularidades.
O trecho que eu grifei me fez lembrar de uma experiência que tive com minha afilhada, quando ela tinha uns 3 anos. Foi a Carol quem me ensinou que o adulto não deve dirigir uma brincadeira: nós estávamos brincando de construir uma casa com blocos, daí ela quis fazer a escada colocando um bloco em cima do outro, sem fazer os degraus.
A madrinha autoritária na hora disse "não é assim, tem que fazer os degraus", ao que vieram as sábias palavras de uma criança de 3 anos:
"Tia Lu, eu só tenho 3 anos e é assim que eu sei fazer agora. Você não pode querer que eu faça como você".
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Vem chegando o verão...
e eu pelo jeito estou começando a ficar com o miolo mole. Que preguiiiiiiiça!
PS: apesar do título desse post inútil (eram os outros úteis???), quero deixar claro que não gosto das músicas da Marina.
PS: apesar do título desse post inútil (eram os outros úteis???), quero deixar claro que não gosto das músicas da Marina.
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Meus dotes culinários
Há 2 anos ganhei de uma tia que cozinha tanto quanto eu um grill George Foreman. Diz ela que não come mais nada que não passe por ele. Dá pra ter uma idéia, então, de que tipo de talento culinário estou falando, não?
Há 2 anos não mexo no George Foreman. Nem no forno convencional. Nem no fogão. No máximo no microondas. Tá bom, nesses dois anos eu fiz uma massa com molho de shimeji e outra com molho branco, tudo receita fácil e rápida que uma amiga me passa. Foi o máximo que fiz e pra mim está de bom tamanho.
Acho que o grande problema está na minha neurose e no meu irritante apego às regras. Tudo vira uma tensão só. Se está na receita que temos que mexer rápido tal coisa para não engrossar e imediatamente jogá-la numa travessa, sei lá, eu fico ensandecida mexendo a tal mistura e não posso esperar nem um segundo para passá-la pra onde devo. Passo o tempo lendo a receita, relendo, falando em voz alta, riscando o que já fiz, olhando no relógio. Ou seja, não é nada prazeroso. O carrasco que há dentro de mim não dá um tempo.
Eis que hoje, com preguiça de ir à Casa do Saber assistir a penúltima aula sobre Shakespeare, resolvi ficar em casa. Só que logo que cheguei senti fome. Ou melhor, cheguei com fome. Abre aqui, abre lá, não achei nada interessante.
Resolvi ir até a despensa, que é o Pão de Açúcar colado à minha casa nova. Senti vontade de comer um hamburguer com pão, mas e a preguiça de fazer o hamburguer? Juro, me dá preguiça! Precisava comprar algo pronto, de preferência já quente e no prato. Mas então lembrei do George Foreman!
- O quê, vou usá-lo?
- Vai, usa.
- Não, tem que lavar e eu nem sei mexer naquele troço.
- É, larga o hamburguer aí.
- Ah, não. Não é possível que eu não vá usar nem o George Foreman.
- É, tem razão. Vai usar e é hoje. Questão de honra.
- Mas vou ter que ler o manual, não sei nem ligar aquela birosca.
- Não pode ser tão difícil assim. Minha tia usa! Se minha tia usa, não preciso de mais argumentos.
Terminado o diálogo entre meus eus, saí do supermercado com o hamburguer e chegando em casa liguei o George Foreman. Realmente é ridículo de usar, mas eu consigo ser ainda mais ridícula. No manual (sim, eu peguei o manual) estava escrito que eu não devia deixar o aparelho ligado enquanto estivesse ausente.
Gente, é o tipo de aviso pra quem vai ficar horas fora de casa ou vai viajar, sei lá. Mas eu, euzinha neurótica na cozinha, queria subir pegar meu notebook enquanto o hamburguer fritava (aquele treco frita? acho que grelha, né?) e não tinha coragem: vai que o treco explode bem enquanto eu estou na escada! Já imaginou?
Mas eu me rebelei contra o carrasco e fui. Deixei o grill ligado enquanto eu fiquei ausente da cozinha por uns 30 ou 40 segundos. Totalmente revolucionária.
E aqui estou eu, de pancinha cheia depois de ter comido dois hamburguers!
Agora, pra finalizar esse post: aquela gordura que escorre do grill é uma das coisas mais nojentas que já vi! Eca!!!
Há 2 anos não mexo no George Foreman. Nem no forno convencional. Nem no fogão. No máximo no microondas. Tá bom, nesses dois anos eu fiz uma massa com molho de shimeji e outra com molho branco, tudo receita fácil e rápida que uma amiga me passa. Foi o máximo que fiz e pra mim está de bom tamanho.
Acho que o grande problema está na minha neurose e no meu irritante apego às regras. Tudo vira uma tensão só. Se está na receita que temos que mexer rápido tal coisa para não engrossar e imediatamente jogá-la numa travessa, sei lá, eu fico ensandecida mexendo a tal mistura e não posso esperar nem um segundo para passá-la pra onde devo. Passo o tempo lendo a receita, relendo, falando em voz alta, riscando o que já fiz, olhando no relógio. Ou seja, não é nada prazeroso. O carrasco que há dentro de mim não dá um tempo.
Eis que hoje, com preguiça de ir à Casa do Saber assistir a penúltima aula sobre Shakespeare, resolvi ficar em casa. Só que logo que cheguei senti fome. Ou melhor, cheguei com fome. Abre aqui, abre lá, não achei nada interessante.
Resolvi ir até a despensa, que é o Pão de Açúcar colado à minha casa nova. Senti vontade de comer um hamburguer com pão, mas e a preguiça de fazer o hamburguer? Juro, me dá preguiça! Precisava comprar algo pronto, de preferência já quente e no prato. Mas então lembrei do George Foreman!
- O quê, vou usá-lo?
- Vai, usa.
- Não, tem que lavar e eu nem sei mexer naquele troço.
- É, larga o hamburguer aí.
- Ah, não. Não é possível que eu não vá usar nem o George Foreman.
- É, tem razão. Vai usar e é hoje. Questão de honra.
- Mas vou ter que ler o manual, não sei nem ligar aquela birosca.
- Não pode ser tão difícil assim. Minha tia usa! Se minha tia usa, não preciso de mais argumentos.
Terminado o diálogo entre meus eus, saí do supermercado com o hamburguer e chegando em casa liguei o George Foreman. Realmente é ridículo de usar, mas eu consigo ser ainda mais ridícula. No manual (sim, eu peguei o manual) estava escrito que eu não devia deixar o aparelho ligado enquanto estivesse ausente.
Gente, é o tipo de aviso pra quem vai ficar horas fora de casa ou vai viajar, sei lá. Mas eu, euzinha neurótica na cozinha, queria subir pegar meu notebook enquanto o hamburguer fritava (aquele treco frita? acho que grelha, né?) e não tinha coragem: vai que o treco explode bem enquanto eu estou na escada! Já imaginou?
Mas eu me rebelei contra o carrasco e fui. Deixei o grill ligado enquanto eu fiquei ausente da cozinha por uns 30 ou 40 segundos. Totalmente revolucionária.
E aqui estou eu, de pancinha cheia depois de ter comido dois hamburguers!
Agora, pra finalizar esse post: aquela gordura que escorre do grill é uma das coisas mais nojentas que já vi! Eca!!!
terça-feira, 2 de outubro de 2007
Qual que é???
Virou moda jogar bebês em terrenos baldios, latas de lixo e rio ou córrego, sei lá???
Só pode ser doença grave dessas mães, pois precisa ser cruel? Se quer abandonar, deixa numa porta qualquer aí. Mas jogar no rio? Amarrar em saco plástico? Era o que já pensava sobre abandono de cachorros, agora pelo visto está na moda com crianças.
Alguém pode me explicar o mecanismo de um cérebro desses? Porque eu não consigo entender, por maior que seja o esforço. Eu compreendo o abandono, perfeitamente, mas não essa criatividade envolvida nele. Mata de uma vez então, bem rápido e sem dor! Um bebê? É pá pum: matou.
Que revolta! E eu querendo tanto um filho. Às vezes eu olho pra cima, pro cara em quem eu nem sei se acredito ou não, e pergunto se é algum tipo de piada. PQP!
Só pode ser doença grave dessas mães, pois precisa ser cruel? Se quer abandonar, deixa numa porta qualquer aí. Mas jogar no rio? Amarrar em saco plástico? Era o que já pensava sobre abandono de cachorros, agora pelo visto está na moda com crianças.
Alguém pode me explicar o mecanismo de um cérebro desses? Porque eu não consigo entender, por maior que seja o esforço. Eu compreendo o abandono, perfeitamente, mas não essa criatividade envolvida nele. Mata de uma vez então, bem rápido e sem dor! Um bebê? É pá pum: matou.
Que revolta! E eu querendo tanto um filho. Às vezes eu olho pra cima, pro cara em quem eu nem sei se acredito ou não, e pergunto se é algum tipo de piada. PQP!
Preciso de uma idéia
Há 4 meses eu cancelei o plano que eu tinha na Academia Runner - unidade Indianópolis, em São Paulo. Pelo contrato, eles tinham 60 dias para devolver parte do dinheiro, já que havia aplicação de multa pela rescisão. Resolvi aceitar.
Mas faz 4 meses e nada. Ligo e quando me atendem pedem desculpas e dizem que não sabem o que fazer. Os ladrõezinhos ainda descontaram cheques depois do cancelamento. Agora sustei, né? (eu e minha boa fé inicial)
Enfim, o Judiciário eu sei que nem adianta, a não ser de farra, pra encher o saco dos caras mesmo (digo isso porque sou advogada), o Procon diz que você pode enviar a denúncia por fax, pra facilitar, mas quem é que consegue a linha desocupada?
Preciso de uma idéia! Se eu tivesse dinheiro ia comprar um espaço num jornal ou numa revista, sei lá, só pra me divertir.
Estou pensando em faltar um dia no trabalho e ficar lá plantada até o dinheiro ser devolvido. Como isso não vai acontecer no próprio dia, eles vão chamar a polícia pra me tirar de lá e daí armo um daqueles barracos. E quando eu tô a fim não tem pra mais ninguém...
Meu marido me sugeriu aparecer lá com um taco de baseball quebrando tudo, mas o custo x benefício não vale a pena. Ah, mas que eu ia gostar eu ia! Não ia deixar um vidro inteiro sequer!!! rsrsrs
Mas faz 4 meses e nada. Ligo e quando me atendem pedem desculpas e dizem que não sabem o que fazer. Os ladrõezinhos ainda descontaram cheques depois do cancelamento. Agora sustei, né? (eu e minha boa fé inicial)
Enfim, o Judiciário eu sei que nem adianta, a não ser de farra, pra encher o saco dos caras mesmo (digo isso porque sou advogada), o Procon diz que você pode enviar a denúncia por fax, pra facilitar, mas quem é que consegue a linha desocupada?
Preciso de uma idéia! Se eu tivesse dinheiro ia comprar um espaço num jornal ou numa revista, sei lá, só pra me divertir.
Estou pensando em faltar um dia no trabalho e ficar lá plantada até o dinheiro ser devolvido. Como isso não vai acontecer no próprio dia, eles vão chamar a polícia pra me tirar de lá e daí armo um daqueles barracos. E quando eu tô a fim não tem pra mais ninguém...
Meu marido me sugeriu aparecer lá com um taco de baseball quebrando tudo, mas o custo x benefício não vale a pena. Ah, mas que eu ia gostar eu ia! Não ia deixar um vidro inteiro sequer!!! rsrsrs
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Endorfina
Eu tinha esquecido como é boa a sensação pós-liberação de endorfina!
Há uma semana exatamente voltei pra academia e aos treinos de corrida. Quinta passada, por exemplo, às 06h20 de la matina eu estava entrando no carro de um amiga pra irmos juntas correr no Ibirapuera. Eu nem precisava ter corrido pra ter me sentido atleta. Bastou acordar às 06h00 para esse fim! Madonna mia...
Mas vale a pena: passei uma semana de bom humor! Se liga aí, Franck Caldeira!!!
Há uma semana exatamente voltei pra academia e aos treinos de corrida. Quinta passada, por exemplo, às 06h20 de la matina eu estava entrando no carro de um amiga pra irmos juntas correr no Ibirapuera. Eu nem precisava ter corrido pra ter me sentido atleta. Bastou acordar às 06h00 para esse fim! Madonna mia...
Mas vale a pena: passei uma semana de bom humor! Se liga aí, Franck Caldeira!!!
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
O ano em que meus pais me largaram
"O ano em que meus pais saíram de férias" será o candidato brasileiro ao Oscar. Tá bom, nem curto mais o Oscar como curtia no passado mesmo.
Mas o que não me convenceu nesse filme foi o seguinte: os pais saíram sei lá de onde pra deixar o filho com o avô em São Paulo, no Bom Retiro. Tudo bem que eles estavam fugindo, estávamos em plena ditadura etc, mas pô, chegaram na porta do prédio e largaram o menino lá, na porta? Que diferença faria subir a escada e deixar a criança nas mãos do avô? Subisse só o pai ou só a mãe, rapidinho. Não seria pior do que a estrada.
Eu sei que se isso acontecesse não haveria enredo, mas inventa outra coisa, faz de outro jeito. Sei lá, não gostei.
Mas o que não me convenceu nesse filme foi o seguinte: os pais saíram sei lá de onde pra deixar o filho com o avô em São Paulo, no Bom Retiro. Tudo bem que eles estavam fugindo, estávamos em plena ditadura etc, mas pô, chegaram na porta do prédio e largaram o menino lá, na porta? Que diferença faria subir a escada e deixar a criança nas mãos do avô? Subisse só o pai ou só a mãe, rapidinho. Não seria pior do que a estrada.
Eu sei que se isso acontecesse não haveria enredo, mas inventa outra coisa, faz de outro jeito. Sei lá, não gostei.
terça-feira, 25 de setembro de 2007
Caso Madeleine
Sou só eu ou mais alguém também tem medo das fotos da Madeleine que aparecem na Internet? Essa última agora, da possível garotinha nas costas de uma mulher no Marrocos é de dar muito medo!
Talvez seja o medo da situação, de imaginar uma criança qualquer sumida no mundo...
PS: a campainha parou. Será esse o poder do Dalai Lama? Que meeeedo....
Talvez seja o medo da situação, de imaginar uma criança qualquer sumida no mundo...
PS: a campainha parou. Será esse o poder do Dalai Lama? Que meeeedo....
A arte de lidar com a raiva
Acabei de passar por esse livro do Dalai Lama aqui em casa. Comprei numa dessas tentativas desesperadas de lidar com esse sentimento tão presente na minha pessoinha (não literalmente, considerando meus 1,78 m).
Nem li pra saber se ajuda ou não, mas eu duvido que ele consiga me fazer lidar com a raiva que eu tô sentindo no momento de uma campainha que tá tocando em algum lugar aqui perto a cada 2 minutos. Parece também um toque de telefone antigo, sei lá. Seja o que for, telefone ou campainha, quem tá tocando não percebeu que não tem ninguém na residência??? Ah, assim nem Jó!
Talvez seja um bom momento pra ler o livro do Dalai Lama.
Nem li pra saber se ajuda ou não, mas eu duvido que ele consiga me fazer lidar com a raiva que eu tô sentindo no momento de uma campainha que tá tocando em algum lugar aqui perto a cada 2 minutos. Parece também um toque de telefone antigo, sei lá. Seja o que for, telefone ou campainha, quem tá tocando não percebeu que não tem ninguém na residência??? Ah, assim nem Jó!
Talvez seja um bom momento pra ler o livro do Dalai Lama.
domingo, 23 de setembro de 2007
A biblioteca
Ontem, depois de uma semana na casa nova, resolvi arrumar a biblioteca. Por ser a minha parte preferida, comecei animada: abrir as mais de 40 caixas com livros, redescobrir títulos, autores e edições, folhear um pouco aqui, ler um trecho ali...sabia que ia curtir o trabalho nessa parte da casa.
Como tento manter um certo critério, resolvo primeiro abrir todas as caixas pra ver o que continham. Muitos livros foram embora, principalmente os jurídicos. Outros vão pro escritório, mais pra liberar o espaço em casa mesmo. Enfim, foram horas abrindo caixas e vendo os livros que vão e os que ficam. Ao final, estou com os livros espalhados por todo o chão. Não há onde pisar.
Decido preencher as estantes (alugamos a casa de uma amiga que tinha também muitos livros e as estantes ficaram todas) e começo a usar algum critério: literatura estrangeira, literatura brasileira, relatos de viagens, biografias, poesia etc etc etc. Redescubro vários livros da época da faculdade de Rádio e TV. Livros que eu li, pois estão grifados e comentados, como faço com todos que leio até hoje.
Nas páginas de Olga encontro uma carta da Vanessa, uma grande amiga, soulmate mesmo, que faleceu em 1998. A carta é de 1994 e como não tínhamos email trocávamos cartas com relatos dos finais de semana!
Selecionadas as áreas, decido colocar os autores por ordem alfabética, mas em literatura brasileira, por exemplo, não consegui separar o Jorge Amado da Zélia Gattai. Tudo bem que eu acho que a Zélia Gattai não faz literatura, mas já que tenho e li alguns dos livros de memória dela, coloco-os na estante. E ao lado do Jorge. Quem sou eu para separá-los...
O mesmo aconteceu com Sartre e Simone de Beauvoir.
Na parte de política e ciências sociais misturei Serra com FHC e Ciro Gomes (nas eleições de 2002 eu estava decidida a ler um pouco sobre cada candidato) pra ver se eles se entendem.
Em biografias, quando o cansaço já tinha mandado o critério pra longe, joguei toda a galera lá, mas depois vi que alguns ficariam tristes com os vizinhos que eu lhes tinha arranjado. Então deixei Stalin com o Mao, por exemplo, pois eles devem se entender e Olga com as cartas do Prestes, claro.
Quando cheguei em poesia, não achei meus livros do Fernando Pessoa e Manuel Bandeira. Paniquei...
Em Literatura Estrangeira, sumiço da trilogia do Nagib Mahfuz, os livros da lista dos meus preferidos. Mais pânico.
Bom, só sei que ontem não tinha forças pra terminar o trabalho e hoje, na volta de Sorocaba (fui ver meus bichos que estão na casa da vó enquanto colocamos a casa em ordem) resolvi continuar. Descobri mais caixas com livros que me farão mudar muita coisa que achava estar terminada ontem. Ai, que preguiça!
Achei Fernando Pessoa e Manuel Bandeira, mas cadê a trilogia do Nagib Mahfuz???
Acabei de me tocar que muitos do Rubem Alves também não estão aqui. Esses eu nem me importo tanto, mas devo ter mais caixas ainda. Bom, o que eu mais quero mesmo é achar a trilogia, pois o segundo deles eu rodei os sebos de São Paulo para encontrar.
São Longuinho, São Longuinho...
Como tento manter um certo critério, resolvo primeiro abrir todas as caixas pra ver o que continham. Muitos livros foram embora, principalmente os jurídicos. Outros vão pro escritório, mais pra liberar o espaço em casa mesmo. Enfim, foram horas abrindo caixas e vendo os livros que vão e os que ficam. Ao final, estou com os livros espalhados por todo o chão. Não há onde pisar.
Decido preencher as estantes (alugamos a casa de uma amiga que tinha também muitos livros e as estantes ficaram todas) e começo a usar algum critério: literatura estrangeira, literatura brasileira, relatos de viagens, biografias, poesia etc etc etc. Redescubro vários livros da época da faculdade de Rádio e TV. Livros que eu li, pois estão grifados e comentados, como faço com todos que leio até hoje.
Nas páginas de Olga encontro uma carta da Vanessa, uma grande amiga, soulmate mesmo, que faleceu em 1998. A carta é de 1994 e como não tínhamos email trocávamos cartas com relatos dos finais de semana!
Selecionadas as áreas, decido colocar os autores por ordem alfabética, mas em literatura brasileira, por exemplo, não consegui separar o Jorge Amado da Zélia Gattai. Tudo bem que eu acho que a Zélia Gattai não faz literatura, mas já que tenho e li alguns dos livros de memória dela, coloco-os na estante. E ao lado do Jorge. Quem sou eu para separá-los...
O mesmo aconteceu com Sartre e Simone de Beauvoir.
Na parte de política e ciências sociais misturei Serra com FHC e Ciro Gomes (nas eleições de 2002 eu estava decidida a ler um pouco sobre cada candidato) pra ver se eles se entendem.
Em biografias, quando o cansaço já tinha mandado o critério pra longe, joguei toda a galera lá, mas depois vi que alguns ficariam tristes com os vizinhos que eu lhes tinha arranjado. Então deixei Stalin com o Mao, por exemplo, pois eles devem se entender e Olga com as cartas do Prestes, claro.
Quando cheguei em poesia, não achei meus livros do Fernando Pessoa e Manuel Bandeira. Paniquei...
Em Literatura Estrangeira, sumiço da trilogia do Nagib Mahfuz, os livros da lista dos meus preferidos. Mais pânico.
Bom, só sei que ontem não tinha forças pra terminar o trabalho e hoje, na volta de Sorocaba (fui ver meus bichos que estão na casa da vó enquanto colocamos a casa em ordem) resolvi continuar. Descobri mais caixas com livros que me farão mudar muita coisa que achava estar terminada ontem. Ai, que preguiça!
Achei Fernando Pessoa e Manuel Bandeira, mas cadê a trilogia do Nagib Mahfuz???
Acabei de me tocar que muitos do Rubem Alves também não estão aqui. Esses eu nem me importo tanto, mas devo ter mais caixas ainda. Bom, o que eu mais quero mesmo é achar a trilogia, pois o segundo deles eu rodei os sebos de São Paulo para encontrar.
São Longuinho, São Longuinho...
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
Minha amiga Clarita
Nos conhecemos na faculdade de Rádio e TV e talvez ela tenha gostado de mim porque eu ouvi Nick Cave e disse que gostei. Daí vieram o estágio na TV Cultura, as caronas, os papos e as risadas. Há pouco tempo nos "reencontramos" por causa dos blogs. Fiquei bem feliz com o "reencontro".
E Clarita virou minha leitora mais assídua (pobre Clarita!). Então, em resposta à sua pergunta, esclareço que o blog não entrou em greve, não. É que há uma semana mudei de casa e não tinha idéia de que uma mudança pudesse realmente mexer tanto na minha vida.
Além de parecer que o caminhão me atropelou, descobri que:
a) tenho coisas demais guardadas por tempo demais;
b) tenho livro pra caramba;
c) consigo me desfazer dos livros ruins, mas amo cada vez mais os livros bons;
d) já estava acostumada com os barulhos e os cheiros da casa antiga;
e) mudar dá muuuuuuuuito trabalho;
f) trabalhar fora e arrumar casa nova são atividades incompatíveis;
g) morar perto do trabalho em São Paulo é quase estar no paraíso;
h) mudar, na verdade, tem tudo a ver comigo!
E Clarita virou minha leitora mais assídua (pobre Clarita!). Então, em resposta à sua pergunta, esclareço que o blog não entrou em greve, não. É que há uma semana mudei de casa e não tinha idéia de que uma mudança pudesse realmente mexer tanto na minha vida.
Além de parecer que o caminhão me atropelou, descobri que:
a) tenho coisas demais guardadas por tempo demais;
b) tenho livro pra caramba;
c) consigo me desfazer dos livros ruins, mas amo cada vez mais os livros bons;
d) já estava acostumada com os barulhos e os cheiros da casa antiga;
e) mudar dá muuuuuuuuito trabalho;
f) trabalhar fora e arrumar casa nova são atividades incompatíveis;
g) morar perto do trabalho em São Paulo é quase estar no paraíso;
h) mudar, na verdade, tem tudo a ver comigo!
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Obscenidade
Semana passada tive uma aula na Casa do Saber (sim, ainda estou lá) com o Prof. João Adolfo Hansen, livre-docente em Literatura Brasileira pela USP, que por sinal é um fofo.
No fim da aula ele disse que hoje em dia a única coisa obscena no mundo é a morte. Disse ainda que querem nos fazer acreditar que só vai morrer quem fuma. E acendeu um cigarro logo em seguida.
Ontem um amigo nosso sofreu uma perda e eu mais uma vez me deparei com a força da vida na morte. Basta um segundo. E não há o que fazer quando ela chega. Inclusive meu marido me contou que perguntou para um dos motoristas do IML se ele não se sentia mal em carregar tantos mortes todos os dias, ao que ele respondeu: eu não faço nada além do que já está combinado. Você chegou sabendo que vai, mas não quer acreditar.
E o motorista ainda deu um recado para quem não queria andar com ele no carro (vivo, no banco do passageiro, claro): você pode até não querer sentar do meu lado agora, mas um dia vai deitar aí atrás.
É, a gente vive mesmo como se não fosse morrer. Hoje passei o dia pensando nisso e o mundo toma uma cor diferente, ainda que por poucos segundo.
No fim da aula ele disse que hoje em dia a única coisa obscena no mundo é a morte. Disse ainda que querem nos fazer acreditar que só vai morrer quem fuma. E acendeu um cigarro logo em seguida.
Ontem um amigo nosso sofreu uma perda e eu mais uma vez me deparei com a força da vida na morte. Basta um segundo. E não há o que fazer quando ela chega. Inclusive meu marido me contou que perguntou para um dos motoristas do IML se ele não se sentia mal em carregar tantos mortes todos os dias, ao que ele respondeu: eu não faço nada além do que já está combinado. Você chegou sabendo que vai, mas não quer acreditar.
E o motorista ainda deu um recado para quem não queria andar com ele no carro (vivo, no banco do passageiro, claro): você pode até não querer sentar do meu lado agora, mas um dia vai deitar aí atrás.
É, a gente vive mesmo como se não fosse morrer. Hoje passei o dia pensando nisso e o mundo toma uma cor diferente, ainda que por poucos segundo.
sábado, 8 de setembro de 2007
The day after
Ontem, 7 de setembro e dia da abertura da Copa do Mundo de Rugby (sim, isso existe, é o terceiro maior evento esportivo da Terra e a nossa casa estava cheia de jogadores), resolvemos fazer um churrasco para os amigos, que começou às 3 da tarde e acabou às 3 da manhã. Eu me diverti pacas, mas o day after me fez passar por inúmeras sensações.
A primeira, claro, foi o cansaço de ver a casa de pernas pro ar e saber que hoje não tínhamos nossa ajudante. Estou até agora achando latinhas de cerveja vazias pela casa. Resolvi que iria arrumar tudo da melhor maneira possível e taquei uns fones de ouvido nas orelhas. Deu pra lavar, enxugar, guardar, arrumar, aspirar e esfregar tudo enquanto eu cantava e dançava.
Depois foi a hora de separar o lixo orgânico do reciclável. Reciclar o lixo me faz um bem danado. Fico contente vejo aquele lixo limpinho que irá se transformar em outra coisa, mas quando vi, hoje, sacos e mais sacos de lixo amontados juntos, fiquei com uma baita dor na consciência: como conseguimos juntar tanto lixo assim em apenas 12 horas? Eu sei que acumulamos lixo demais, que o planeta não tá agüentando etc etc etc, mas me assustei com a montanha na porta da minha casa!
Resolvi depois lavar o quintal, pois o lixo tinha escorrido, a gordura da carne também, enfim...estava bem nojento.
Muito raramente eu ligo a mangueira e fico lá espalhando água. Gosto tanto de água que faço o máximo possível pra preservá-la. Pelo menos a minha parte tento fazer, mas hoje dei uma desperdiçada. Estava descalça e comecei a sentir a água saindo da mangueira batendo nas pernas e nos pés e me lembrei de quando era criança e homem adulto não tinha consciência (acho eu) de que a água era um recurso finito, e portanto permitia que nós, crianças, ficássemos brincando com o esguicho, um jogando água no outro. Eita coisa boa, como eu adorava isso! Fiquei bastante saudosa e a sensação nos pés foi deliciosa, ainda que a cabeça pesasse um pouco.
Por fim, peguei o rodo para puxar a água e lembrei-me de quando fazia isso no quintal da casa da minha avó Cida. Nesse momento meu coração deu uma apertadinha. Saudade da minha vovó querida!
A primeira, claro, foi o cansaço de ver a casa de pernas pro ar e saber que hoje não tínhamos nossa ajudante. Estou até agora achando latinhas de cerveja vazias pela casa. Resolvi que iria arrumar tudo da melhor maneira possível e taquei uns fones de ouvido nas orelhas. Deu pra lavar, enxugar, guardar, arrumar, aspirar e esfregar tudo enquanto eu cantava e dançava.
Depois foi a hora de separar o lixo orgânico do reciclável. Reciclar o lixo me faz um bem danado. Fico contente vejo aquele lixo limpinho que irá se transformar em outra coisa, mas quando vi, hoje, sacos e mais sacos de lixo amontados juntos, fiquei com uma baita dor na consciência: como conseguimos juntar tanto lixo assim em apenas 12 horas? Eu sei que acumulamos lixo demais, que o planeta não tá agüentando etc etc etc, mas me assustei com a montanha na porta da minha casa!
Resolvi depois lavar o quintal, pois o lixo tinha escorrido, a gordura da carne também, enfim...estava bem nojento.
Muito raramente eu ligo a mangueira e fico lá espalhando água. Gosto tanto de água que faço o máximo possível pra preservá-la. Pelo menos a minha parte tento fazer, mas hoje dei uma desperdiçada. Estava descalça e comecei a sentir a água saindo da mangueira batendo nas pernas e nos pés e me lembrei de quando era criança e homem adulto não tinha consciência (acho eu) de que a água era um recurso finito, e portanto permitia que nós, crianças, ficássemos brincando com o esguicho, um jogando água no outro. Eita coisa boa, como eu adorava isso! Fiquei bastante saudosa e a sensação nos pés foi deliciosa, ainda que a cabeça pesasse um pouco.
Por fim, peguei o rodo para puxar a água e lembrei-me de quando fazia isso no quintal da casa da minha avó Cida. Nesse momento meu coração deu uma apertadinha. Saudade da minha vovó querida!
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
Eu disse...
...lá no primeiro post que em breve mudaria as cores. Até que demorou. Mas pelo jeito esses tons de roxo e rosa não vão durar muito não...
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Ai, o rodízio
Acho que estou cansada. Ao invés de exercício li exército. E de estampas li pampas. E ainda parei pra pensar o que o exército e os pampas tinham a ver com um texto sobre expulsão de estrangeiros.
Enfim, está na hora de ir embora pra minha aulinha na Casa do Saber, mas tem esse rodízio que me faz ficar aqui até às 20h00 e chegar atrasada na aula. É que hoje não deu pra trocar o carro, paciência.
Enfim, está na hora de ir embora pra minha aulinha na Casa do Saber, mas tem esse rodízio que me faz ficar aqui até às 20h00 e chegar atrasada na aula. É que hoje não deu pra trocar o carro, paciência.
terça-feira, 4 de setembro de 2007
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
Traumas
Tenho dois grandes traumas na vida: briga de cachorros e os berros do meu pai. Hummm, acho que a morte prematura (no meu entendimento) também é outro grande trauma, mas deixa esse pra lá.
Mas só agora eu me dei conta do que um trauma é capaz de causar na alma humana. Assim:
Há dois anos moro numa casa com portas de vidro entre a sala e a varanda. Por causa dos cachorros, para que eles possam circular livremente pela casa que no fundo é deles, as portas de vidro estão sempre abertas. Sempre passei de um lado pro outro tranqüilamente (olhe bem para o trema antes que ele se vá), até que há uns dois meses eu não percebi que as portas estavam fechadas e pá: dei com a fuça no vidro. Doeu.
Desde então não consigo mais passar pela porta sem colocar a mão na frente. Por mais que eu tenha certeza absoluta de que a porta está aberta, eu estico o braço. Não tem jeito.
Agora há pouco acabei de me obrigar a passar pela porta sem esticar o braço. Realmente, consegui não colocar a mão na frente, mas quando passei encolhi os ombros e dei uma leve fechada nos olhos, assim...como quem espera uma porrada.
Mas só agora eu me dei conta do que um trauma é capaz de causar na alma humana. Assim:
Há dois anos moro numa casa com portas de vidro entre a sala e a varanda. Por causa dos cachorros, para que eles possam circular livremente pela casa que no fundo é deles, as portas de vidro estão sempre abertas. Sempre passei de um lado pro outro tranqüilamente (olhe bem para o trema antes que ele se vá), até que há uns dois meses eu não percebi que as portas estavam fechadas e pá: dei com a fuça no vidro. Doeu.
Desde então não consigo mais passar pela porta sem colocar a mão na frente. Por mais que eu tenha certeza absoluta de que a porta está aberta, eu estico o braço. Não tem jeito.
Agora há pouco acabei de me obrigar a passar pela porta sem esticar o braço. Realmente, consegui não colocar a mão na frente, mas quando passei encolhi os ombros e dei uma leve fechada nos olhos, assim...como quem espera uma porrada.
terça-feira, 28 de agosto de 2007
Momentos
Se eu tivesse que escolher apenas um momento pelo qual teria valido a pena ter vivido, eu diria que foi meu casamento com o Marcelo. Valeu a pena viver para chegar até ali.
Mas a vida valeu (e vale) também por outros motivos: conhecer a Leticia; ter sido amiga da Vanessa até o momento de sua morte; ter sido namorada do Sérgio até sua morte; ter sido neta do vô Ivo, do vô Alfredo e da vó Cida; ter brincado de guerra de lama com meus vizinhos; ter convivido com inúmeros cachorros; ter tirado a Aurora da rua; ter estudado no Véritas e no Anglo, em Sorocaba; massagem nos pés!; ter enchido tanto a cara com os amigos; ter dormido com o barulho do mar; dançar!; música; ter visto a Mercedes Sosa cantando bem na minha frente; a existência dos escritores e dos cineastas; um bom prato de comida; açúcar!; morangos; banho de cachoeira; a existência da minha afilhada Carolina; o carinho da minha mãe.
Mas a vida valeu (e vale) também por outros motivos: conhecer a Leticia; ter sido amiga da Vanessa até o momento de sua morte; ter sido namorada do Sérgio até sua morte; ter sido neta do vô Ivo, do vô Alfredo e da vó Cida; ter brincado de guerra de lama com meus vizinhos; ter convivido com inúmeros cachorros; ter tirado a Aurora da rua; ter estudado no Véritas e no Anglo, em Sorocaba; massagem nos pés!; ter enchido tanto a cara com os amigos; ter dormido com o barulho do mar; dançar!; música; ter visto a Mercedes Sosa cantando bem na minha frente; a existência dos escritores e dos cineastas; um bom prato de comida; açúcar!; morangos; banho de cachoeira; a existência da minha afilhada Carolina; o carinho da minha mãe.
Ops...
Trabalhar. Receber um salário. Pagar contas. Trabalhar. Receber um salário. Pagar contas. Estudar para trabalhar mais e receber um salário maior e pagar contas mais altas.
Cumprir com minhas obrigações. O dever primeiro. O lazer depois.
Em que momento deixei esse adulto chato invadir a minha vida? Hein???
Cumprir com minhas obrigações. O dever primeiro. O lazer depois.
Em que momento deixei esse adulto chato invadir a minha vida? Hein???
sábado, 25 de agosto de 2007
Sobre o que passou...
Eu não precisei da ajuda da minha terapeuta pra perceber que sou uma pessoa necessitada de emoções. Boas ou ruins, tem que ter adrenalina. Um dia sem uma passagem mais emocionante me deixa com uma sensação de não ter vivido. Como diz minha terapeuta, "tudo sempre muuuuuuito intenso, né Luciana?". É.
Essa foi uma semana assim: inteeeeensa. Começou já na segunda: ansiedade, notícia triste, decepção, desânimo, revolta, muito choro. Aula sobre Proust. Discussões sobre Nelson Rodrigues.
Na terça me animei ouvindo Fernando Pessoa na voz de Paulo Autran. É o mais novo CD no player do carro. Ajuda a impedir um homicídio ou suicídio no trânsito da Marginal Pinheiros. Enfim, na terça tentei esconder a tristeza em garrafas de vinho, o que não facilitou o começo da quarta-feira.
Na quarta descobri que deixei uma amiga chateada e fiquei mais triste ainda. Teve aula com o Zé Celso também. E o stress do MBA. Nem preciso dizer que foi mais uma noite sem dormir.
Na quinta a olheira e o mau-humor já diziam tudo. E aquela tristeza da segunda misturada com a da quarta. E madrugada fazendo trabalho em grupo para esse MBA. Sem comer direito. Terceira noite sem dormir.
E sexta mais ansiedade. Dia de apresentar o business plan no MBA. No final deu certo. Sempre dá. Sempre dá? Acho que não.
E no meio disso tudo tinha também que trabalhar o dia todo. E fazer compras para casa, pois não tínhamos mais água e papel higiênico. Sou uma péssima dona-de-casa.
Hoje as emoções se intensificaram. Preciso baixar a adrenalina. Muitas voltas seguidas numa montanha-russa, por mais que a gente goste, nos deixa mal.
Tô parecendo um copo meio cheio (de ansiedade e revolta) meio vazio. Nem ar tem.
Essa foi uma semana assim: inteeeeensa. Começou já na segunda: ansiedade, notícia triste, decepção, desânimo, revolta, muito choro. Aula sobre Proust. Discussões sobre Nelson Rodrigues.
Na terça me animei ouvindo Fernando Pessoa na voz de Paulo Autran. É o mais novo CD no player do carro. Ajuda a impedir um homicídio ou suicídio no trânsito da Marginal Pinheiros. Enfim, na terça tentei esconder a tristeza em garrafas de vinho, o que não facilitou o começo da quarta-feira.
Na quarta descobri que deixei uma amiga chateada e fiquei mais triste ainda. Teve aula com o Zé Celso também. E o stress do MBA. Nem preciso dizer que foi mais uma noite sem dormir.
Na quinta a olheira e o mau-humor já diziam tudo. E aquela tristeza da segunda misturada com a da quarta. E madrugada fazendo trabalho em grupo para esse MBA. Sem comer direito. Terceira noite sem dormir.
E sexta mais ansiedade. Dia de apresentar o business plan no MBA. No final deu certo. Sempre dá. Sempre dá? Acho que não.
E no meio disso tudo tinha também que trabalhar o dia todo. E fazer compras para casa, pois não tínhamos mais água e papel higiênico. Sou uma péssima dona-de-casa.
Hoje as emoções se intensificaram. Preciso baixar a adrenalina. Muitas voltas seguidas numa montanha-russa, por mais que a gente goste, nos deixa mal.
Tô parecendo um copo meio cheio (de ansiedade e revolta) meio vazio. Nem ar tem.
sexta-feira, 24 de agosto de 2007
Tormenta
Chegou sexta-feira, o que não quer dizer muita coisa. Ainda tenho muito por fazer, inclusive passar por um belo de um vexame no MBA. To hell with it...
Ô semaninha.
Logo volto.
Ô semaninha.
Logo volto.
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Biografias e Shakespeare
Logo no começo da Casa do Saber, na Mário Ferraz, em São Paulo, eu participei de algumas leituras de poesias e achei a idéia do lugar muito bacana.
O tempo passou, eu parei de ir até lá, de vez em quando olhava os cursos, achava alguns temas muito interessantes, outros apenas interessantes. Mas sempre ficava me perguntando qual seria o nível de qualidade desses cursos. Por que eram tão caros? Seria verdade que a maioria dos alunos era formada por peruas sustentadas por maridos que queriam se sentir inteligentes?
Eis que agora, uma pessoa pouco conhecida, mas já muito querida, me convidou para participar do curso "Biografias, retratos e raízes", com o Pedro Paulo Sena Madureira. Aceitei e na empolgação me matriculei também no Shakespeare, com o Leandro Karnal.
Segunda passada foi meu primeiro dia. O curso: "Biografias". Não foi só bacana, não. Foi muito. Pedro Paulo sabe o que está falando, as pessoas que estavam ali também pareciam saber o que estavam querendo. Todo mundo interessado, querendo ler e aprender muito.
Eu acho um privilégio poder assistir aula com um bom professor. Sentar pra ouvir alguém que estudou muito e quer dividir o conhecimento, pra mim, é extremamente prazeroso. Seja lá qual for o tema. Se o professor for bom mesmo, eu sou capaz de me interessar até por álgebra. E segunda eu senti isso com o Pedro Paulo. Além disso, o ambiente é agradável, as poltronas são confortabilíssimas e há vinho disponível para os alunos no intervalo. Um luxo! rsrs
E eu descobri que sou mais preconceituosa do que imaginava, pois não consegui entender o que a Wanessa Camargo estava fazendo na sala de aula. Ué, se eu estava, por que ela não poderia?
Hoje comecei minha viagem de 8 aulas pelo universo de Shakespeare. A turma não me pareceu tão boa quanto a outra, mas saí animada, querendo ler, ver e ouvir Shakespeare.
O problema disso tudo: minha pilha ao lado da cabeceira vai aumentar consideravelmente.
O tempo passou, eu parei de ir até lá, de vez em quando olhava os cursos, achava alguns temas muito interessantes, outros apenas interessantes. Mas sempre ficava me perguntando qual seria o nível de qualidade desses cursos. Por que eram tão caros? Seria verdade que a maioria dos alunos era formada por peruas sustentadas por maridos que queriam se sentir inteligentes?
Eis que agora, uma pessoa pouco conhecida, mas já muito querida, me convidou para participar do curso "Biografias, retratos e raízes", com o Pedro Paulo Sena Madureira. Aceitei e na empolgação me matriculei também no Shakespeare, com o Leandro Karnal.
Segunda passada foi meu primeiro dia. O curso: "Biografias". Não foi só bacana, não. Foi muito. Pedro Paulo sabe o que está falando, as pessoas que estavam ali também pareciam saber o que estavam querendo. Todo mundo interessado, querendo ler e aprender muito.
Eu acho um privilégio poder assistir aula com um bom professor. Sentar pra ouvir alguém que estudou muito e quer dividir o conhecimento, pra mim, é extremamente prazeroso. Seja lá qual for o tema. Se o professor for bom mesmo, eu sou capaz de me interessar até por álgebra. E segunda eu senti isso com o Pedro Paulo. Além disso, o ambiente é agradável, as poltronas são confortabilíssimas e há vinho disponível para os alunos no intervalo. Um luxo! rsrs
E eu descobri que sou mais preconceituosa do que imaginava, pois não consegui entender o que a Wanessa Camargo estava fazendo na sala de aula. Ué, se eu estava, por que ela não poderia?
Hoje comecei minha viagem de 8 aulas pelo universo de Shakespeare. A turma não me pareceu tão boa quanto a outra, mas saí animada, querendo ler, ver e ouvir Shakespeare.
O problema disso tudo: minha pilha ao lado da cabeceira vai aumentar consideravelmente.
terça-feira, 14 de agosto de 2007
Pra não dizer que não falei...
Quero escrever sobre o curso que comecei ontem na Casa do Saber, quero escrever sobre o desembargador folgado, sobre o taxista porco, sobre o trânsito da Marginal Pinheiros, mas estou com sono e muita, mas muita dor nas costas. Tô parecendo o Homem descobrindo que podia ficar só sobre os dois pés, naquela posição intermediária, sabe? Péssimo!
Então vou escrever depois....
Então vou escrever depois....
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
A pergunta que não quer calar
Tenho duas faculdades nas costas, Comunicação (Rádio e TV) e Direito, mas ainda gostaria de fazer:
- Letras (apesar de que descobri uma especialização na PUC/SP que parece ser bem bacana)
- Filosofia
- Economia
- Psicologia
- História
Acho tudo isso hiper bacana e queria estudar a fundo.
Estou terminando um MBA em negócios e trabalho como advogada, o que pretendo continuar fazendo até ficar velhinha, mas no Direito gostaria ainda de:
- fazer um mestrado em Direito Civil
- fazer um doutorado em Direito Civil
- dar aulas
Quanto aos idiomas, gostaria de:
- voltar a estudar inglês
- voltar a estudar francês
- voltar a estudar italiano
- voltar a estudar alemão
- estudar russo
- estudar mandarim
- estudar croata
Projetos pessoais:
- ficar casada com a mesma pessoa até morrer
- ter filhos, muitos filhos
- viajar muito pelo Brasil e pelo mundo, com filhos e sem filhos
- ter um sítio com muitos bichos
- morar numa casa bem bacana pra família
- curtir muito os amigos
- ler todos os livros que tenho e também os que ainda vou comprar
Quanto às artes:
- voltar a dançar flamenco
- voltar a estudar piano ou violão
E esportes:
- voltar a correr
- voltar a fazer yoga (yoga não é esporte, né?)
- fazer dança de salão (nem dança de salão, né?)
- fazer aulas com tecidos em circo (aqueles que te fazem voar pelo picadeiro)
Ah, ter um terreno enooooorme e isolado onde eu possa cuidar de cachorros abandonados e no meio disso tudo, abrir a minha livraria. Mas como ela vai ser, eu conto depois...
E agora pergunto: preciso viver uns 300 anos ou nascer mais umas 5 vezes?
- Letras (apesar de que descobri uma especialização na PUC/SP que parece ser bem bacana)
- Filosofia
- Economia
- Psicologia
- História
Acho tudo isso hiper bacana e queria estudar a fundo.
Estou terminando um MBA em negócios e trabalho como advogada, o que pretendo continuar fazendo até ficar velhinha, mas no Direito gostaria ainda de:
- fazer um mestrado em Direito Civil
- fazer um doutorado em Direito Civil
- dar aulas
Quanto aos idiomas, gostaria de:
- voltar a estudar inglês
- voltar a estudar francês
- voltar a estudar italiano
- voltar a estudar alemão
- estudar russo
- estudar mandarim
- estudar croata
Projetos pessoais:
- ficar casada com a mesma pessoa até morrer
- ter filhos, muitos filhos
- viajar muito pelo Brasil e pelo mundo, com filhos e sem filhos
- ter um sítio com muitos bichos
- morar numa casa bem bacana pra família
- curtir muito os amigos
- ler todos os livros que tenho e também os que ainda vou comprar
Quanto às artes:
- voltar a dançar flamenco
- voltar a estudar piano ou violão
E esportes:
- voltar a correr
- voltar a fazer yoga (yoga não é esporte, né?)
- fazer dança de salão (nem dança de salão, né?)
- fazer aulas com tecidos em circo (aqueles que te fazem voar pelo picadeiro)
Ah, ter um terreno enooooorme e isolado onde eu possa cuidar de cachorros abandonados e no meio disso tudo, abrir a minha livraria. Mas como ela vai ser, eu conto depois...
E agora pergunto: preciso viver uns 300 anos ou nascer mais umas 5 vezes?
terça-feira, 7 de agosto de 2007
Tempus fugit...
Andei lendo uns blogs por aí e tá todo mundo ocupado. Eu também. Ocupada com a vida real (o que é muito bom) e com a vida virtual numa p..... de business game no MBA. Tem gente vibrando, mas eu tô achando um saco. Um bando de empresa de mentira com alunos com cargos e funções de mentira tentando mostrar que aprenderam alguma coisa em dois anos. Tudo mentira.
sábado, 4 de agosto de 2007
Um livro por dia
Primeiro achei que se tratava de mais um daqueles livros com listas do tipo "1000 lugares que você tem que conhecer antes de morrer", "1000 filmes obrigatórios para você assistir" e coisas do gênero que mais me deixam frustradas do que qualquer outra coisa.
Então li a sinopse do livro no site da Livraria Cultura:
"As memórias de um jornalista mochileiro no melhor estilo bibliomania. Uma aventura literária na Paris da virada do milênio. Mais do que a fascinante história da livraria mais charmosa do mundo, a Shakespeare and Company, este livro conta, com um humor impagável, o dia-a-dia de seus personagens e a boemia cultural nas ruas. Com pouco dinheiro no bolso, Jeremy Mercer partiu para a França. Um dia aceitou o convite de uma balconista da Shakespeare and Company para uma xícara de chá. Descobriu que poderia dormir e viver na livraria em troca de prestar serviços diários no local. Fazia parte do trabalho ler pelo menos um livro por dia".
Imediatamente quis saber como alguém faria para ler pelo menos um livro por dia.
No começo a história me pareceu tão doida que achei que era pura ficção. Não era. Eu continuava lendo e a parte do "um livro por dia" não chegava. O autor prestava, sim, serviços na Shakespeare & Company em troca de cama e comida e era aconselhado a ler vários livros, mas em momento algum entendi que era parte do trabalho dele ler pelo menos um livro por dia.
Sempre que compro um livro, a primeira coisa que faço antes de começar a ler é ver o título original. Dessa vez demorei, só o fiz quando todas as explicações sobre a livraria e os serviços lá realizados já tinham sido dadas e eu não conseguia entender o título. O original:
"Time was soft there"
Eis que chego à página 207:
"Estávamos em março e eu estava na livraria há mais de um mês, mas era como se o tempo não tivesse passado. Sem o barômetro normal de um dia de trabalho ou uma agenda fixa, a vida se tornava mais fluida. Era difícil ficar a par das horas e dos dias na livraria, pois tudo ia e vinha em ondas prazerosas de noites e manhãs e tardes.
No mundo penal existe a expressão "tempo duro", que se refere a difíceis sentenças de prisão sob segurança máxima ou com algum tipo de custódia protetora. Isso é para os condenados perigosos, os assassinos, os estupradores. O tempo duro passa lenta e dolorosamente e o homem está mais amargo quando acaba sendo devolvido ao mundo.
O outro extremo do espectro eram as instalações de segurança média ou mínima projetadas para reabilitar os criminosos. Nelas há bibliotecas e salas de musculação, turmas de curso secundário e torneios de hóquei. Uma instituição que certa vez visitei tinha uma fazenda por trás do arame farpado, na qual os internos trabalhavam nos campos e produziam frutas, vegetais e ovos para a cadeia. Outra prisão tinha um time de basquete que viajava pela região jogando em uma liga amadora comunitária. Isso era conhecido como tempo leve, que passava mais facilmente, que era um prazer cumprir.
O tempo na livraria Shakespeare & Company era mais leve que qualquer coisa que eu já tinha sentido".
Ah, agora fez sentido com "Time was soft there". Tudo bem que a tradução "O tempo era leve lá" nao fica boa pra edição no Brasil, mas será que não dava pra pensar em nada mais coerente?
PS: certas traduções e legendas de filmes também podem integrar a lista das coisas que me irritam. Assim como erros de português em outdoors, anúncios, placas etc.
Então li a sinopse do livro no site da Livraria Cultura:
"As memórias de um jornalista mochileiro no melhor estilo bibliomania. Uma aventura literária na Paris da virada do milênio. Mais do que a fascinante história da livraria mais charmosa do mundo, a Shakespeare and Company, este livro conta, com um humor impagável, o dia-a-dia de seus personagens e a boemia cultural nas ruas. Com pouco dinheiro no bolso, Jeremy Mercer partiu para a França. Um dia aceitou o convite de uma balconista da Shakespeare and Company para uma xícara de chá. Descobriu que poderia dormir e viver na livraria em troca de prestar serviços diários no local. Fazia parte do trabalho ler pelo menos um livro por dia".
Imediatamente quis saber como alguém faria para ler pelo menos um livro por dia.
No começo a história me pareceu tão doida que achei que era pura ficção. Não era. Eu continuava lendo e a parte do "um livro por dia" não chegava. O autor prestava, sim, serviços na Shakespeare & Company em troca de cama e comida e era aconselhado a ler vários livros, mas em momento algum entendi que era parte do trabalho dele ler pelo menos um livro por dia.
Sempre que compro um livro, a primeira coisa que faço antes de começar a ler é ver o título original. Dessa vez demorei, só o fiz quando todas as explicações sobre a livraria e os serviços lá realizados já tinham sido dadas e eu não conseguia entender o título. O original:
"Time was soft there"
Eis que chego à página 207:
"Estávamos em março e eu estava na livraria há mais de um mês, mas era como se o tempo não tivesse passado. Sem o barômetro normal de um dia de trabalho ou uma agenda fixa, a vida se tornava mais fluida. Era difícil ficar a par das horas e dos dias na livraria, pois tudo ia e vinha em ondas prazerosas de noites e manhãs e tardes.
No mundo penal existe a expressão "tempo duro", que se refere a difíceis sentenças de prisão sob segurança máxima ou com algum tipo de custódia protetora. Isso é para os condenados perigosos, os assassinos, os estupradores. O tempo duro passa lenta e dolorosamente e o homem está mais amargo quando acaba sendo devolvido ao mundo.
O outro extremo do espectro eram as instalações de segurança média ou mínima projetadas para reabilitar os criminosos. Nelas há bibliotecas e salas de musculação, turmas de curso secundário e torneios de hóquei. Uma instituição que certa vez visitei tinha uma fazenda por trás do arame farpado, na qual os internos trabalhavam nos campos e produziam frutas, vegetais e ovos para a cadeia. Outra prisão tinha um time de basquete que viajava pela região jogando em uma liga amadora comunitária. Isso era conhecido como tempo leve, que passava mais facilmente, que era um prazer cumprir.
O tempo na livraria Shakespeare & Company era mais leve que qualquer coisa que eu já tinha sentido".
Ah, agora fez sentido com "Time was soft there". Tudo bem que a tradução "O tempo era leve lá" nao fica boa pra edição no Brasil, mas será que não dava pra pensar em nada mais coerente?
PS: certas traduções e legendas de filmes também podem integrar a lista das coisas que me irritam. Assim como erros de português em outdoors, anúncios, placas etc.
Sobrou algo?
De tanto dizer "isso me irrita", resolvi fazer uma lista de coisas, pessoas e situações que mexem com meus nervos:
1) trânsito de São Paulo;
2) motoqueiros nas marginais Pinheiros e Tietê;
3) corredores de ônibus;
4) motorista que estaciona em fila dupla;
5) gente que só vê o lado bom de tudo;
6) gente que só vê o lado ruim de tudo;
7) gente que põe pouca comida no prato;
8) gente que explica tudo muito bem explicadinho;
9) fila ou qualquer outra situação de espera;
10) qualque situação que exija paciência;
11) Marta Suplicy;
12) a voz do Lula;
13) babá cuidando de criança com a mãe ao lado olhando;
14) casal com uma ou duas crianças almoçando fora com a babá;
15) festa de criança repleta de babás;
16) gente que fala devagar;
17) desculpas pra mediocridade;
18) vizinho que toca bateria nas manhãs de sábado;
19) vizinho que ouve pagode nas tardes de domingo;
20) Big Brother;
21) Revista Caras;
22) falta de pontualidade;
23) gente que fala baixo;
24) Shopping Iguatemi em São Paulo.
1) trânsito de São Paulo;
2) motoqueiros nas marginais Pinheiros e Tietê;
3) corredores de ônibus;
4) motorista que estaciona em fila dupla;
5) gente que só vê o lado bom de tudo;
6) gente que só vê o lado ruim de tudo;
7) gente que põe pouca comida no prato;
8) gente que explica tudo muito bem explicadinho;
9) fila ou qualquer outra situação de espera;
10) qualque situação que exija paciência;
11) Marta Suplicy;
12) a voz do Lula;
13) babá cuidando de criança com a mãe ao lado olhando;
14) casal com uma ou duas crianças almoçando fora com a babá;
15) festa de criança repleta de babás;
16) gente que fala devagar;
17) desculpas pra mediocridade;
18) vizinho que toca bateria nas manhãs de sábado;
19) vizinho que ouve pagode nas tardes de domingo;
20) Big Brother;
21) Revista Caras;
22) falta de pontualidade;
23) gente que fala baixo;
24) Shopping Iguatemi em São Paulo.
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
Ex. E daí?
Depois de um trimestre sabático, voltei a trabalhar como advogada. Em um escritório em que já havia trabalhado por um ano e meio. O motivo da saída não vem ao caso.
Numa das entrevistas que fiz durante esse período sem trabalho, eu comentei que tinha uma proposta de um ex-empregador e o entrevistador disse:
- Você não vai voltar pra ex, vai? Já conhece todos os defeitos, vai insistir?
Saí de lá pensando no "ex". Qual o problema do ex? Você já conhece os defeitos, mas e se descobre que os defeitos dele são suportáveis e você terminou tudo apenas por impulsividade? E se percebe, depois de analisar melhor o mercado, que o ex tinha todas ou quase todas as qualidades que você procura? E se percebe o quanto gostava desse ex, hein? Hein? Qual o problema?
Eu decidi que não tinha problema algum e voltei pro ex. E como é bom trabalhar com gente que não grita. Como é bom trabalhar com gente disposta a trocar idéias e informação. Como é bom não trabalhar com gente com o ego do tamanho do mundo.
É isso. Estou contente.
Só estou mesmo é sentindo falta de passar o dia com os cachorros e não ter de acordar com a porcaria do despertador tocando. Isso é cruel.
Numa das entrevistas que fiz durante esse período sem trabalho, eu comentei que tinha uma proposta de um ex-empregador e o entrevistador disse:
- Você não vai voltar pra ex, vai? Já conhece todos os defeitos, vai insistir?
Saí de lá pensando no "ex". Qual o problema do ex? Você já conhece os defeitos, mas e se descobre que os defeitos dele são suportáveis e você terminou tudo apenas por impulsividade? E se percebe, depois de analisar melhor o mercado, que o ex tinha todas ou quase todas as qualidades que você procura? E se percebe o quanto gostava desse ex, hein? Hein? Qual o problema?
Eu decidi que não tinha problema algum e voltei pro ex. E como é bom trabalhar com gente que não grita. Como é bom trabalhar com gente disposta a trocar idéias e informação. Como é bom não trabalhar com gente com o ego do tamanho do mundo.
É isso. Estou contente.
Só estou mesmo é sentindo falta de passar o dia com os cachorros e não ter de acordar com a porcaria do despertador tocando. Isso é cruel.
segunda-feira, 30 de julho de 2007
E a sua fiel escudeira...
Essa é a Penélope (ou o perfil dela), depois de sair do banho, ainda no pet shop.
A Gorda é uma praga, vive mordendo as pernas do Ulisses, que apesar de ser muito maior do que ela, chora sofrido, tadinho!
Ela também entra, sobe e deita onde não pode, e ainda finge não saber o que é um "não".
Por isso e um pouco mais, quando colocam esses laços nas orelhas dela, eu digo que ela parece um travesti. Minha traveca mais fofa!!!
E com vocês...Ulisses!!!
Final de semana
Das coisas boas:
1) dormi bem quentinha
2) almocei com meu pai, que está se recuperando muito bem de uma cirurgia e meses de dor na coluna
3) vi meu irmão
4) comi muito chocolate (daqui a pouco não acharei isso uma coisa boa)
5) assisti "Notas sobre um escândalo"
6) comecei a ler "Um livro por dia"
6) o Pan acabou
Das coisas chatas:
1) passou rápido
2) o frio me fez ficar com medo de passear
3) tive aula sexta à noite e sábado de manhã e prova sábado à tarde
4) percebi o quanto estou de saco cheio desse MBA
1) dormi bem quentinha
2) almocei com meu pai, que está se recuperando muito bem de uma cirurgia e meses de dor na coluna
3) vi meu irmão
4) comi muito chocolate (daqui a pouco não acharei isso uma coisa boa)
5) assisti "Notas sobre um escândalo"
6) comecei a ler "Um livro por dia"
6) o Pan acabou
Das coisas chatas:
1) passou rápido
2) o frio me fez ficar com medo de passear
3) tive aula sexta à noite e sábado de manhã e prova sábado à tarde
4) percebi o quanto estou de saco cheio desse MBA
sábado, 28 de julho de 2007
O inverno chegou
Acabei de ver no Terra que a sensação térmica hoje em São Paulo poderá chegar a -1. Eu, especificamente, já estou com uma sensação de -10. Tá muito gelado! Depois de um banho com a água a ponto de ebulição, eu juro que fiquei com medo de sair do banheiro.
Agora, isso não é o pior. Veja se não há algo errado nessa casa: há um edredon e três cobertores. Um edredon para o casal de humanos e três cobertores para o casal de berneses. Berneses, veja bem, não estou falando de cachorros com pêlos curtos.
E só agora, quando eu quis algo além do edredon pra me esquentar é que vi que os cachorros usaram todos os cobertores. Isso porque o armário no qual eles ficam guardados no quarto é baixo e vazado e durante a madrugada os bichos puxam todos os cobertores pro chão. É mole?
Agora, isso não é o pior. Veja se não há algo errado nessa casa: há um edredon e três cobertores. Um edredon para o casal de humanos e três cobertores para o casal de berneses. Berneses, veja bem, não estou falando de cachorros com pêlos curtos.
E só agora, quando eu quis algo além do edredon pra me esquentar é que vi que os cachorros usaram todos os cobertores. Isso porque o armário no qual eles ficam guardados no quarto é baixo e vazado e durante a madrugada os bichos puxam todos os cobertores pro chão. É mole?
quinta-feira, 26 de julho de 2007
Insônia III...
Primeiro você acha que há algo errado com a posição. Vira de lado e estica as pernas. Vira pro outro, agora com as pernas dobradas. Volta pro outro lado e dobra as pernas. Vira de novo com as pernas esticadas. Deita de bruços. De barriga pra cima. Põe as mãos embaixo da cabeça, embaixo do travesseiro, embaixo do quadril. Deixa as mãos soltas ao lado do corpo. Senta. Deita de novo. De qualquer jeito. Dane-se.
O problema não é a posição. São os pensamentos. Então decide pensar em coisas boas e alegres, que aos poucos irão te fazer dormir feliz. Viagens. Festas. Amigos. Namorados. Sabores. Cheiros. Família. Músicas. Livros. Filmes. Lembra de uma música que sua mãe cantava quando você era criança, justo sua mãe, que nunca canta, e chora de saudade. Sente medo da perda e decide mudar de estratégia.
Orar. Tudo o que você sabe é o Pai Nosso e a Ave Maria, mas o Pai Nosso está bom. Rezar deve acalmar. Reza uma vez, tentando imaginar um céu límpido. Reza outra, tentando imaginar um céu límpido de novo, porque o primeiro estava muito poluído. Reza uma terceira vez e começa a questionar as igrejas e a sua própria fé. Ficou profundo demais para quem só deseja dormir.
Decide ficar em silêncio. Quietinha. O sono virá. Sente falta do barulho da chuva. Escuta apenas a respiração profunda do marido e o ronco dos cachorros. Sente ódio por quem consegue dormir numa hora dessas.
Acha então que o problema está na falta de irrigação do cérebro. Bebe vários copos d'água e espera a hora de ir ao banheiro. Volta pra cama.
Pega no sono de repente, com o rascunho desse post na mente.
O problema não é a posição. São os pensamentos. Então decide pensar em coisas boas e alegres, que aos poucos irão te fazer dormir feliz. Viagens. Festas. Amigos. Namorados. Sabores. Cheiros. Família. Músicas. Livros. Filmes. Lembra de uma música que sua mãe cantava quando você era criança, justo sua mãe, que nunca canta, e chora de saudade. Sente medo da perda e decide mudar de estratégia.
Orar. Tudo o que você sabe é o Pai Nosso e a Ave Maria, mas o Pai Nosso está bom. Rezar deve acalmar. Reza uma vez, tentando imaginar um céu límpido. Reza outra, tentando imaginar um céu límpido de novo, porque o primeiro estava muito poluído. Reza uma terceira vez e começa a questionar as igrejas e a sua própria fé. Ficou profundo demais para quem só deseja dormir.
Decide ficar em silêncio. Quietinha. O sono virá. Sente falta do barulho da chuva. Escuta apenas a respiração profunda do marido e o ronco dos cachorros. Sente ódio por quem consegue dormir numa hora dessas.
Acha então que o problema está na falta de irrigação do cérebro. Bebe vários copos d'água e espera a hora de ir ao banheiro. Volta pra cama.
Pega no sono de repente, com o rascunho desse post na mente.
quarta-feira, 25 de julho de 2007
Cachorros...ops
Acabei de ver o estrago que o Ulisses e a Penélope fizeram no edredon da minha cunhada enquanto se aqueciam nessa manhã fria e chuvosa (como se não bastasse o cobertor próprio que cada um carrega, caramba...eu expliquei pra eles que a raça é originária da Suíça e que eles não precisam deitar num edredon, mas acho que não fui convincente).
Conclusão: estou a caminho de uma lavanderia.
Conclusão: estou a caminho de uma lavanderia.
Cachorros...
Meu primeiro cãozinho chegou em casa quando eu tinha uns dois ou três anos. Era um dutchund pretinho, o Pitoco, doado por uma de nossas vizinhas. Meus pais sempre tiveram cachorros e meu pai especificamente achava que não devíamos pagar por algo que não tem preço. Então meu primeiro cão foi um presente da Tia Kay e do Tio Derek.
Logo depois o Pitoco ganhou um irmão de outra ninhada, o Banzé, um dutchund caramelo.
O Pitoco foi o primeiro ser a me ensinar uma grande lição. Eu até hoje carrego uma culpa pelo acontecimento e talvez escrever sobre isso me ajude a expiá-la. Foi assim:
O colégio onde eu estudava, uma vez por ano, se não engano, promovia o Dia dos Animais. Cada criança podia levar o seu animal de estimação para passar o dia na escola. Imagine a zona! Tinha cachorro de tudo quanto é tamanho, gato, passarinho em gaiola, coelho e até sapo! E o mais engraçado é que todos se davam bem. Ficavam lá, ao lado das nossas carteiras, assistindo aula com seus doninhos.
Eis que um ano eu levo o Pitoco no dia errado. Errei. Achei que era o Dia dos Animais e não era. Cheguei lá, com meu pai e meu cachorro na coleira. Só eu com cachorro. Fiquei tão brava com meu erro, era (como ainda é) tão inadmissível eu errar, que eu fiz o quê? Comecei a chutar o Pitoco. Sim, sim, sim. Eu chutava o Pitoco e dizia que ele era um cachorro burro. Não preciso de uma análise freudiana pra entender o que se passou, certo?
O meu pai, acho que não pra não me encher de tapas na frente de todos, disse que ia levar o cachorro de volta pra casa. Passei o dia amargurada e arrependida, claro. Não via a hora de chegar em casa e abraçar o Pitoco e pedir desculpas. Mas o que aconteceu quando eu cheguei em casa? O Pitoco não estava. Nós morávamos numa chácara e os cachorros tinham toda a liberdade para passear por onde bem entendessem, mas o Pitoco, até então, sempre esteve lá. Nesse dia ele sumiu. Ficou fora a noite toda.
Apenas no dia seguinte, quando acordei bem cedo, pude encontrá-lo na porta de casa. Abracei-o com toda a minha força, chorei e pedi desculpas, talvez as mais sinceras que já pedi em toda a minha vida.
Eu sei lá por qual razão ele passou a noite fora, talvez nem fosse mesmo a primeira vez, mas tenho pra mim que ele quis ensinar uma criança a não culpar os outros pelos seus próprios erros.
O Pitoco morreu alguns anos depois, numa briga com os dálmatas da vizinha. Foi minha primeira perda significativa, a que me preparou para tantas outras que tive depois.
Sabe o mais engraçado? No ano seguinte eu levei o Banzé no dia errado. Eu era bem mané, não? Mas dessa vez o Banzé ficou com a gente o dia todo, reinando sozinho na sala de aula, sentadinho ao meu lado. Lembro até que tivemos uma festa de aniversário nesse dia e o Banzé ganhou coxinha e bolo. Se deu bem.
O Banzé, se não estou enganada, morreu atropelado. Depois deles vieram o Caco (uma mistura de cocker com vira-lata), o outro Banzé (irmão de outra ninhada do Caco), o Faro (um fila caramelo), o Corman (um fila cinza) e o Chang (um shar-pei amarelo, o primeiro que meu pai comprou). Todos esses já se foram, deixando suas marcas em cada um lá de casa.
Hoje estamos com Viola (um fox, o mais velhinho), Fubá (labrador amarelo), Branco (labrador preto), Tobias (bulldog inglês), Zeca (poodle branco) e todos os viras que eu e minha mãe tiramos das ruas: Bento, Menina, Boneca, Bionda, Morena, Achado, Matilda e Sasha.
Ah, não posso me esquecer da vira-lata mais especial de todas, que até hoje me faz chorar de saudade: a Aurora, mãe da Bionda, da Morena e do Achado. A Aurorita, que está enterrada sob uma bela primavera lá em casa. A Gorda Vagabunda, que merece um post ou até um livro só pra ela.
E tudo isso eu escrevi porque estava olhando o Ulisses e a Penélope (nossos berneses, os únicos que moram comigo e com o Marcelo) deitados aos meus pés, como se tivessem a missão de me proteger, com aquele olhar de cachorro que me faz chorar de emoção e acreditar que o mundo é, sim, um bom lugar pra se viver.
Logo depois o Pitoco ganhou um irmão de outra ninhada, o Banzé, um dutchund caramelo.
O Pitoco foi o primeiro ser a me ensinar uma grande lição. Eu até hoje carrego uma culpa pelo acontecimento e talvez escrever sobre isso me ajude a expiá-la. Foi assim:
O colégio onde eu estudava, uma vez por ano, se não engano, promovia o Dia dos Animais. Cada criança podia levar o seu animal de estimação para passar o dia na escola. Imagine a zona! Tinha cachorro de tudo quanto é tamanho, gato, passarinho em gaiola, coelho e até sapo! E o mais engraçado é que todos se davam bem. Ficavam lá, ao lado das nossas carteiras, assistindo aula com seus doninhos.
Eis que um ano eu levo o Pitoco no dia errado. Errei. Achei que era o Dia dos Animais e não era. Cheguei lá, com meu pai e meu cachorro na coleira. Só eu com cachorro. Fiquei tão brava com meu erro, era (como ainda é) tão inadmissível eu errar, que eu fiz o quê? Comecei a chutar o Pitoco. Sim, sim, sim. Eu chutava o Pitoco e dizia que ele era um cachorro burro. Não preciso de uma análise freudiana pra entender o que se passou, certo?
O meu pai, acho que não pra não me encher de tapas na frente de todos, disse que ia levar o cachorro de volta pra casa. Passei o dia amargurada e arrependida, claro. Não via a hora de chegar em casa e abraçar o Pitoco e pedir desculpas. Mas o que aconteceu quando eu cheguei em casa? O Pitoco não estava. Nós morávamos numa chácara e os cachorros tinham toda a liberdade para passear por onde bem entendessem, mas o Pitoco, até então, sempre esteve lá. Nesse dia ele sumiu. Ficou fora a noite toda.
Apenas no dia seguinte, quando acordei bem cedo, pude encontrá-lo na porta de casa. Abracei-o com toda a minha força, chorei e pedi desculpas, talvez as mais sinceras que já pedi em toda a minha vida.
Eu sei lá por qual razão ele passou a noite fora, talvez nem fosse mesmo a primeira vez, mas tenho pra mim que ele quis ensinar uma criança a não culpar os outros pelos seus próprios erros.
O Pitoco morreu alguns anos depois, numa briga com os dálmatas da vizinha. Foi minha primeira perda significativa, a que me preparou para tantas outras que tive depois.
Sabe o mais engraçado? No ano seguinte eu levei o Banzé no dia errado. Eu era bem mané, não? Mas dessa vez o Banzé ficou com a gente o dia todo, reinando sozinho na sala de aula, sentadinho ao meu lado. Lembro até que tivemos uma festa de aniversário nesse dia e o Banzé ganhou coxinha e bolo. Se deu bem.
O Banzé, se não estou enganada, morreu atropelado. Depois deles vieram o Caco (uma mistura de cocker com vira-lata), o outro Banzé (irmão de outra ninhada do Caco), o Faro (um fila caramelo), o Corman (um fila cinza) e o Chang (um shar-pei amarelo, o primeiro que meu pai comprou). Todos esses já se foram, deixando suas marcas em cada um lá de casa.
Hoje estamos com Viola (um fox, o mais velhinho), Fubá (labrador amarelo), Branco (labrador preto), Tobias (bulldog inglês), Zeca (poodle branco) e todos os viras que eu e minha mãe tiramos das ruas: Bento, Menina, Boneca, Bionda, Morena, Achado, Matilda e Sasha.
Ah, não posso me esquecer da vira-lata mais especial de todas, que até hoje me faz chorar de saudade: a Aurora, mãe da Bionda, da Morena e do Achado. A Aurorita, que está enterrada sob uma bela primavera lá em casa. A Gorda Vagabunda, que merece um post ou até um livro só pra ela.
E tudo isso eu escrevi porque estava olhando o Ulisses e a Penélope (nossos berneses, os únicos que moram comigo e com o Marcelo) deitados aos meus pés, como se tivessem a missão de me proteger, com aquele olhar de cachorro que me faz chorar de emoção e acreditar que o mundo é, sim, um bom lugar pra se viver.
terça-feira, 24 de julho de 2007
Insuportável
Sabe o que é pior do que estar deitada numa cama com febre e dores por todo o corpo?
É estar deitada numa cama com febre e dores por todo o corpo assistindo "Amigas com dinheiro".
Que filme é esse???
É estar deitada numa cama com febre e dores por todo o corpo assistindo "Amigas com dinheiro".
Que filme é esse???
sábado, 21 de julho de 2007
Jogos panamericanos
Acho que o primeiro esporte que pratiquei foi uma espécie de ginástica olímpica, na ACM em Sorocaba. Eu, que até hoje (ou principalmente hoje) não sei dar uma cambalhota, obviamente não me dei bem. Aqueles saltos sobre o cavalo então, eram um verdadeiro horror: eu ficava ali empacada em cima do cavalo e não ia nem pra um lado nem pro outro. Junto com essa tal ginástica comecei a fazer natação, o que era bem melhor, mas também durou pouco.
Saí para entrar no balé e lá fiquei uns bons anos, apesar da minha frustração de não poder usar sapatilhas de ponta por causa de uma fraqueza no tendão de Aquiles. Acabei largando a dança ao entrar na adolescência e descobrir que sair sábado à noite e ensaiar para o festival domingo pela manhã eram atividades incompatíveis.
Deixei o balé e entrei na fase da academia: aeróbica, step, localizada, musculação e hidroginástica. Tudo o dia todo e todos os dias. Completamente neurótica e viciada, fazia umas cinco horas de ginástica por dia, no mínimo, e só comia alface e chupava gelo. É claro que foi uma época de muitos desmaios, mas eu me achava linda com 56 quilos distribuídos em 1 metro e 78 centímetros. E essa fase de academia durou, mesmo quando saí de Sorocaba e vim pra São Paulo fazer a primeira faculdade. Durou tanto que hoje mal consigo entrar numa academia. Tentei voltar no ano passado e no começo desse ano também, mas acho que atingi meu limite no passado.
E entre o surto e essas tentativas de volta para a academia tentei corrida, natação, dança do ventre, flamenco e yoga, mas começava e parava, apesar de ter gostado de tudo isso. Então há alguns bons meses não faço nada além de dar umas voltinhas com os cachorros.
É claro que no meio de toda essa história eu tinha que freqüentar as aulas de educação física: terrível. Tenho medo de esportes com bola. Handball, por exemplo, fiquei com trauma. Havia uma garota que sempre estava no time adversário e cada vez que ela pegava na bola corria em nossa direção com tamanho ódio no olhar que eu voava para o lado contrário. Vôlei, basquete, queimada, futebol, fosse o que fosse: tem bola? Tô fora. Ah, eu tentei tênis também. Descobri que sou uma negação com a bola mesmo que o esporte não seja coletivo. E por causa da altura sou obrigada a ouvir até hoje pessoas dizendo que eu deveria ser jogadora de basquete. Que saco!
E agora fico vendo os atletas no Pan e tento me identificar com algum esporte, alguma luta alguma coisa. Gostaria de descobrir uma atividade física para a qual me dedicar. Acho legal, mas parece que nada combina comigo. E olha que no Pan deve ter até cuspe a distância. Estou chegando à conclusão de que realmente não nasci pra ser esportista.
E sabe o pior? O médico me fez prometer que voltarei a fazer atividades físicas urgentemente. Eu prometi que começarei na segunda, na "próxima segunda". Então, o que eu faço?
Saí para entrar no balé e lá fiquei uns bons anos, apesar da minha frustração de não poder usar sapatilhas de ponta por causa de uma fraqueza no tendão de Aquiles. Acabei largando a dança ao entrar na adolescência e descobrir que sair sábado à noite e ensaiar para o festival domingo pela manhã eram atividades incompatíveis.
Deixei o balé e entrei na fase da academia: aeróbica, step, localizada, musculação e hidroginástica. Tudo o dia todo e todos os dias. Completamente neurótica e viciada, fazia umas cinco horas de ginástica por dia, no mínimo, e só comia alface e chupava gelo. É claro que foi uma época de muitos desmaios, mas eu me achava linda com 56 quilos distribuídos em 1 metro e 78 centímetros. E essa fase de academia durou, mesmo quando saí de Sorocaba e vim pra São Paulo fazer a primeira faculdade. Durou tanto que hoje mal consigo entrar numa academia. Tentei voltar no ano passado e no começo desse ano também, mas acho que atingi meu limite no passado.
E entre o surto e essas tentativas de volta para a academia tentei corrida, natação, dança do ventre, flamenco e yoga, mas começava e parava, apesar de ter gostado de tudo isso. Então há alguns bons meses não faço nada além de dar umas voltinhas com os cachorros.
É claro que no meio de toda essa história eu tinha que freqüentar as aulas de educação física: terrível. Tenho medo de esportes com bola. Handball, por exemplo, fiquei com trauma. Havia uma garota que sempre estava no time adversário e cada vez que ela pegava na bola corria em nossa direção com tamanho ódio no olhar que eu voava para o lado contrário. Vôlei, basquete, queimada, futebol, fosse o que fosse: tem bola? Tô fora. Ah, eu tentei tênis também. Descobri que sou uma negação com a bola mesmo que o esporte não seja coletivo. E por causa da altura sou obrigada a ouvir até hoje pessoas dizendo que eu deveria ser jogadora de basquete. Que saco!
E agora fico vendo os atletas no Pan e tento me identificar com algum esporte, alguma luta alguma coisa. Gostaria de descobrir uma atividade física para a qual me dedicar. Acho legal, mas parece que nada combina comigo. E olha que no Pan deve ter até cuspe a distância. Estou chegando à conclusão de que realmente não nasci pra ser esportista.
E sabe o pior? O médico me fez prometer que voltarei a fazer atividades físicas urgentemente. Eu prometi que começarei na segunda, na "próxima segunda". Então, o que eu faço?
sexta-feira, 20 de julho de 2007
Oficina
Há mais ou menos um mês comecei a freqüentar uma Oficina de Escrita aqui em São Paulo, com um grupo bem bacana. Nossa coordenadora escolhe alguns temas e/ou estilos para estudarmos, como por exemplo contos fantásticos, conto de fadas, poesia etc. A gente lê, troca idéias e fica por aí escrevendo uns textos...rs. Estou curtindo essas horas semanais.
Quer ver o que está saindo nesses exercícios? Coloquei os textos aprovados por mim e pela coordenadora da oficina no blog www.oficinadalugerbovic.blogspot.com
Na verdade, a produção deveria estar maior, mas não só não fiz os exercícios da semana passada como faltei essa semana...
Quer ver o que está saindo nesses exercícios? Coloquei os textos aprovados por mim e pela coordenadora da oficina no blog www.oficinadalugerbovic.blogspot.com
Na verdade, a produção deveria estar maior, mas não só não fiz os exercícios da semana passada como faltei essa semana...
terça-feira, 17 de julho de 2007
CHEGA!
Acabei de ouvir a notícia sobre o acidente com o avião da TAM em São Paulo. O que estou sentindo é muito estranho, porque parece que não me surpreendo mais. Até hoje lembro do acidente com o Foker 100, também da TAM, no mesmo aeroporto de Congonhas há onze anos. Até hoje vemos os familiares das vítimas nos meios de comunicação clamando pela tal da justiça, a tal que eu aprendi na faculdade de Direito que não existe.
Eu também não me recuperei do acidente da GOL e das vítimas que despedaçaram no meio da mata. O acidente que mudou a história da aviação no Brasil. O acidente que levantou o tapete. E depois disso todo o caos aéreo.
Todos os dias notícias de vôos atrasados, pessoas nervosas, sem dormir, sem comer, sem informação, sem serem respeitadas. E a ministra que lhes pede para "relaxar e gozar".
A preocupação de todos que conheço quando algum familiar ou amigo tem que viajar. Será que chegará no horário? Será que chegará na cidade programada? Será que chegará?
Hoje não chegaram de Porto Alegre em São Paulo. Ontem um avião de outra companhia derrapou na mesma pista de Congonhas. Hoje a derrapada foi fatal.
Continuo ouvindo a TV. Tudo muito estranho porque não consigo ficar chocada ou revoltada como das outras vezes. Parece que essa era uma tragédia anunciada. É como estou sentindo. É como estou me sentindo: vazia. Continuam a nos arrancar a alma. Pode ter sido apenas um acidente, mas coincidentemente ou não ele vem numa seqüência de tragédias e descaso.
E então, já não chega?
Eu também não me recuperei do acidente da GOL e das vítimas que despedaçaram no meio da mata. O acidente que mudou a história da aviação no Brasil. O acidente que levantou o tapete. E depois disso todo o caos aéreo.
Todos os dias notícias de vôos atrasados, pessoas nervosas, sem dormir, sem comer, sem informação, sem serem respeitadas. E a ministra que lhes pede para "relaxar e gozar".
A preocupação de todos que conheço quando algum familiar ou amigo tem que viajar. Será que chegará no horário? Será que chegará na cidade programada? Será que chegará?
Hoje não chegaram de Porto Alegre em São Paulo. Ontem um avião de outra companhia derrapou na mesma pista de Congonhas. Hoje a derrapada foi fatal.
Continuo ouvindo a TV. Tudo muito estranho porque não consigo ficar chocada ou revoltada como das outras vezes. Parece que essa era uma tragédia anunciada. É como estou sentindo. É como estou me sentindo: vazia. Continuam a nos arrancar a alma. Pode ter sido apenas um acidente, mas coincidentemente ou não ele vem numa seqüência de tragédias e descaso.
E então, já não chega?
segunda-feira, 16 de julho de 2007
Combinação perfeita
Segunda-feira.
Férias.
Chuva batendo na janela do quarto.
Manhã cinzenta e fria.
Cama.
Edredon.
Luminária acesa.
Livro nas mãos.
Cachorros ao redor.
Just perfect...
Férias.
Chuva batendo na janela do quarto.
Manhã cinzenta e fria.
Cama.
Edredon.
Luminária acesa.
Livro nas mãos.
Cachorros ao redor.
Just perfect...
domingo, 15 de julho de 2007
Momentos
Momento 1:
Nessa semana que passou tirei uma tarde e uma noite para assistir aos filmes O Poderoso Chefão I, II e III. Decidi que gostaria de ler mais sobre a história da máfia e no dia seguinte, quando estou saindo de uma livraria sem ter achado o livro que me motivou a entrar ali, vi piscando para mim um livrão bem grosso: "Cosa Nostra - História da Máfia Siciliana". Eu tinha que levá-lo, mas custava R$ 126,00!!! Como assim, será que parte do preço vai pra máfia?, pensei. Mas eu estava muito influenciada pelo Al Pacino e resolvi comprar o tesouro.
Entrego o livro para o caixa, que passa o leitor de código de barras sobre o livro, e grita:
- Que é isso? Esse livro é carééééééésimo!!!! Que horror!
Eu morri de vergonha, juro, porque ele realmente ficou histérico. E não parou mesmo com outras pessoas nos olhando:
- Isso é um roooooooubo!!!! Como um livro pode custar isso??? Não dá pra acreditar!!! (continuava histérico)
- Viu?, eu disse. Você como funcionário da loja não devia estar dizendo isso e gritando assim, devia?
- Ah, mas não pode. Isso é um roubo.
- Então, mas eu estou permitindo que me roubem. Pára de gritar! Eu quero comprar esse livro.
- Ah, mas depois reclamam que a gente não tem cultura. Como querem que a gente tenha cultura se um livro custa R$ 126,00?
- Existem outros meios mais baratos de se adquirir cultura e livros menos caros também. O preço desse livro, especificamente, não é desculpa pra você não adquirir cultura.
- Ah, mas e os livros da faculdade? Caréééésimos, não dá pra comprar.
- Use a biblioteca, peça emprestado, compre usado. Páre de usar desculpas!
- Ah, mas eu posso comprar, porque graças a Deeeeeus sou funcionário daqui e tenho um descontãããão.
- Bom, então você não devia ficar gritando na frente de um cliente que eles estão me roubando. Ou devia?
Sei lá, só sei que saí rindo com o livro de R$ 126,00 nas mãos.
Momento 2:
Trem do metrô. Dois rapazes bem vestidos, brancos e loiros, daqueles que ninguém se importa de ficar ao lado, só que bêbados. E bebendo mais dentro do trem. Mas eles podem, né? Afinal, nasceram com a cor certa pra isso. Começam a cair em cima das pessoas e a ridicularizar aquelas que resolvem sair de perto. Pela primeira vez eu me dei conta de que não temos para onde correr dentro de um trem em movimento, caso seja preciso.
A próxima estação chega e os dois seres supremos resolvem atirar as latinhas de cerveja vazias para fora do trem, em direção à plataforma. Caíram no chão limpo das nossas estações. Senti um aperto no peito ao ver aquelas latinhas ali e uma vontade enooooorme de arrancar sangue daqueles dois de tanta porrada. Quase perguntei se mais alguém ali não queria me ajudar, mas nessa hora vejo pela janela do trem uma senhora negra, mal vestida, dessas que ninguém quer ficar perto, pegando as latinhas e levando pro lixo. O trem já estava se movendo e eu não pude descer para agradecê-la. Mas passei o dia pensando nela, com muito carinho. Ela me emocionou e me fez esquecer daqueles dois babacas.
Nessa semana que passou tirei uma tarde e uma noite para assistir aos filmes O Poderoso Chefão I, II e III. Decidi que gostaria de ler mais sobre a história da máfia e no dia seguinte, quando estou saindo de uma livraria sem ter achado o livro que me motivou a entrar ali, vi piscando para mim um livrão bem grosso: "Cosa Nostra - História da Máfia Siciliana". Eu tinha que levá-lo, mas custava R$ 126,00!!! Como assim, será que parte do preço vai pra máfia?, pensei. Mas eu estava muito influenciada pelo Al Pacino e resolvi comprar o tesouro.
Entrego o livro para o caixa, que passa o leitor de código de barras sobre o livro, e grita:
- Que é isso? Esse livro é carééééééésimo!!!! Que horror!
Eu morri de vergonha, juro, porque ele realmente ficou histérico. E não parou mesmo com outras pessoas nos olhando:
- Isso é um roooooooubo!!!! Como um livro pode custar isso??? Não dá pra acreditar!!! (continuava histérico)
- Viu?, eu disse. Você como funcionário da loja não devia estar dizendo isso e gritando assim, devia?
- Ah, mas não pode. Isso é um roubo.
- Então, mas eu estou permitindo que me roubem. Pára de gritar! Eu quero comprar esse livro.
- Ah, mas depois reclamam que a gente não tem cultura. Como querem que a gente tenha cultura se um livro custa R$ 126,00?
- Existem outros meios mais baratos de se adquirir cultura e livros menos caros também. O preço desse livro, especificamente, não é desculpa pra você não adquirir cultura.
- Ah, mas e os livros da faculdade? Caréééésimos, não dá pra comprar.
- Use a biblioteca, peça emprestado, compre usado. Páre de usar desculpas!
- Ah, mas eu posso comprar, porque graças a Deeeeeus sou funcionário daqui e tenho um descontãããão.
- Bom, então você não devia ficar gritando na frente de um cliente que eles estão me roubando. Ou devia?
Sei lá, só sei que saí rindo com o livro de R$ 126,00 nas mãos.
Momento 2:
Trem do metrô. Dois rapazes bem vestidos, brancos e loiros, daqueles que ninguém se importa de ficar ao lado, só que bêbados. E bebendo mais dentro do trem. Mas eles podem, né? Afinal, nasceram com a cor certa pra isso. Começam a cair em cima das pessoas e a ridicularizar aquelas que resolvem sair de perto. Pela primeira vez eu me dei conta de que não temos para onde correr dentro de um trem em movimento, caso seja preciso.
A próxima estação chega e os dois seres supremos resolvem atirar as latinhas de cerveja vazias para fora do trem, em direção à plataforma. Caíram no chão limpo das nossas estações. Senti um aperto no peito ao ver aquelas latinhas ali e uma vontade enooooorme de arrancar sangue daqueles dois de tanta porrada. Quase perguntei se mais alguém ali não queria me ajudar, mas nessa hora vejo pela janela do trem uma senhora negra, mal vestida, dessas que ninguém quer ficar perto, pegando as latinhas e levando pro lixo. O trem já estava se movendo e eu não pude descer para agradecê-la. Mas passei o dia pensando nela, com muito carinho. Ela me emocionou e me fez esquecer daqueles dois babacas.
sexta-feira, 13 de julho de 2007
E o Lula não falou na abertura do Pan...
Agora estamos na seguinte discussão em casa: a vaia foi uma manifestação válida do povo brasileiro que demonstrou não estar contente com o dirigente do país ou foi um ato de pessoas ridículas que não sabem separar o político do representante máximo da nação, que nesse momento estava apenas sendo o anfitrião? Foi oportunismo de um povo que não sabe como se manifestar? Ou não?
PS: já em relação às vaias para as delegações dos Estados Unidos, Bolívia e Venezuela, devo dizer que me encheram de vergonha. Não somos capazes de separar esses atletas dos políticos? O mais triste é que no dia seguinte à abertura vi jovens de 15 anos vibrando com erros das ginastas americanas, por exemplo, achando que com isso estavam defendendo os povos árabes ou a paz. Se tomarmos por base o motivo dessas vaias, então devo concluir que as vaias para o Lula foram manifestação da ignorância. Mas nós brasileiros somos tão amorais, tão sem caráter definido, que eu não consigo chegar a uma conclusão.
PS: já em relação às vaias para as delegações dos Estados Unidos, Bolívia e Venezuela, devo dizer que me encheram de vergonha. Não somos capazes de separar esses atletas dos políticos? O mais triste é que no dia seguinte à abertura vi jovens de 15 anos vibrando com erros das ginastas americanas, por exemplo, achando que com isso estavam defendendo os povos árabes ou a paz. Se tomarmos por base o motivo dessas vaias, então devo concluir que as vaias para o Lula foram manifestação da ignorância. Mas nós brasileiros somos tão amorais, tão sem caráter definido, que eu não consigo chegar a uma conclusão.
terça-feira, 10 de julho de 2007
Cinema no feriado
O feriado de Nove de Julho começou com preguiça (claro) e um filme num desses Telecines da vida: Paparazzi. Na verdade, achei uma grande bobagem, mas assisti até o final. Eu não sei quem dirigiu, nem quem é o ator principal, mas esses caras (assim como os famosos que fizeram uma ponta no filme) devem odiar, mas odiar com todas as forças, os paparazzi. Como disse o maridão, a idéia do filme deve ter surgido num momento de fúria. "Vamos fazer um filme pra acabar com os paparazzi?". Não que eu admire o "trabalho" de um paparazzo, mas fiquei apenas me perguntando se o cara exagerou ou não.
Na hora do almoço, às 13h30, fomos acompanhar nossas afilhadas ao cinema. Eu nunca imaginei que às 13h30 o cinema estaria lotado! Como disse nosso "cumpadi", as crianças acordam às 07h00 e 13h30 já é meio da tarde. O filme: "Ratatouille". Impressionante o que estão fazendo com a animação digital! Em alguns momentos achava que estava vendo uma fotografia. E o Remy é um fofo!!! O único problema foi que saí do cinema com vontade de comer aqueles pratos preparados pelo chef Remy e tive de me contentar com um "América".
Do cinema passamos na locadora e saímos com "O amor não tira férias" ("The holiday" - queria que um dia alguém me explicasse o processo de tradução de títulos de filmes, mas deixa isso pra depois). Eu já havia recebido várias indicações desse filme, mas estava com certa bronca porque eu sabia que era uma cópia do "Tara Road" (e é mesmo), mas era final de feriado, aquela vontade de ver uma história romântica etc etc etc: levamos. Eu gostei, chorei pra caramba com o Arthur Abbot e fiquei com vontade de morar num chalé no interior da Inglaterra. Acho que será mais fácil saborear os pratos do Remy...
Na hora do almoço, às 13h30, fomos acompanhar nossas afilhadas ao cinema. Eu nunca imaginei que às 13h30 o cinema estaria lotado! Como disse nosso "cumpadi", as crianças acordam às 07h00 e 13h30 já é meio da tarde. O filme: "Ratatouille". Impressionante o que estão fazendo com a animação digital! Em alguns momentos achava que estava vendo uma fotografia. E o Remy é um fofo!!! O único problema foi que saí do cinema com vontade de comer aqueles pratos preparados pelo chef Remy e tive de me contentar com um "América".
Do cinema passamos na locadora e saímos com "O amor não tira férias" ("The holiday" - queria que um dia alguém me explicasse o processo de tradução de títulos de filmes, mas deixa isso pra depois). Eu já havia recebido várias indicações desse filme, mas estava com certa bronca porque eu sabia que era uma cópia do "Tara Road" (e é mesmo), mas era final de feriado, aquela vontade de ver uma história romântica etc etc etc: levamos. Eu gostei, chorei pra caramba com o Arthur Abbot e fiquei com vontade de morar num chalé no interior da Inglaterra. Acho que será mais fácil saborear os pratos do Remy...
domingo, 8 de julho de 2007
Suíça brasileira: show de horror
Ontem foi a abertura do Festival de Inverno de Campos do Jordão e o Marcelo deveria ir até lá trabalhar. Resolvi que iria acompanhá-lo (e relembrar a época em que eu produzia a transmissão ao vivo da abertura pela TV Cultura - e não gostava) e na hora de ir resolvemos levar o Ulisses e a Penélope, nosso casal liiiiindo e queriiiiido de berneses.
Fomos direto para o Auditório Cláudio Santoro, o Ulisses e a Penélope ficaram excitadíssimos com o ambiente diferente e enquanto o Marcelo trabalhava, eu era quase arrastada pelos dois ao redor do auditório. Mas até que eles conseguiram curtir a baixa temperatura de Campos e ficar deitados no gramado frio por um bom tempo.
Depois que a TV Cultura entrou no ar e tudo começou a correr bem, o Marcelo resolveu que queria chocolate e fomos até o centro. Enquanto ele procurava um lugar para estacionar, eu desci e fui até o Montanhês: uma fila ridícula, mas ridícula mesmo, para comprar os chocolates. Foi o que bastou para meu mau-humor vir à tona. Mas continuei lá pelo Marcelo. Pedi quatro ramas de chocolate, dois bombons de marshmallow e um punhado de crocante coberto de chocolate. Minha comanda apontou R$ 45,50! Esperá lá, eu estava comprando só chocolate, e no Montanhês. Fui olhar os preços e descobri que alguns chocolates são vendidos a R$ 300,00 o quilo!!! Larguei tudo lá, bufando de ódio, e fui para o concorrente: comprei muito mais por R$ 30,00.
Na rua, uma visão do inferno: calçadas imundas, com tudo quanto é tipo de papel e comida jogados. As lixeiras transbordavam, não dando conta de receber todo o lixo que aquela multidão produzia. Em qualquer loja ou restaurante havia filas enormes. E o pior de tudo: uma mulherada vestindo casacos de pele de vison, de onça, de tigre, de zebra, de urso. Só faltou a pele de porco, que era o mais apropriado para o local (os porcos que me perdoem pela ofensa). Além do desfile de peles em Campos do Jordão, não dava para agüentar a pose e a falta de educação, pois por alguma razão as pessoas que lá estavam devem achar que passar o inverno em Campos é um programa reservado para poucos privilegiados financeiramente, e como a maioria do ricos (principalmente novos ricos) nesse país, acham que o dinheiro está acima da lei e se dão o direito de fazer o que bem entendem, desde jogar lixo na rua (eles pagam impostos para os garis limparem) até largar o carro no meio da rua (eles têm pressa e não podem ficar rodando à procura de uma vaga).
Todos ali aparentemente se sentiam nos Alpes suíços, só se esquecendo de que os suíços são educados e pensam no coletivo, justamente por serem educados.
Não tive outra alternativa, a não ser sair correndo de lá e prometer que não volto mais para Campos em julho, nem que seja para passar uma horinha.
Fomos direto para o Auditório Cláudio Santoro, o Ulisses e a Penélope ficaram excitadíssimos com o ambiente diferente e enquanto o Marcelo trabalhava, eu era quase arrastada pelos dois ao redor do auditório. Mas até que eles conseguiram curtir a baixa temperatura de Campos e ficar deitados no gramado frio por um bom tempo.
Depois que a TV Cultura entrou no ar e tudo começou a correr bem, o Marcelo resolveu que queria chocolate e fomos até o centro. Enquanto ele procurava um lugar para estacionar, eu desci e fui até o Montanhês: uma fila ridícula, mas ridícula mesmo, para comprar os chocolates. Foi o que bastou para meu mau-humor vir à tona. Mas continuei lá pelo Marcelo. Pedi quatro ramas de chocolate, dois bombons de marshmallow e um punhado de crocante coberto de chocolate. Minha comanda apontou R$ 45,50! Esperá lá, eu estava comprando só chocolate, e no Montanhês. Fui olhar os preços e descobri que alguns chocolates são vendidos a R$ 300,00 o quilo!!! Larguei tudo lá, bufando de ódio, e fui para o concorrente: comprei muito mais por R$ 30,00.
Na rua, uma visão do inferno: calçadas imundas, com tudo quanto é tipo de papel e comida jogados. As lixeiras transbordavam, não dando conta de receber todo o lixo que aquela multidão produzia. Em qualquer loja ou restaurante havia filas enormes. E o pior de tudo: uma mulherada vestindo casacos de pele de vison, de onça, de tigre, de zebra, de urso. Só faltou a pele de porco, que era o mais apropriado para o local (os porcos que me perdoem pela ofensa). Além do desfile de peles em Campos do Jordão, não dava para agüentar a pose e a falta de educação, pois por alguma razão as pessoas que lá estavam devem achar que passar o inverno em Campos é um programa reservado para poucos privilegiados financeiramente, e como a maioria do ricos (principalmente novos ricos) nesse país, acham que o dinheiro está acima da lei e se dão o direito de fazer o que bem entendem, desde jogar lixo na rua (eles pagam impostos para os garis limparem) até largar o carro no meio da rua (eles têm pressa e não podem ficar rodando à procura de uma vaga).
Todos ali aparentemente se sentiam nos Alpes suíços, só se esquecendo de que os suíços são educados e pensam no coletivo, justamente por serem educados.
Não tive outra alternativa, a não ser sair correndo de lá e prometer que não volto mais para Campos em julho, nem que seja para passar uma horinha.
sexta-feira, 6 de julho de 2007
Um dia a gente aprende?
Ontem fiz a última prova do MBA que cursei durante um ano e meio com uma turma muito legal. Na verdade ainda temos um "business game" e eu ainda tenho uma matéria pra refazer (uma reprovação mesmo), mas o fato é que essa turma não se reunirá mais todas as noites de terça e quinta.
Estávamos tão ansiosos pra fazer e terminar essa última prova que quando alguém, já no bar depois da aula, disse que estava nostálgico, nos demos conta de que a turma em si acabou. Aí começou aquela conversa de nos encontrarmos todas as semanas, meses, anos etc., mas todos sabem o que vai acontecer.
Eu olhei pra todos ali e percebi que vou sentir muita falta das pesssoas, do nosso aprendizado, das nossas piadas e dos professores. Ficou uma sensação de que aproveitei pouco essa convivência, como sempre fica depois de um curso, de um trabalho e de uma viagem. Pelo menos na maioria das vezes o lado bom das coisas sempre é maior que o lado ruim, mas parece que a gente só enxerga isso depois que já passou.
PS: apenas não me confundam com aquelas pessoas que mesmo na situação mais f.d.p. que existe fica dizendo pra olhar o lado bom das coisas, porque algumas experiências são péssimas mesmo e só há o lado ruim, como o LP do Wando (ou do Oswaldo Montenegro, como diz o maridão).
Estávamos tão ansiosos pra fazer e terminar essa última prova que quando alguém, já no bar depois da aula, disse que estava nostálgico, nos demos conta de que a turma em si acabou. Aí começou aquela conversa de nos encontrarmos todas as semanas, meses, anos etc., mas todos sabem o que vai acontecer.
Eu olhei pra todos ali e percebi que vou sentir muita falta das pesssoas, do nosso aprendizado, das nossas piadas e dos professores. Ficou uma sensação de que aproveitei pouco essa convivência, como sempre fica depois de um curso, de um trabalho e de uma viagem. Pelo menos na maioria das vezes o lado bom das coisas sempre é maior que o lado ruim, mas parece que a gente só enxerga isso depois que já passou.
PS: apenas não me confundam com aquelas pessoas que mesmo na situação mais f.d.p. que existe fica dizendo pra olhar o lado bom das coisas, porque algumas experiências são péssimas mesmo e só há o lado ruim, como o LP do Wando (ou do Oswaldo Montenegro, como diz o maridão).
quarta-feira, 4 de julho de 2007
Insônia II...
Mais um começo de noite sem sono. Os cachorros já estão embaixo da cama nos braços de Morfeu, o marido ainda está no trabalho, os amigos estão sumindo do msn e já não atendem o telefone e eu aqui querendo falar, falar, falar....
Preciso distrair a ansiedade.
Preciso distrair a ansiedade.
terça-feira, 3 de julho de 2007
Insônia...
...é o que resta para uma pessoa que nasceu com nível de ansiedade acima do aceitável que está ansiosa.
domingo, 1 de julho de 2007
Domingão
Preguiça de estudar para as provas dessa semana que chega, preguiça de ler os quatrocentos livros de cabeceira, preguiça de caminhar com os cachorros, preguiça de tirar o pijama, preguiça de fazer um almoço (essa faz parte da minha essência), preguiça de almoçar fora, preguiça de ver um fime...ai, ai...preguiça até de dormir!
sexta-feira, 29 de junho de 2007
Triste
De tanto ficar no trânsito eu deveria é trabalhar na CET...mas, enfim, hoje eu estava parada na Avenida Bandeirantes, bem na hora do "rush", se é que isso ainda existe em São Paulo, e no meio da confusão vi um carro quebrado com uma mulher desesperada dentro. Como eu não andava nem pra frente nem pra trás, me deu uma vontade louca de ajudar, mas a gente chegou a um nível de insegurança que eu já imaginei a pobre da mulher me apontando uma arma no momento em que eu fosse oferecer a ajuda. E ainda visualizei seu sorriso me dizendo "bobinha".
Fiquei triste de ter pensado isso, mas não parei. Triste, não?
Fiquei triste de ter pensado isso, mas não parei. Triste, não?
quinta-feira, 28 de junho de 2007
O vendedor de espanadores
Quinta-feira passada estava eu parada no trânsito na Alameda Lorena, quando vi, na frente do Empório Santa Luzia, um senhorzinho vendendo espanadores. Devia estar entre os sessenta e setenta anos, era magriiiiiinho, com o rosto fino, principalmente o nariz, e um olhar bondoso do tamanho do mundo. Eu reparei quando ele deu um sorriso pra uma mulher que estava entrando no supermercado, e naquele momento me apaixonei. Fiquei com vontade de descer do carro para abraçá-lo. Mais: fiquei com vontade de trazê-lo para casa. Ele era uma dessas pessoas que a gente tem vontade de guardar em casa bem protegida, para que nenhum mal lhe aconteça. Não fiz nem uma coisa nem outra. Parti.
Depois fiquei pensando que eu deveria ter um espanador para limpar meus livros. No dia seguinte fui a um supermercado qualquer, mas não encontrei espanadores.
Eis que hoje, uma semana depois, estava eu na mesma região, agora a pé, esperando o sinal pra atravessar a rua. E quem estava ao meu lado? O meu vendedor de espanadores. Eu estava atrasada para um compromisso, carregando livros, bolsa, mochila e casaco. Como eu levaria ainda um espanador? Perguntei até que horas ele ficaria ali, ao que ele respondeu que poderia entregar o espanador na minha casa. Como eu disse que depois de duas horas eu estaria de volta àquela esquina, acertamos que ele me esperaria.
Duas horas depois, o avistei de longe, com aquele olhar que derrete meu coração. Sorriu e acenou com a mão de leve. Cheguei perto e ele me ajudou a escolher um espanador macio para os livros ("não vai riscá-los", ele disse) e outro mais duro para os móveis (esse segundo eu levei só pra ele vender mais).
E não é que os espanadores eram caros? Que me importa? Agora estou aqui, cheia de ternura pelos bens adquiridos. Talvez na próxima quinta eu o abrace.
Depois fiquei pensando que eu deveria ter um espanador para limpar meus livros. No dia seguinte fui a um supermercado qualquer, mas não encontrei espanadores.
Eis que hoje, uma semana depois, estava eu na mesma região, agora a pé, esperando o sinal pra atravessar a rua. E quem estava ao meu lado? O meu vendedor de espanadores. Eu estava atrasada para um compromisso, carregando livros, bolsa, mochila e casaco. Como eu levaria ainda um espanador? Perguntei até que horas ele ficaria ali, ao que ele respondeu que poderia entregar o espanador na minha casa. Como eu disse que depois de duas horas eu estaria de volta àquela esquina, acertamos que ele me esperaria.
Duas horas depois, o avistei de longe, com aquele olhar que derrete meu coração. Sorriu e acenou com a mão de leve. Cheguei perto e ele me ajudou a escolher um espanador macio para os livros ("não vai riscá-los", ele disse) e outro mais duro para os móveis (esse segundo eu levei só pra ele vender mais).
E não é que os espanadores eram caros? Que me importa? Agora estou aqui, cheia de ternura pelos bens adquiridos. Talvez na próxima quinta eu o abrace.
quarta-feira, 27 de junho de 2007
terça-feira, 26 de junho de 2007
Momento brega
Há muito tempo deixei de ver novelas. Acho que foi por volta de 1995, quando comecei a trabalhar muito à noite como produtora na TV Cultura. Depois larguei a televisão para estudar Direito no período noturno e quando terminei a faculdade simplesmente não tinha mais paciência para as mesmas fórmulas.
Ontem, porém, sozinha em casa na hora do jantar, resolvi ligar a TV e dei de cara com a novela das oito, hoje das nove, da Globo. Não sei do que se trata (a não ser que tem uma gêmea má e uma boa, haja paciência) e não sei o nome das personagens também. Só que, talvez sensibilizada pelo meu atual momento de vida, assisti com muito interesse à cena em que o personagem do Daniel Dantas dizia para a filha, prestes a se casar apenas para satisfazer a mãe (foi o que entendi), que ele passou a vida num emprego do qual ele não gostava para dar alguma segurança e conforto para suas filhas. Esse pai assegurou à filha, por experiência própria, que não valia a pena abrir mão dos sonhos em busca da segurança (obviamente num texto mais elaborado, o qual não consigo reproduzir aqui e agora).
Já disse que estou num momento muito particular, e devo mencionar ainda a TPM, que me faz chorar em comercial de sabão em pó, mas quando esse pai, vivido pelo Daniel Dantas, disse que optar por uma vida medíocre simplesmente não valia a pena, eu vibrei com a cena.
Agora me pergunto: os textos das novelas realmente melhoraram ou é que estou num momento muito brega da vida?
Ontem, porém, sozinha em casa na hora do jantar, resolvi ligar a TV e dei de cara com a novela das oito, hoje das nove, da Globo. Não sei do que se trata (a não ser que tem uma gêmea má e uma boa, haja paciência) e não sei o nome das personagens também. Só que, talvez sensibilizada pelo meu atual momento de vida, assisti com muito interesse à cena em que o personagem do Daniel Dantas dizia para a filha, prestes a se casar apenas para satisfazer a mãe (foi o que entendi), que ele passou a vida num emprego do qual ele não gostava para dar alguma segurança e conforto para suas filhas. Esse pai assegurou à filha, por experiência própria, que não valia a pena abrir mão dos sonhos em busca da segurança (obviamente num texto mais elaborado, o qual não consigo reproduzir aqui e agora).
Já disse que estou num momento muito particular, e devo mencionar ainda a TPM, que me faz chorar em comercial de sabão em pó, mas quando esse pai, vivido pelo Daniel Dantas, disse que optar por uma vida medíocre simplesmente não valia a pena, eu vibrei com a cena.
Agora me pergunto: os textos das novelas realmente melhoraram ou é que estou num momento muito brega da vida?
segunda-feira, 25 de junho de 2007
Da dificuldade de ser cão
"Os animais, que não fazem nada inútil, não meditam sobre a morte", escreveu Paul Valéry.
Não meditam sobre a morte mas se entendiam, como mostrou Sartre em uma estranha página de O idiota da família. Sartre e seus amigos falavam de um cão em sua presença. O animal, que compreendia ser ele o assunto, "tratava de não compreender aquilo que compreendia". A convivência com o homem, que Sartre chama aqui de cultura, torna-se no animal "pura negação por si mesma da animalidade [...] esta implantação do humano como possibilidade recusada traduz-se por uma fruição: o cão sente-se viver, ele se entendia".
É o que aproximadamente Rivarol já dizia no seu Discurso preliminar do novo dicionário da língua francesa:
"Portanto, são a natureza e os acasos da vida que fornecem indícios aos animais, o que limita muito a espécie e a quantidade. Então, somente o homem pode fornecer-lhes sinais artificiais e variados, apesar de não serem os representantes nem os companheiros naturais do objeto".
"Mas quando chegamos a tal troca com os animais, vem a seguir um inconveniente insuperável: nós os tiramos da sua ordem, sem transportá-los para a nossa; e a grande maioria de nossos sinais exprime necessidades que eles não têm, e idéias que não podem conceber".
****************************************
Não pude deixar de pensar nesse trecho do livro "Da dificuldade de ser cão", de Roger Grenier, quando ontem vi um Pet Motel, com a palavra "love" brilhando em neon na janela, uma cama com colchão, espelho no teto em formato de coração e TV de plasma na parede. Nossos queridos cães merecem mais do que isso, não?
Não meditam sobre a morte mas se entendiam, como mostrou Sartre em uma estranha página de O idiota da família. Sartre e seus amigos falavam de um cão em sua presença. O animal, que compreendia ser ele o assunto, "tratava de não compreender aquilo que compreendia". A convivência com o homem, que Sartre chama aqui de cultura, torna-se no animal "pura negação por si mesma da animalidade [...] esta implantação do humano como possibilidade recusada traduz-se por uma fruição: o cão sente-se viver, ele se entendia".
É o que aproximadamente Rivarol já dizia no seu Discurso preliminar do novo dicionário da língua francesa:
"Portanto, são a natureza e os acasos da vida que fornecem indícios aos animais, o que limita muito a espécie e a quantidade. Então, somente o homem pode fornecer-lhes sinais artificiais e variados, apesar de não serem os representantes nem os companheiros naturais do objeto".
"Mas quando chegamos a tal troca com os animais, vem a seguir um inconveniente insuperável: nós os tiramos da sua ordem, sem transportá-los para a nossa; e a grande maioria de nossos sinais exprime necessidades que eles não têm, e idéias que não podem conceber".
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Não pude deixar de pensar nesse trecho do livro "Da dificuldade de ser cão", de Roger Grenier, quando ontem vi um Pet Motel, com a palavra "love" brilhando em neon na janela, uma cama com colchão, espelho no teto em formato de coração e TV de plasma na parede. Nossos queridos cães merecem mais do que isso, não?
domingo, 24 de junho de 2007
Falta de assunto
Não gosto de televisão. Apenas ligo a nossa para ver algum filme. Agora estou aqui, domingão, às 12h15, tentando escrever um conto fantástico, quando meu marido chega de um passeio com os cachorros e liga a TV. O assunto: a bandeirinha Ana Paula tira ou não a roupa? E com depoimentos de uma cambada de gente do mundo esportivo.
Ah, tenha dó!
Ah, tenha dó!
quinta-feira, 21 de junho de 2007
Eu simplesmente não resisti
Fui à Livraria Cultura (A nova) buscar um livro que havia encomendado, o conto Aura, de Carlos Fuentes.
Cheguei, dei uma volta, fui até a área de reservas buscar o livro, dei outra volta, peguei mais dois livros não programados (óbvio), dei outra volta, fui ver alguns CDS, voltei para a área de livros, atendi uma ligação no celular, dei outra volta, resolvi não tomar café por ali e ir embora.
Estou saindo da livraria, no térreo, quando olho para o mezanino e vejo um senhor ali parado, observando calmamente o movimento na livraria. Meu coração acelerou. "Será que é quem estou pensando? Será? Não sei."
Subi para passar mais perto e era. Era ele. Quem? Quem? Quem? José Mindlin. O amador da leitura e dos livros, nas palavras de Antonio Candido. O homem que reuniu 30 mil volumes (já doou 15 mil para a USP) e que lê em média uns 8 livros por mês (e já está com uns 90 anos, faça essa conta). O advogado e depois empresário que dedicou sua vida à leitura.
Eu decidi que iria observá-lo de longe, mas a admiração que tenho por esse homem simplesmente me empurrou para ele e fiz algo que nunca havia feito: fui me apresentar e dizer o quanto eu o admiro e estimo.
Ele foi a coisa mais fofa, disse que estava ficando encabulado com meus elogios e minha emoção (porque eu disse que estava emocionada de encontrá-lo ali) e perguntou meu nome, o que eu fazia e quais livros eu andava lendo no momento. Foi aí que paguei o maior mico, porque me deu um branco. Eu não conseguia me lembrar do que estava lendo! Nem do que havia lido semana passada, nem do que gostava de ler. Que ridículo! Ridículo...
José Mindlin me socorreu e perguntou se eu já havia me aventurado pelo mundo de Guimarães Rosa e Proust. A conversa então voltou a fluir, porque eu disse que inclusive estava começando a ler "Em busca do tempo perdido" e para tanto guardava comigo um conselho dele que li em algum lugar: se você não gostar do livro no começo, leia de novo. Se continuar não gostando, leia de novo. E leia até gostar. Ontem ele me disse que temos que passar da página 50 (eu não cheguei lá ainda).
Quando me despedi e disse da minha admiração mais uma vez, ele explicou que tudo o que tenta fazer é "inocular o vírus da leitura nas pessoas".
Desejo que ele ainda tenha muito tempo para continuar espalhando essa deliciosa doença incurável.
Cheguei, dei uma volta, fui até a área de reservas buscar o livro, dei outra volta, peguei mais dois livros não programados (óbvio), dei outra volta, fui ver alguns CDS, voltei para a área de livros, atendi uma ligação no celular, dei outra volta, resolvi não tomar café por ali e ir embora.
Estou saindo da livraria, no térreo, quando olho para o mezanino e vejo um senhor ali parado, observando calmamente o movimento na livraria. Meu coração acelerou. "Será que é quem estou pensando? Será? Não sei."
Subi para passar mais perto e era. Era ele. Quem? Quem? Quem? José Mindlin. O amador da leitura e dos livros, nas palavras de Antonio Candido. O homem que reuniu 30 mil volumes (já doou 15 mil para a USP) e que lê em média uns 8 livros por mês (e já está com uns 90 anos, faça essa conta). O advogado e depois empresário que dedicou sua vida à leitura.
Eu decidi que iria observá-lo de longe, mas a admiração que tenho por esse homem simplesmente me empurrou para ele e fiz algo que nunca havia feito: fui me apresentar e dizer o quanto eu o admiro e estimo.
Ele foi a coisa mais fofa, disse que estava ficando encabulado com meus elogios e minha emoção (porque eu disse que estava emocionada de encontrá-lo ali) e perguntou meu nome, o que eu fazia e quais livros eu andava lendo no momento. Foi aí que paguei o maior mico, porque me deu um branco. Eu não conseguia me lembrar do que estava lendo! Nem do que havia lido semana passada, nem do que gostava de ler. Que ridículo! Ridículo...
José Mindlin me socorreu e perguntou se eu já havia me aventurado pelo mundo de Guimarães Rosa e Proust. A conversa então voltou a fluir, porque eu disse que inclusive estava começando a ler "Em busca do tempo perdido" e para tanto guardava comigo um conselho dele que li em algum lugar: se você não gostar do livro no começo, leia de novo. Se continuar não gostando, leia de novo. E leia até gostar. Ontem ele me disse que temos que passar da página 50 (eu não cheguei lá ainda).
Quando me despedi e disse da minha admiração mais uma vez, ele explicou que tudo o que tenta fazer é "inocular o vírus da leitura nas pessoas".
Desejo que ele ainda tenha muito tempo para continuar espalhando essa deliciosa doença incurável.
quarta-feira, 20 de junho de 2007
Leticia
Leticia é minha amiga há 26 anos.
Nesse tempo nós já fomos amigas inseparáveis, já brigamos e ficamos muito tempo sem nos falar, já fomos amigas mais distantes e hoje somos amigas. Simples assim. Ela quase nunca me liga, mas eu ligo sempre que quero rir ou chorar, conversar ou ficar quieta. E depois de nos vermos ela me liga pra dizer que foi bom.
Eu já liguei muitas vezes para a Leticia apenas para dizer o quanto a amo. Um dia saí de sua casa e fiquei com a imagem dela parada no portão me dizendo "tchau". Na fila do caixa da padaria essa imagem ainda me perseguia e descobri que a Leticia é uma das pessoas que eu mais genuinamente amo. Eu não quero nada dela. Ainda que ela resolva nunca mais me fazer rir ou chorar, ainda que ela decida ignorar a minha existência, eu não conseguirei deixar de amá-la. E mais, eu continuarei tendo apenas um interesse: que seus dias sejam mais felizes do que tristes. E resolvi ligar pra ela apenas para dizer isso que agora torno "público".
O motivo de eu estar escrevendo um pouco sobre o meu amor pela Leticia nesse momento é que a vaca viajou sem telefone, email ou messenger. Ou seja, me largou aqui com essa saudade toda e não está nem aí pro meu sofrimento.
Lelê, um dia você vai aparecer de novo e vai ler isso aqui. E aí vai saber um pouco da falta que você faz. E vai ter que sentar ao meu lado com uma garrafa de vinho e me contar tudo sobre essa viagem.
Eu te amo, cadela!
Nesse tempo nós já fomos amigas inseparáveis, já brigamos e ficamos muito tempo sem nos falar, já fomos amigas mais distantes e hoje somos amigas. Simples assim. Ela quase nunca me liga, mas eu ligo sempre que quero rir ou chorar, conversar ou ficar quieta. E depois de nos vermos ela me liga pra dizer que foi bom.
Eu já liguei muitas vezes para a Leticia apenas para dizer o quanto a amo. Um dia saí de sua casa e fiquei com a imagem dela parada no portão me dizendo "tchau". Na fila do caixa da padaria essa imagem ainda me perseguia e descobri que a Leticia é uma das pessoas que eu mais genuinamente amo. Eu não quero nada dela. Ainda que ela resolva nunca mais me fazer rir ou chorar, ainda que ela decida ignorar a minha existência, eu não conseguirei deixar de amá-la. E mais, eu continuarei tendo apenas um interesse: que seus dias sejam mais felizes do que tristes. E resolvi ligar pra ela apenas para dizer isso que agora torno "público".
O motivo de eu estar escrevendo um pouco sobre o meu amor pela Leticia nesse momento é que a vaca viajou sem telefone, email ou messenger. Ou seja, me largou aqui com essa saudade toda e não está nem aí pro meu sofrimento.
Lelê, um dia você vai aparecer de novo e vai ler isso aqui. E aí vai saber um pouco da falta que você faz. E vai ter que sentar ao meu lado com uma garrafa de vinho e me contar tudo sobre essa viagem.
Eu te amo, cadela!
terça-feira, 19 de junho de 2007
Ai, que preguiça
Se eu digo para um pai ou uma mãe de criança que fui ao cinema no final de semana, logo vem o comentário:
- Você não tem filhos, né? Porque se tivesse não iria conseguir ir ao cinema.
O mesmo se dá se eu comento sobre um livro: Você não tem filhos, né? Porque se tivesse não iria conseguir ler um livro.
Viajar? Comer fora? Trabalhar e estudar à noite? Estudar qualquer coisa? Ir ao teatro? Sair com amigos? Namorar?
Sempre o mesmo comentário.
Tudo bem que no fundo eu não sei o que é ter filhos e o trabalho que uma criança pode dar, mas o engraçado é que eu conheço pessoas com filhos que conseguem fazer pelo menos um pouco de tudo isso.
A preguiça que eu tenho é de perguntar para aquelas pessoas se elas usam os filhos apenas como desculpa ou se realmente colocam esse peso sobre ombrinhos tão frágeis.
- Você não tem filhos, né? Porque se tivesse não iria conseguir ir ao cinema.
O mesmo se dá se eu comento sobre um livro: Você não tem filhos, né? Porque se tivesse não iria conseguir ler um livro.
Viajar? Comer fora? Trabalhar e estudar à noite? Estudar qualquer coisa? Ir ao teatro? Sair com amigos? Namorar?
Sempre o mesmo comentário.
Tudo bem que no fundo eu não sei o que é ter filhos e o trabalho que uma criança pode dar, mas o engraçado é que eu conheço pessoas com filhos que conseguem fazer pelo menos um pouco de tudo isso.
A preguiça que eu tenho é de perguntar para aquelas pessoas se elas usam os filhos apenas como desculpa ou se realmente colocam esse peso sobre ombrinhos tão frágeis.
segunda-feira, 18 de junho de 2007
Dia de domingo em São Paulo
Como todo bom dia de domingo, começa impregnado de preguiça, mas depois de horas na frente da TV e do computador o estômago avisa que está com vontade de comida japonesa e nos mandamos para a Liberdade à procura de sashimi. Como já estávamos no meio da tarde (aquele horário entre o almoço e a janta), encontramos os restaurantes fechados. Em compensação, nos deparamos com milhares de pessoas se espremendo entre as barraquinhas da tradicional feira da Liberdade, devorando tempurás, yakissobas, espetinhos de camarão e polvo, bolinhos cremosos de polvo (huummmm) misturados com raspadinha oriental (não vi a diferença pra raspadinha da praia) e sucos das mais variadas frutas. Apesar da multidão e do meu pavor desta, resolvi ficar e me empanturrar de bolinhos de polvo com molho de soja acompanhados de peixe seco. Muito bom!
De sobremesa, entrei naquelas lojinhas chinesas e japonesas e comprei pacotes e mais pacotes de balas, como toda criança adora fazer. Ah, comi também doce de feijão azuki e experimentei uns sorvetes japoneses. Deu pra perceber que saí rolando da Liberdade, não?
Depois dessa orgia gastronômica, resolvemos encarar uma sessão de cinema, torcendo para não dormirmos no meio do filme (devo confessar que eu consegui resistir ao sono, mas o Marcelo não).
No meio do caminho, uma cena hilária: meia dúzia de amigos reunidos no vão do MASP, segurando uma faixa amarela que anunciava a 1ª Parada do Orgulho Hetero. Para cada carro que passava, eles gritavam "se você é hetero e tem orgulho, bata palmas". E as pessoas batiam. Ficamos imaginando esse grupo organizando a passeata numa mesa de bar, completamente bêbados, e demos boas risadas.
Antes de irmos pro cinema, uma parada na nova Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Está linda, é enoooorme, mas um enoooorme que chegou a me assustar. No entanto, a impressão de que a essência da livraria poderia se perder no meio daquele espaço todo foi embora quando o vendedor me atendeu com a mesma atenção e conhecimento de sempre. Ufa! Mas o melhor de tudo foi ver milhares de pessoas curtindo a livraria, algo que sempre me deu muita alegria.
Última parada: cine Unibanco. Não conhecíamos nenhum dos filmes em cartaz e escolhemos "A vida secreta das palavras" pela sinopse, pelos atores e pelo próprio título (no meu caso).
No começo do filme não consegui entender, ou mesmo imaginar, para onde ele iria e entrei no clima do suspense. Nada mal. A coisa vai engrenando, você ainda não sabe direito o que significa tudo aquilo e de repente leva um soco no estômago. Foi assim que me senti: nauseada.
É um bom filme, mas já em casa li um crítico dizendo que poderíamos chegar um pouco atrasados e sair antes do final. Acabei concordando com ele, pelo menos quanto à recomendação para chegarmos atrasados. A primeira cena realmente me pareceu desnecessária e desconexa com o restante do enredo.
De sobremesa, entrei naquelas lojinhas chinesas e japonesas e comprei pacotes e mais pacotes de balas, como toda criança adora fazer. Ah, comi também doce de feijão azuki e experimentei uns sorvetes japoneses. Deu pra perceber que saí rolando da Liberdade, não?
Depois dessa orgia gastronômica, resolvemos encarar uma sessão de cinema, torcendo para não dormirmos no meio do filme (devo confessar que eu consegui resistir ao sono, mas o Marcelo não).
No meio do caminho, uma cena hilária: meia dúzia de amigos reunidos no vão do MASP, segurando uma faixa amarela que anunciava a 1ª Parada do Orgulho Hetero. Para cada carro que passava, eles gritavam "se você é hetero e tem orgulho, bata palmas". E as pessoas batiam. Ficamos imaginando esse grupo organizando a passeata numa mesa de bar, completamente bêbados, e demos boas risadas.
Antes de irmos pro cinema, uma parada na nova Livraria Cultura do Conjunto Nacional. Está linda, é enoooorme, mas um enoooorme que chegou a me assustar. No entanto, a impressão de que a essência da livraria poderia se perder no meio daquele espaço todo foi embora quando o vendedor me atendeu com a mesma atenção e conhecimento de sempre. Ufa! Mas o melhor de tudo foi ver milhares de pessoas curtindo a livraria, algo que sempre me deu muita alegria.
Última parada: cine Unibanco. Não conhecíamos nenhum dos filmes em cartaz e escolhemos "A vida secreta das palavras" pela sinopse, pelos atores e pelo próprio título (no meu caso).
No começo do filme não consegui entender, ou mesmo imaginar, para onde ele iria e entrei no clima do suspense. Nada mal. A coisa vai engrenando, você ainda não sabe direito o que significa tudo aquilo e de repente leva um soco no estômago. Foi assim que me senti: nauseada.
É um bom filme, mas já em casa li um crítico dizendo que poderíamos chegar um pouco atrasados e sair antes do final. Acabei concordando com ele, pelo menos quanto à recomendação para chegarmos atrasados. A primeira cena realmente me pareceu desnecessária e desconexa com o restante do enredo.
sexta-feira, 15 de junho de 2007
É coisa de doido?
Não consigo trabalhar quando o Outlook fica no canto direito da tela. Tudo sai da ordem, tenho que fechar tudo e abrir de novo o Outlook para que fique no canto esquerdo. Eu, hein....
Antes que a vida seja desperdiçada
Há dois dias assisti pela segunda vez o delicioso filme "Antes do amanhecer". A primeira tinha sido há uns dez anos, eu acho, mas eu me lembrei que naquela época eu fiquei com a certeza de que Celine e Jesse iriam se encontrar no dia 16 de dezembro de 1995, afinal, o ser humano precisa de um final feliz e eu não sou diferente.
Como eu agora tinha alugado "Antes do amanhecer" e "Antes do pôr do sol" (então já sabia que eles não tinham se encontrado em dezembro de 95), passei o dia de ontem ansiosa para ver o final dessa história, a não ser que tivéssemos que esperar 2013 para isso, o que no fundo me parecia inverossímil. O que eu gostaria de dizer para Celine e Jesse é que essa história de manter apenas uma lembrança feliz e mágica do outro, sem deixar com que a convivência estrague a relação pode ser, sim, muito bonita, mas dividir seus dias, bons ou ruins, sempre com a mesma pessoa também é um belo e delicioso desafio que eu acho que vale a pena. Vale ao menos tentar.
Não foi fácil assistir "Antes do pôr do sol". Eu estava tensa imaginando o que Richard Linklater iria me reservar e eu só relaxei quando ouvi Jesse dizer "I know". Está certo que o meu lado extremamente neurótico e ansioso ficou pensando se ele sabia que o vôo iria atrasar apenas alguns dias ou para sempre, mas depois concluí que eu estava exagerando no racional. Na minha cabecinha romântica ele nunca mais entrou num vôo, a não ser que fosse para viajar pelo mundo com Celine ao seu lado. E isso basta.
Como eu agora tinha alugado "Antes do amanhecer" e "Antes do pôr do sol" (então já sabia que eles não tinham se encontrado em dezembro de 95), passei o dia de ontem ansiosa para ver o final dessa história, a não ser que tivéssemos que esperar 2013 para isso, o que no fundo me parecia inverossímil. O que eu gostaria de dizer para Celine e Jesse é que essa história de manter apenas uma lembrança feliz e mágica do outro, sem deixar com que a convivência estrague a relação pode ser, sim, muito bonita, mas dividir seus dias, bons ou ruins, sempre com a mesma pessoa também é um belo e delicioso desafio que eu acho que vale a pena. Vale ao menos tentar.
Não foi fácil assistir "Antes do pôr do sol". Eu estava tensa imaginando o que Richard Linklater iria me reservar e eu só relaxei quando ouvi Jesse dizer "I know". Está certo que o meu lado extremamente neurótico e ansioso ficou pensando se ele sabia que o vôo iria atrasar apenas alguns dias ou para sempre, mas depois concluí que eu estava exagerando no racional. Na minha cabecinha romântica ele nunca mais entrou num vôo, a não ser que fosse para viajar pelo mundo com Celine ao seu lado. E isso basta.
quarta-feira, 13 de junho de 2007
Minha confissão
Não sei precisar se enquanto candidata ou já eleita prefeita da cidade de São Paulo, mas fato é que um dia vi uma foto da Sra. Marta Suplicy durante uma visita a um dos bairros da periferia de São Paulo e nunca mais a esqueci.
A digníssima senhora vestia um belo par de sapatos Channel, com enormes e finos saltos. No momento em que teve que pular um córrego, deu uma leve levantada, sempre muito elegante, na longa saia que usava, para que não ficasse molhada com aquela água. Nesse instante, foi clicada e a foto divulgada. Ao ver aqueles sapatos, nasceu meu ódio pela "senhoura" Marta. Simples assim: olhei e odiei.
A partir de então eu comecei a visualizar a seguinte cena: essa mulher deitada no chão, imobilizada, levando chutes e mais chutes de saltos Channel bem finos, por todo o corpo, até que ela pedisse misericórdia. Eu não fiz esforço para ter essa visão, foi simplesmente a imagem que me veio à mente naquele momento e ela continua a aparecer cada vez que eu passo de carro na Av. Rebouças depois da reforma que essa criatura fez. Talvez um bom lugar para ela levar esses chutes seja na própria Rebouças.
Eis que hoje, agora ministra do turismo, durante o lançamento do Plano Nacional de Turismo 2007-2010, essa senhora, relembrando seus tempos de sexóloga (ô saudade) dá o seguinte conselho aos passageiros que chegam a passar dias inteiros nos aeroportos brasileiros à espera de um vôo: "relaxa e goza, porque depois você esquece todos os transtornos". Acho que dá pra imaginar o tipo de imagem que veio à minha mente ao ouvir essa frase, não? E ela complementou dizendo que "é igual a dor de parto. Depois você nem se lembra". A única exceção deve ser a da mãe da mesma.
Será que essa mulher anda se aconselhando com o Sr. Paulo Maluf? Pelamordedeus, quem foi que deixou essa mulher abrir a boca? Como é que alguém ainda dá algum cargo para essa infeliz? Ah, claro, o cargo foi dado pelo mesmo senhor que disse que a mídia não está ajudando o turismo brasileiro, pois só divulga coisa ruim e faz com que o brasileiro não queira sair de casa:
"Se fala de Pernambuco, é morte, se fala do Ceará, é morte, se fala da Bahia, é morte. Ou seja, ele fala: peraí, eu não vou sair daqui não, vou ficar dentro de casa. E ainda olha se tem uma fresta pra não vir uma bala perdida".
Quando eu estava entrando em desespero, pois essas notícias vieram uma atrás da outra e não há coração que agüente, percebi que a esperança para esse país está na TV do Lula. Quando ela entrar no ar, não haverá mais mortes, balas perdidas e corrupção no Brasil.
É só aguardar.
A digníssima senhora vestia um belo par de sapatos Channel, com enormes e finos saltos. No momento em que teve que pular um córrego, deu uma leve levantada, sempre muito elegante, na longa saia que usava, para que não ficasse molhada com aquela água. Nesse instante, foi clicada e a foto divulgada. Ao ver aqueles sapatos, nasceu meu ódio pela "senhoura" Marta. Simples assim: olhei e odiei.
A partir de então eu comecei a visualizar a seguinte cena: essa mulher deitada no chão, imobilizada, levando chutes e mais chutes de saltos Channel bem finos, por todo o corpo, até que ela pedisse misericórdia. Eu não fiz esforço para ter essa visão, foi simplesmente a imagem que me veio à mente naquele momento e ela continua a aparecer cada vez que eu passo de carro na Av. Rebouças depois da reforma que essa criatura fez. Talvez um bom lugar para ela levar esses chutes seja na própria Rebouças.
Eis que hoje, agora ministra do turismo, durante o lançamento do Plano Nacional de Turismo 2007-2010, essa senhora, relembrando seus tempos de sexóloga (ô saudade) dá o seguinte conselho aos passageiros que chegam a passar dias inteiros nos aeroportos brasileiros à espera de um vôo: "relaxa e goza, porque depois você esquece todos os transtornos". Acho que dá pra imaginar o tipo de imagem que veio à minha mente ao ouvir essa frase, não? E ela complementou dizendo que "é igual a dor de parto. Depois você nem se lembra". A única exceção deve ser a da mãe da mesma.
Será que essa mulher anda se aconselhando com o Sr. Paulo Maluf? Pelamordedeus, quem foi que deixou essa mulher abrir a boca? Como é que alguém ainda dá algum cargo para essa infeliz? Ah, claro, o cargo foi dado pelo mesmo senhor que disse que a mídia não está ajudando o turismo brasileiro, pois só divulga coisa ruim e faz com que o brasileiro não queira sair de casa:
"Se fala de Pernambuco, é morte, se fala do Ceará, é morte, se fala da Bahia, é morte. Ou seja, ele fala: peraí, eu não vou sair daqui não, vou ficar dentro de casa. E ainda olha se tem uma fresta pra não vir uma bala perdida".
Quando eu estava entrando em desespero, pois essas notícias vieram uma atrás da outra e não há coração que agüente, percebi que a esperança para esse país está na TV do Lula. Quando ela entrar no ar, não haverá mais mortes, balas perdidas e corrupção no Brasil.
É só aguardar.
terça-feira, 12 de junho de 2007
12 de junho
Ontem, enquanto eu procurava um presente para o meu eterno namorado, vi um senhorzinho, mas senhorzinho mesmo, daqueles carequinhas, magrelinhos e curvados, com uma boina xadrez na cabeça, escolhendo um sapato na Arezzo. Aliás, um sapato bem bacana.
Eu não sei se o sapato era para uma senhorinha que o vem acompanhando por muitos e muitos anos, ou para uma mulher de meia-idade que ele conheceu há algum tempo ou para uma gatinha de 20 anos que ele conheceu há menos tempo ainda.
Seja como for, eu achei a coisa mais fofa o modo como aquele senhorzinho escolhia o sapato, com muito carinho e cuidado. Ele o segurava nas mãos, girava pra um lado, girava para o outro, o colocava no chão, olhava de longe. Simplesmente fofo.
Espero que daqui a muitos anos eu ainda esteja escolhendo um presente para o Marcelo com todo esse cuidado e carinho. E, claro, espero que o Marcelo esteja fazendo o mesmo pra mim!
Um feliz dia dos namorados para todos os apaixonados!
Eu não sei se o sapato era para uma senhorinha que o vem acompanhando por muitos e muitos anos, ou para uma mulher de meia-idade que ele conheceu há algum tempo ou para uma gatinha de 20 anos que ele conheceu há menos tempo ainda.
Seja como for, eu achei a coisa mais fofa o modo como aquele senhorzinho escolhia o sapato, com muito carinho e cuidado. Ele o segurava nas mãos, girava pra um lado, girava para o outro, o colocava no chão, olhava de longe. Simplesmente fofo.
Espero que daqui a muitos anos eu ainda esteja escolhendo um presente para o Marcelo com todo esse cuidado e carinho. E, claro, espero que o Marcelo esteja fazendo o mesmo pra mim!
Um feliz dia dos namorados para todos os apaixonados!
segunda-feira, 11 de junho de 2007
"Não tem mais inocente"
Eu tive medo da Estamira desde que a vi pela primeira vez, na forma de um trailler na telona do cinema. Tive medo de encará-la e ver em seus olhos o tamanho da minha pobreza. E também da pobreza de quem me cerca, seja lá quem for.
Várias foram as minhas tentativas de entrar numa sala de exibição para ver Estamira, mas eu nunca consegui. Era medo mesmo. De verdade. Como eu sairia daquela sala? O que Estamira poderia fazer comigo?
O tempo passou, Estamira saiu de cartaz e eu me livrei dela. Até hoje.
Entrei na 2001 apenas para devolver os três filmes que tinha alugado no final de semana, dos quais só consegui ver "Conversando com "Mamãe".
Paguei pela locação e quando levantei os olhos, já pronta para sair, Estamira estava lá, num cartaz me encarando. No momento não pensei e saí carregando Estamira comigo.
Cheguei em casa, coloquei a caixa do DVD sobre a mesa, olhei bem para a Estamira, peguei um pacote de Pringles e uma caixa de fundo de alcachofra, sentei no sofá, abri a caixa de alcachofra e apertei o "play" no controle remoto. Medo. Tensão.
As imagens começaram a aparecer: lixo, lixo e mais lixo. Muito lixo. Cachorrinhos mamando. Cachorros sarnentos. Urubus. Barracos. Gente. Gente no lixo. Gente morta no lixo. Cavalo morto no lixo. E Estamira.
Estamira sente falta de sua mãe. A mãe que ela internou num hospício por causa de um amor que a traiu não uma, mas várias vezes.
"Quem revelou o homem como único condicional, não ensinou trair, não ensinou humilhar, não ensinou tirar. Ensinou ajudar".
Estamira acreditava em Deus. Deus esse que um de seus estupradores lhe pediu para deixar de lado durante o estupro. Deus para ela hoje é Deus estuprador.
Estamira simplesmente não aguentou a podridão humana. Preferiu o lixão do Jardim Cramacho. Ou o desperdício do Jardim Cramacho.
"Agora no momento eu não sei nem o nome desse aqui, mas é conserva, é preparada lá fora e boa. Isso também eu como purinho. Palmito. Veio uma carga muito boa. Eu ponho no molho do macarrão também e às vezes fica até melhor que lá no restaurante. Pra quem sabe preparar, né".
Estamira também nos ensina que a gente não aprende na escola. A gente copia. Ela tem um neto de dois anos que "ainda não foi pra escola copiar hipocrisias e mentiras e charlatagens". A gente só aprende com as ocorrências.
Quase tudo em Estamira doeu, mas o que mais me doeu mesmo eu ainda vou criar coragem para dizer. Por enquanto é só meu.
PS: o pacote de Pringles e a caixa de alcachofras esperarão uma próxima oportunidade para serem devorados.
Várias foram as minhas tentativas de entrar numa sala de exibição para ver Estamira, mas eu nunca consegui. Era medo mesmo. De verdade. Como eu sairia daquela sala? O que Estamira poderia fazer comigo?
O tempo passou, Estamira saiu de cartaz e eu me livrei dela. Até hoje.
Entrei na 2001 apenas para devolver os três filmes que tinha alugado no final de semana, dos quais só consegui ver "Conversando com "Mamãe".
Paguei pela locação e quando levantei os olhos, já pronta para sair, Estamira estava lá, num cartaz me encarando. No momento não pensei e saí carregando Estamira comigo.
Cheguei em casa, coloquei a caixa do DVD sobre a mesa, olhei bem para a Estamira, peguei um pacote de Pringles e uma caixa de fundo de alcachofra, sentei no sofá, abri a caixa de alcachofra e apertei o "play" no controle remoto. Medo. Tensão.
As imagens começaram a aparecer: lixo, lixo e mais lixo. Muito lixo. Cachorrinhos mamando. Cachorros sarnentos. Urubus. Barracos. Gente. Gente no lixo. Gente morta no lixo. Cavalo morto no lixo. E Estamira.
Estamira sente falta de sua mãe. A mãe que ela internou num hospício por causa de um amor que a traiu não uma, mas várias vezes.
"Quem revelou o homem como único condicional, não ensinou trair, não ensinou humilhar, não ensinou tirar. Ensinou ajudar".
Estamira acreditava em Deus. Deus esse que um de seus estupradores lhe pediu para deixar de lado durante o estupro. Deus para ela hoje é Deus estuprador.
Estamira simplesmente não aguentou a podridão humana. Preferiu o lixão do Jardim Cramacho. Ou o desperdício do Jardim Cramacho.
"Agora no momento eu não sei nem o nome desse aqui, mas é conserva, é preparada lá fora e boa. Isso também eu como purinho. Palmito. Veio uma carga muito boa. Eu ponho no molho do macarrão também e às vezes fica até melhor que lá no restaurante. Pra quem sabe preparar, né".
Estamira também nos ensina que a gente não aprende na escola. A gente copia. Ela tem um neto de dois anos que "ainda não foi pra escola copiar hipocrisias e mentiras e charlatagens". A gente só aprende com as ocorrências.
Quase tudo em Estamira doeu, mas o que mais me doeu mesmo eu ainda vou criar coragem para dizer. Por enquanto é só meu.
PS: o pacote de Pringles e a caixa de alcachofras esperarão uma próxima oportunidade para serem devorados.
A São Paulo dos feriados...
...é a minha cidade ideal. Fica tudo o que ela tem de bom, o que inclui os habitantes que curtem a cidade de verdade e vai tudo o que ela tem de ruim, principalmente o trânsito e seus motoqueiros alucinados.
Nessas andanças pela cidade dos sonhos fui conhecer (tardiamente) a nova unidade da Livraria da Vila na Alameda Lorena, nos Jardins. Está linda! Arquitetura moderna e ao mesmo tempo aconchegante, com espaços bem distribuídos. Além do ambiente, o essencial: os títulos à venda. Ah, vendem também ótimos CDs e dispõem de um café (Il Barista) muito bom, com algumas mesinhas ao ar livre. Um charme!
Eu me controlei (estou bravamente aprendendo a me controlar quando entro em livrarias) e saí com o perfil biográfico do Ariano Suassuna (livrinho fininho - já estou no final e comecei a ler ontem antes de dormir) e um CD da Macy Gray, no qual dizem que ela grita menos do que de costume. Eu gostei.
A Parada Gay só tornou impossível minha visita à nova Livraria Cultura no Conjunto Nacional. Mas logo estarei por lá.
Nessas andanças pela cidade dos sonhos fui conhecer (tardiamente) a nova unidade da Livraria da Vila na Alameda Lorena, nos Jardins. Está linda! Arquitetura moderna e ao mesmo tempo aconchegante, com espaços bem distribuídos. Além do ambiente, o essencial: os títulos à venda. Ah, vendem também ótimos CDs e dispõem de um café (Il Barista) muito bom, com algumas mesinhas ao ar livre. Um charme!
Eu me controlei (estou bravamente aprendendo a me controlar quando entro em livrarias) e saí com o perfil biográfico do Ariano Suassuna (livrinho fininho - já estou no final e comecei a ler ontem antes de dormir) e um CD da Macy Gray, no qual dizem que ela grita menos do que de costume. Eu gostei.
A Parada Gay só tornou impossível minha visita à nova Livraria Cultura no Conjunto Nacional. Mas logo estarei por lá.
sábado, 9 de junho de 2007
Crianças chipadas
Eu estava preparada para ler a versão infantil da Bíblia para a minha afilhada de 7 anos no momento em que ela me pediu. Mas eu não estava preparada para oferecer respostas a perguntas como: "Quem foi que disse que Deus chama Deus mesmo?", "As coisas estão nos cérebros das pessoas e eu tenho que pedir as coisas pra elas e não pra Deus, porque Deus não está no cérebro das pessoas", "Falam que Deus está em todo lugar. Como ele consegue atender alguém que está no Brasil e alguém que está no Japão ao mesmo tempo?".
Na verdade, eu até tinha umas respostas para dar, mas não sabia se tinha o direito de influenciar na fé de uma pessoa em formação.
Não deve ser nada fácil a tarefa de criar seres humanos.
Na verdade, eu até tinha umas respostas para dar, mas não sabia se tinha o direito de influenciar na fé de uma pessoa em formação.
Não deve ser nada fácil a tarefa de criar seres humanos.
quinta-feira, 7 de junho de 2007
Das boas e inesperadas surpresas
Resolvi, entre a sessão de análise e um passeio de bicicleta no Parque Villa Lobos, parar pra tomar um café na Cristallo, que por sua vez fica dentro de uma livraria Siciliano, da qual por sinal não gosto pois vendem livros como se fossem sapatos (ou qualquer outra coisa desse gênero). No entanto, eu queria o café. Pra não tomar o café sozinha, resolvi comprar a edição de junho de 2007 da Revista Bravo.
Na fila do caixa, escuto a mulher que estava na minha frente dizendo pra vendedora, "que bom que encontrei esse livro, é a quarta livraria em que entro e já está esgotado na editora".
Espichei os olhos pra ver do que se tratava e li o nome sagrado: Lispector.
Mas que livro era aquele? Espichei mais ainda os olhos: Entrevistas.
Resolvi confirmar com a mulher na minha frente:
- São entrevistas feitas pela Clarice Lispector?
- Isso. E se você gosta, pega o livro, porque eu só achei aqui.
Conclusão: agora vou me deliciar com os diálogos entre Clarice e Vinícius, Clarice e Nelson, Clarice e Tom, Clarice e Lygia e etc, etc, etc. Bom, Clarice já diz tudo.
Na fila do caixa, escuto a mulher que estava na minha frente dizendo pra vendedora, "que bom que encontrei esse livro, é a quarta livraria em que entro e já está esgotado na editora".
Espichei os olhos pra ver do que se tratava e li o nome sagrado: Lispector.
Mas que livro era aquele? Espichei mais ainda os olhos: Entrevistas.
Resolvi confirmar com a mulher na minha frente:
- São entrevistas feitas pela Clarice Lispector?
- Isso. E se você gosta, pega o livro, porque eu só achei aqui.
Conclusão: agora vou me deliciar com os diálogos entre Clarice e Vinícius, Clarice e Nelson, Clarice e Tom, Clarice e Lygia e etc, etc, etc. Bom, Clarice já diz tudo.
terça-feira, 5 de junho de 2007
Já começou difícil
Meu primeiro blog. Minha primeira postagem.
Já pediram pra eu definir quem sou eu e minha análise ainda está em andamento, ainda que eu acredite que nem com a alta conseguirei ter essa resposta. No entanto, posso sempre responder como estou.
Hoje escolhi esse fundo laranja. Deve ter sido a primeira vez que escolhi a cor laranja, mas por ora não vou tentar elaborar essa escolha. Foi laranja e pronto. Amanhã poderá ser verde e depois de amanhã vermelho. Quem é que vai saber?
Apesar de difícil, foi dada a largada.
Algumas pessoas precisam escrever pra não explodir. Prazer, estou uma dessas desde o meu primeiro diário aos 9 anos.
Até amanhã, querido diário.
Já pediram pra eu definir quem sou eu e minha análise ainda está em andamento, ainda que eu acredite que nem com a alta conseguirei ter essa resposta. No entanto, posso sempre responder como estou.
Hoje escolhi esse fundo laranja. Deve ter sido a primeira vez que escolhi a cor laranja, mas por ora não vou tentar elaborar essa escolha. Foi laranja e pronto. Amanhã poderá ser verde e depois de amanhã vermelho. Quem é que vai saber?
Apesar de difícil, foi dada a largada.
Algumas pessoas precisam escrever pra não explodir. Prazer, estou uma dessas desde o meu primeiro diário aos 9 anos.
Até amanhã, querido diário.
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